Salgueiro, 71: O sacode que tomou a Avenida, os estádios e deu fim ao jejum

Quadra do Salgueiro, na final de samba-enredo para o Carnaval 2024. Crédito: SRzd/Leandro Milton

Três décadas de Ita; o sacode que tomou a Avenida, os estádios e deu fim ao jejum:

Há trinta anos a Marquês de Sapucaí assistiu a um de seus momentos de maior êxtase coletivo.

Num ano em que o samba popular foi capaz de garantir um campeonato, os versos escritos Demá Chagas, Arizão, Celso Trindade, Bala, Guaracy e Quinho provocaram uma catarse na Avenida.

Qual jurado seria capaz de despontuar um desfile envolvido em tamanha comoção?

E assim foi. Peguei um Ita no Norte, do já falecido carnavalesco Mário Borriello, além de dar o título aos Acadêmicos do Salgueiro em 1993, foi além.

Conhecido e eternizado na memória afetiva dos brasileiros como Explode Coração, o hino vermelho e branco ultrapassou as fronteiras do sambódromo e ganhou os estádios de futebol em versões adaptadas para cada clube, muitas torcidas.

Outro feito deste samba foi colocar fim ao jejum de 18 anos da Academia sem levantar a taça no Grupo Especial, após um memorável bi, sob o comando de Joãosinho Trinta. Potência do Carnaval carioca, o Salgueiro passou por momentos turbulentos entre o final dos anos 70 e início dos 80.

A partir de 1987, com o clássico E por que não?, voltou a sonhar e disputar os primeiros lugares. Numa crescente até o ano de glória, apresentou desfiles plasticamente muito superiores ao Ita, inspirados em enredos igualmente mais sofisticados.

Mais foi justamente ao contar uma história simples, de imediata identificação com quem assistia, que o gigante Acadêmicos do Salgueiro, que hoje completa 71 anos e vive um novo jejum – desde 2009 -, conseguiu voltar ao topo dos concursos na cidade (relembre o desfile salgueirense):

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