‘Samba de Quilombo: a resistência pela Raiz’ é o enredo do Império da Tijuca

Império da Tijuca em 2013 com “Negra Pérola Mulher”. Foto: Reprodução

O Império da Tijuca decidiu voltar à temática afro no Carnaval 2021. A agremiação levará para a Avenida o enredo ‘Samba de Quilombo: a resistência pela Raiz’, de autoria do carnavalesco Guilherme Estevão. A verde e branca apresentou o tema por meio de uma live em suas redes sociais, na noite desta terça-feira (13).

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O enredo prestará homenagem ao GRANES Quilombo. Fundada em 1975, a agremiação foi idealizada pelo cantor e compositor Candeia como um manifesto artístico negro em meio a um contexto de transformações visuais nas escolas de samba.

Havia uma insatisfação latente por parte de compositores de diversas agremiações com os rumos das escolas e seus desfiles. Segundo Estevão, esse momento, na década de 1970, marcava a época onde uma série de acadêmicos começou a ter forte atuação nas escolas de samba.

A Quilombo questionava o processo, definido por Candeia, como “embranquecimento” do samba e refutava também o caráter comercial que o Carnaval adquiria, articulando-se com o poder público e tendo a participação mais significativa de mecenas nas agremiações.

Composta por importantes baluartes do Carnaval carioca, como Paulinho da Viola, Nei Lopes, Wilson Moreira, Darcy do Jongo, Martinho da Vila, Luiz Carlos da Vila, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Elton Medeiros, entre outros sambistas, a Quilombo tinha como princípios ser o espaço de reunião de sambistas e valorização das tradições do samba.

A agremiação não competia com as escolas “oficiais”, não tinha subvenção e desfilava com enredo de temáticas obrigatoriamente negras pelo subúrbio e/ou após blocos como o Cacique de Ramos.

“Essa proposta vai ao encontro de uma série de questões que envolvem a nossa comunidade e aos fatos que o Rio de Janeiro passa. A comunidade gosta de desfilar e de fazer samba com essa temática”, explicou Guilherme Estevão.

” A missão cultural da escola de samba é levar entretenimento e conteúdo para o público que nos prestigia na Marquês de Sapucaí. Quando nosso carnavalesco nos apresentou o tema, sentimos total afinidade com a identidade da escola. Teremos um ano atípico por conta desta pandemia e acredito que o Carnaval será, de verdade, um grande estímulo para a cultura e para a economia. Mostrar nossas raízes e uma história da década de 1970 que é tão atual, só nos leva a crer que Candeia previa o que seria a nossa festa na atualidade. Exaltemos o samba, a cultura e o negro” disse o presidente Tê.

Assista à apresentação do enredo:










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