‘Quais desfiles mais te emocionaram?’; Rachel Valença responde

Desfile Império Serrano 2004. Foto: Reprodução

Desfile Império Serrano 2004. Foto: Reprodução

O SRzd perguntou aos seus comentaristas de Carnaval: “Quais desfiles mais te emocionaram?”. A sensibilidade, a experiência e vivência de cada um mostra paixões, angústias, alegria, tristeza, choro, grito, fascínio, sofrimento, entusiasmo, angústia, amor, emoções que a maior festa popular do mundo traz para quem vive o Carnaval. Veja abaixo os três desfiles mais emocionantes para a comentarista Rachel Valença:

Muito difícil destacar somente três momentos de emoção em desfiles de escolas de samba. Assisto desfiles desde a década de 1960, não dá nem para contar tanta coisa emocionante que vi a cada ano. Mas vou confiar na pressa e na necessidade de lembrar sem pensar muito.

1. Incrível, fantástico, extraordinário – Portela 1979
Desfile inesquecível, pelo enredo (que falava exatamente do Carnaval), pelo samba maravilhoso (“mestre-sala e porta-bandeira/riscam o chão de poesia), pela beleza plástica (salve Viriato Ferreira) e sobretudo pelo momento arrebatador da passagem do casal Vilma e Benício representando arlequim e colombina em preto e branco, algo muito revolucionário numa época de total respeito das escolas às suas cores. A beleza da dança daquele casal que sobressaía em preto e branco em meio ao azul me fez chorar.

2. Aquarela Brasileira – Império Serrano 2004
Foi de dentro da bateria que assisti minha escola passar naquele Carnaval. Era o meu décimo Carnaval como ritmista da Sinfônica do Samba, já estava acostumada às emoções de ritmista. Mas me lembro que agradeci à vida por ter me dado a oportunidade de cantar na Avenida um samba de Silas de Oliveira, aquele que eu não chegara a conhecer, mas que foi o responsável, com seus lindos sambas, por minha paixão pela escola. Chorei do início ao fim do desfile, pensando no homem calado, humilde e genial que nos deixara um legado de beleza e emoção.

3. O rei que bordou o mundo – Acadêmicos do Cubango 2018
Não era uma superescola de samba que passava, o desfile era na Série A e Cubango não era sequer a favorita, aquela que disputa o título. Mas a entrada na passarela me deixou totalmente sem voz. Pensei que meu coração ia parar diante do que via: a comissão de frente representava a meus olhos a solidão da loucura. O enredo homenageava Artur Bispo do Rosário, o samba era lindo e triste e a poesia estava em toda parte, desde o título do enredo até o último carro, em que o manto bordado pelo artista para ser sua mortalha ocupava sozinho, soberano, o espaço hoje destinado a destaques e composições. Impossível conter o choro.

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E, para você, leitor, quais desfiles mais te emocionaram? Deixe seu comentário no espaço abaixo.




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