Salgueiro, 69 anos: Explode Coração foi o maior desfile da história da escola?

Neste sábado (5) um ensaio mais do que especial está programado para acontecer na quadra dos Acadêmicos do Salgueiro. É o momento de celebrar o 69º aniversário da escola, uma das mais tradicionais e vitoriosas do Carnaval carioca.

Ao longo destas quase sete décadas de gloriosa jornada, foi a vermelha e branca a responsável por renovar a estética do espetáculo ao convidar artistas de formação acadêmica para confeccionar seus desfiles, já nos primeiros anos de sua caminhada.

Entre outras tantas contribuições decisivas para a festa, foi o Salgueiro quem inovou ao desenvolver enredos com a abordagem da cultura afro-brasileira, num tempo onde o nacionalismo era quase que monotemático entre as escolas.

Fortemente ligada com à negritude, nos anos sessenta se consolidou como uma das protagonistas dos concursos na cidade, registrando, nesta década, seu maior número de conquistas. A partir deste período, destacam-se os campeonatos com Quilombo dos Palmares (1960), Xica da Silva (1963), Bahia de Todos os Deuses (1969) e Festa para um Rei Negro (1971).

Mesmo sempre revisitando a inspiração que lhe consagrou, o Salgueiro tem marcado em sua história o desfile de 1993; Peguei um Ita no Norte, bastante diverso do DNA salgueirense.

Após 17 anos sem títulos, fez uma apresentação considerada arrebatadora. O enredo do carnavalesco Mário Borriello foi inspirado na canção de mesmo nome, do cantor e compositor baiano Dorival Caymmi, e falava sobre uma viagem costeira entre Belém do Pará e o Rio de Janeiro, abordando as culturas e tradições dos lugares por onde o Ita passava.

Ita era o nome que se dava aos navios que faziam viagens entre o Norte e o Sul do Brasil, na primeira metade do século XX, e que tinham nomes em tupi-guarani iniciados pela sílaba “ita”.

A escola foi a terceira a desfilar na segunda noite de apresentações do Grupo Especial daquele ano e o samba, sem dúvida, foi o motor do campeonato salgueirense.

Pela adesão popular, pela quebra do jejum e pela repercussão para além do Carnaval que este samba e este título abarcou, muitos o apontam como o maior desfile da história da agremiação, mesmo estando dentro de um cardápio tão rico de criações definitivas para moldar a feição dos desfiles de escolas de samba no país.

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A festa da vermelha e branca pelos seus 69 anos tem como convidadas a madrinha, Estação Primeira de Mangueira, e a coirmã paulistana Mancha Verde.

“Aniversário é data para ser comemorada, principalmente este ano, já que no ano passado não tivemos a oportunidade de estar junto com os salgueirenses fisicamente”, comenta o presidente André Vaz.

Dona de nove títulos no Grupo Especial, a Academia do Samba abrirá as portas de sua sede social ao público a partir das 20h com show do grupo Pegada Brasileira.

Depois, Emerson Dias e Quinho do Salgueiro embalam os sambistas apresentando um show preparado especialmente para a data, com a participação de todos os segmentos. A Bateria Furiosa e sua majestade, a rainha Viviane Araújo, completam a festa que não tem hora para acabar.

Seguindo o protocolo estabelecido pelas autoridades sanitárias, o uso da máscara e a apresentação do comprovante de vacinação em dia são obrigatórios.

Os ingressos serão vendidos diretamente na bilheteria da quadra, no dia do evento, com valor de R$ 50 e as reservas de mesas e camarotes podem ser feitas através do telefone (21) 2238 9226. A quadra do Salgueiro fica na Rua Silva Teles, 104, no Andaraí.

Carnaval 2022

No Carnaval de 2022, o Salgueiro levará para a Marquês de Sapucaí o enredo Resistência, retratando locais do Rio de Janeiro marcados como pontos importantes de resistência cultural preta. O projeto é desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza.

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