Rio pode ter desfiles de Carnaval fora de época em 2023, diz presidente da Liesa

Marquês de Sapucaí. Foto: Alexandre Macieira/Riotur

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Liesa, Jorge Perlingeiro, pretende fazer com que as agremiações do Grupo Especial voltem à Marquês de Sapucaí no meio do próximo ano.

A ideia ainda será discutida em detalhes com os dirigentes das agremiações, que seriam divididas em duas noites de apresentações, como já acontece tradicionalmente na divisão de elite do samba carioca.

O tempo de cada desfile seria menor que o mínimo de 60 minutos da festa principal e envolveria cerca de mil componentes por escola, sem competição.

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“É um Carnaval voltado especialmente para os turistas de meio de ano, que sempre querem ver Carnaval, mas não têm Carnaval para ver nessa época. Queremos fazer um formato menor, não será algo com entre cinco e seis horas de apresentação, não. A proposta é fazer uma coisa mais dinâmica”, explicou o dirigente em entrevista à CNN Brasil.

Dono de uma das vozes mais conhecidas do mundo do samba, por ser quem tradicionalmente lê as notas na apuração, Perlingeiro, que faz parte da gestão inaugural da Liesa, em 1984 – seu primeiro cargo foi como assessor do então presidente Castor de Andrade -, fez em 2022 o primeiro Carnaval sob seu comando na organização dos desfiles tendo pela frente o desafio de realizar o espetáculo em meio à pandemia da Covid-19.

“Felizmente, deu tudo certo, em meio às incertezas. É um evento muito grande e poderoso”, pontuou.

Sucesso do Carnaval 2022 impulsiona novos projetos

O sucesso dos desfiles de 2022 fez com que Jorge Perlingeiro abrisse conversas com secretarias municipais e estaduais, para estudar a possibilidade da realização de um evento fora de época. Ele nunca escondeu em suas entrevistas a necessidade das escolas de samba se apresentarem mais de uma vez no curso de um ano.

A realização de um “Carnaval Extra” ganhou fôlego com os números expressivos dos desfiles realizados em abril.  Durante o período, a taxa de ocupação dos hotéis na cidade variou entre 85% e 90%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH-Rio).

Um levantamento divulgado pela Prefeitura do Rio de Janeiro enalteceu ainda mais a força dos desfiles das escolas de samba da cidade. A estimativa é de que a festa cultural e popular movimenta, no município, cerca de R$ 4 bilhões.

O público do Rio Carnaval foi impressionante. Já nos ensaios técnicos, atingiu-se o número de 200 mil presentes. Durante os dias de folia passaram mais de 100 mil pessoas por dia, entre desfilantes, público e trabalhadores na Avenida. A quantidade de empregos gerados pelos desfiles, segundo dados da Prefeitura da última edição, é de aproximadamente 21 mil.

“Acho que o maior êxito de nossa gestão foi ter conseguido assinar um contrato de quatro anos com a Prefeitura do Rio, o que garante o fluxo de receitas das agremiações ao longo desse período”, completou o dirigente que diz ter outros projetos para valorizar ainda mais o Carnaval do Rio.

Resultado incontestável

O resultado dos desfiles foi outro gol de placa. A vitória da Grande Rio, a primeira da história da tricolor de Duque de Caxias, foi incontestável.

“Em 30 anos de Apuração, foi a primeira vez em que vi as oponentes aplaudirem a vencedora de pé. Foi lindo! Podem haver discordâncias de uma ou outra posição, mas não sobre a vencedora. Nossos julgadores, coordenados por Júlio César Guimarães, trabalharam muito bem, com segurança e isenção”, afirmou Perlingeiro.