Quem enfrenta a onça Grande Rio? Veja as análises do show de Caxias
Desfile das escolas de samba do Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton
Quem enfrenta a onça Grande Rio? Veja as análises do show de Caxias:
Rio 2024: Começou, na noite deste domingo (11), o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro na Marquês de Sapucaí com as apresentações do Grupo Especial carioca.
Seis agremiações no cardápio da folia: Unidos do Porto da Pedra, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e Imperatriz Leopoldinense.
A tricolor de Caxias foi a quarta escola a pisar na Passarela do Samba nesta primeira noite. Brincando com o povão que lotou o Sambódromo, distribuiu pulseiras que iluminaram a Avenida e fizeram um lindo cenário combinado com o uso da nova luz cênica da Sapucaí.
Desde a onça na comissão de frente ou no traje da belíssima Rainha de Bateria, Paolla de Oliveira, a tricolor impactou e apresentou um show visual superlativo.
Veja o que disseram os comentaristas do SRzd sobre o desfile da Grande Rio:
+ como foi o desfile?
Wallace Safra: “A comissão de frente narra o mito que o Velho se transforma em constelação, onde na crença tupinambá todos nós somos poeira cósmica, estrelas e seres iluminados. Criatividade, inovação e um bom uso da iluminação da Sapucaí. Podemos ver um desenho coreográfico coerente e homogêneo, onde os bailarinos conseguiram atuar com liberdade e com movimentos corporais oriundos da cultura abordada no enredo. O coreógrafo trouxe dois tipos de elementos cenográficos: para contar em atos seu desenvolvimento, o primeiro, para dar resultado luminoso aos figurinos, mostrando os tempos nebulosos que estamos vivendo; e o segundo elemento de maior porte para mostrar a segunda parte, onde ele traz uma grande onça vazada e, dentro dela, o velho movimentando de maneira simbólica o infinito celestial, ambos muito bem apresentados. O resultado é inovador, de muito bom gosto e com um bom resultado plástico”.
Célia Souto: “A escola de Caxias entra na Avenida cantando com alegria, empolgação e tenacidade o samba-enredo. O talento do intérprete juntamente com os demais músicos sustenta o ritmo e melodia para os componentes cantarem e evoluírem com fluência e vivacidade. Um lindo desfile da Grande Rio preenchendo a Sapucaí com o seu canto e evolução devidamente estruturado e carismático”.
Bruno Moraes: “A bateria da Grande Rio fez um belíssimo desfile. Mestre Fafá colocou um andamento um pouco mais pra frente, o que fez com que o samba evoluísse muito bem. Com bossas bem funcionais, as apresentações aos julgadores foram perfeitas. Destaque para o volume de caixa, afinações dos surdos e peças leves sincronizadas, somando à melodia do samba. Quanta segurança dessa bateria!”.
Jaime Cezário: “A Turma da Grande Rio chegou na Sapucaí afirmando que o ‘nosso destino é ser onça’. Uma história baseada no livro de Alberto Mussa: ‘Meu destino é ser onça’. A Grande Rio não se intimidou com nada e soube explorar o seu enredo usando e abusando da temática indígena com bom gosto, clareza, cores bem equilibradas do início ao fim. O enredo ficou claro seguindo o roteiro apresentado pela escola. Um enredo inteligente e cultural, não sei se o povão, sem a utilização desse mesmo roteiro em mãos, foi capaz de entendê-lo. Fantasias e alegorias com ótimo acabamento e um belo estudo de cores proporcionaram um belo desfile. Tudo certo, Grande Rio, vamos ver o que os envelopes vão dizer na quarta-feira. Espero que, até lá, a sua Onça não coma a Lua”.
Eliane Souza: “Confesso que sonhei por este momento, de tão lindo, chega a ser sublime: apreciar a suavidade dos passos e gestos, a potência dos movimentos característicos do bailado do mestre-sala e porta-bandeira, em total naturalidade ser apresentado em desfile por esse maravilhoso casal da escola – Daniel Werneck e Taciana Couto – que conhecem e dominam a coreografia ancestral. Vê-los deslizando com habilidade e muita elegância, em performance com o estilo já estabelecido, foi uma grande emoção! Manuseando um bastão, o mestre-sala conduziu a dança e abriu espaço para os giros, potentes, todavia plenos de graciosidade, no ABANO que a porta-bandeira realizou. E, se assegurando de seu papel de protagonista na cena, ele dançou para ela executando uma CARRAPETA bem elaborada para, então, plantar e louvar o pavilhão, riscando sem se deslocar no MEIO-SAPATEADO! Cortejando a dama, um CRUZADO protetor. E ela, mimosa e atenciosa, em giros e passos, desfraldando com vigor o pavilhão. Um bailado atualizado onde o samba-enredo, ao sugerir novas nuances, perfumou a performance apresentada. PEGADA-DE-MÃO firme, sincronizada ao CURRUPIO que apoiou o AVIÃOZINHO da porta-bandeira e uma singela APRESENTAÇÃO DE BANDEIRA. Belo momento apreciado”.
Wallace Safra: “A ala de passistas apresenta um trabalho dinâmico e leve. O conjunto de passistas desenvolve muito bem e consegue ter uma boa comunicação com o público. Acredito que no setor onde eu estava faltou um pouco de energia e samba no pé, mas acredito também que o figurino não contribuiu muito para uma performance mais solta da ala. Contudo, é um bom trabalho e a coordenação vem construindo um novo padrão e performance e isso vem crescendo”.
+ VÍDEO: MELHORES MOMENTOS DO DESFILE
+ Carnaval 2024:
Nosso destino é ser onça, assinado por Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Este é o enredo da escola que ficou com o 6º lugar do Grupo Especial no Carnaval de 2023.
O samba é de autoria dos compositores Derê, Marcelinho Júnior, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro, Tony Vietnã, Eduardo Queiroz e Licinho Jr.
+ desempenho da escola nos últimos seis carnavais:
+ ordem oficial de desfiles do Grupo Especial 2024:
Domingo, 11 de fevereiro:
1º – Unidos do Porto da Pedra (Campeão do Acesso 2023)
2º – Beija-Flor de Nilópolis
3º – Acadêmicos do Salgueiro
4º – Acadêmicos do Grande Rio
5º – Unidos da Tijuca
6º – Imperatriz Leopoldinense (Campeã do Grupo Especial 2023)
Segunda-feira, 12 de fevereiro:
1º – Mocidade Independente de Padre Miguel (11ª colocada do Grupo Especial 2023)
2º – Portela
3º – Unidos de Vila Isabel
4º – Estação Primeira de Mangueira
5º – Paraíso do Tuiuti
6º – Unidos do Viradouro
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