Porto da Pedra veio disposta a propor briga de tigre grande, mas acidente e problema no abre-alas podem comprometer

Desfile das escolas de samba do Rio 2024. Foto: SRzd/Juliana Dias

Porto da Pedra veio disposta a propor briga de tigre grande, mas acidente e problema no abre-alas podem comprometer:

Rio 2024: Começou, na noite deste domingo (11), o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro na Marquês de Sapucaí com as apresentações do Grupo Especial carioca.

Seis agremiações no cardápio da folia: Unidos do Porto da Pedra, Beija-Flor de Nilópolis, Acadêmicos do Salgueiro, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos da Tijuca e Imperatriz Leopoldinense.

Atual campeã da Série Ouro, a Porto da Pedra abriu o espetáculo, com o desafio de não bater e voltar ao Acesso, onde foi campeã em 2023. E chegou prometendo o maior investimento de sua história. E provou.

A escola de São Gonçalo, sob os traços sempre precisos e sofisticados de Mauro Quintaes, abriu com estilo o espetáculo na Passarela do Samba, mostrando que quer vender caro sua vaga na elite.

Mas nem tudo foram flores. Um enorme espaçamento na reta final do desfile se abriu e, em seguida, um acidente com a última alegoria, que patinou, bateu contra o gradil e ficou danificada, pode custar pontos preciosos para o Tigre. Uma mulher, Natália Leotério, de 37 anos, ficou ferida e foi socorrida. Ela passa bem (veja os registros):

Ainda no abre-alas, uma parte da alegoria se rompeu do acoplamento. Isso também deve custar décimos importantíssimos:

Veja o que disseram os comentaristas do SRzd sobre o desfile do Tigre, que quer quebrar o estigma de subir e voltar, uma marca de boa parte dos concursos de Carnaval no Rio, historicamente.

+ como foi o desfile?

Célia Souto: “Unidos do Porto da Pedra, primeira escola no desfile do Grupo Especial, dá início ao seu desfile cantando o samba-enredo com equilíbrio, clareza e sincronia entre ritmo e melodia, ótimo andamento favorecendo a execução do canto com garra e vibração. Os componentes cantam o samba, apesar de alguns não demonstrarem comprometimento com a totalidade da letra; algumas partes com mais destaque em relação a outras cantadas com menos empenho. A escola mantém uma regularidade entre as alas evoluindo com naturalidade, alegria e dança ritmada. Porém, um pouco antes do setor 8, a escola apresenta uma falha na evolução, prejudicando o equilíbrio e a regularidade do andamento da evolução”.

Wallace Safra: “A ala de passistas da agremiação tem uma força diferenciada. Com muita presença e com um samba do pé explosivo, os passistas formam um elemento muito potente e que se apresenta com uma evolução constante e intensa durante a Avenida. Trabalho de muita resistência física e com uma harmonia no conjunto desenvolvido pela coordenação. Bom trabalho”.

Eliane Souza: “Rodrigo França e Denadir Garcia, o primeiro casal da escola, ficaram encobertos pelo elemento alegórico da comissão de frente, logo, fiquei impedida de apreciar o seu bailado. Quando chegaram ao setor 8, a porta-bandeira recebeu atendimento dos apoios por conta de alguma intercorrência em sua fantasia, o que foi logo solucionado, todavia o fato impediu a evolução do casal no espaço. Para acalentar meu coração, assisti a linda performance do terceiro casal, que bailou com alegria e descontração, demonstrando simpatia e interagindo com o público, fazendo muitas vezes a APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA; Joyce Santos realizando giros, do ABANO, com segurança, sempre cortejada por Pedro Figueiredo, que dançava para ela e para louvar o pavilhão. Lindos, naturalmente executando os movimentos característicos do bailado”.

Jaime Cezário: “O Tigre chegou rugindo forte nessa abertura do domingo do Grupo Especial. A escola trouxe o enredo sobre o livreto ‘Lunário Perpétuo’, escrito na Europa no século XVI e trazido para o Brasil no século XVIII, e se tornando uma febre no nordeste brasileiro, uma espécie de almanaque dos saberes populares. O enredo começa mostrando a mística dos alquimistas europeus até finalizar numa homenagem ao Antônio Nóbrega, representando os grandes mestres nordestinos dos saberes populares. Um monumental Tigre abriu a escola – foram seis alegorias muito grandes com belas esculturas e ótimo acabamento. Tinham alegorias com efeitos de projeção holográfica, movimentos, efeitos de luz e água, trouxe tudo que o bom dindim permitiu. Os carros eram grandes e bem altos, alguns seguindo aquele padrão caixa decorada, mas tudo dentro do enredo. As fantasias seguiram o mesmo primor em qualidade e requinte. O enredo fugiu do óbvio e aqui parabenizo os pensadores do Carnaval. A última alegoria teve um problema, assim como o abre-alas. No que cabe ao enredo, fantasias e alegorias, a escola passou muito bem, sonhando em quebrar esse tabu das escolas que sobem e não permanecem no grupo. Boa sorte, Porto da Pedra”.

Cláudio Francioni: “A bateria da Porto da Pedra fez um desfile muito seguro na estreia de Mestre Pablo no Grupo Especial. Trouxeram características muito marcantes de seu comandante, como o andamento bem forte, bossas muito peculiares e um ótimo volume de caixas, tanto em cima quanto embaixo. A frente da bateria também fez uma boa apresentação, com um tamborim executando um desenho cheio de detalhes complexos. O único porém fica por conta do chapéu quentíssimo, que chegou a provocar mal-estar em alguns ritmistas”.

Wallace Safra: “A comissão trouxe para a Avenida os alquimistas na figura dos pensadores, filósofos, sábios e todos aqueles que buscam respostas vindas do céu. Luxo, imponência, grandiosidade e intervenções tecnológicas foram apresentados de maneira criativa, com múltiplas cenas em um elemento cenográfico que conversou muito bem com todo o trabalho desenvolvido. O corpo de bailarinos, que estava extremamente bem caracterizado, tinha expressões representativas e coerentes à proposta. O coreógrafo optou por um trabalho focado em inovações com força e movimentos caracterizados dos personagens que ali foram abordados. Trabalho grandioso e muito bem executado”.

+ VÍDEO: MELHORES MOMENTOS DO DESFILE 

+ GALERIA DE FOTOS DO DESFILE

+ ENTREVISTAS NO DESFILE 

+ Carnaval 2024:

Lunário Perpétuo – A profética do saber popular, assinado por Mauro Quintaes. Este é o enredo da escola que ficou com o título na Série Ouro no Carnaval de 2023.

O samba é de autoria dos compositores Guga Martins, Passos Júnior, Gustavo Clarão, Lucas Macedo Leandro Gaúcho, Clairton Fonseca, Richard Valença, Gigi da Estiva, Abílio Jr., Marquinho Paloma, Cristiano Teles e Ailson Picanço.

+ ordem oficial de desfiles do Grupo Especial 2024:

Domingo, 11 de fevereiro:

1º – Unidos do Porto da Pedra (Campeão do Acesso 2023)
2º – Beija-Flor de Nilópolis
3º – Acadêmicos do Salgueiro
4º – Acadêmicos do Grande Rio
5º – Unidos da Tijuca
6º – Imperatriz Leopoldinense (Campeã do Grupo Especial 2023)

Segunda-feira, 12 de fevereiro:

1º – Mocidade Independente de Padre Miguel (11ª colocada do Grupo Especial 2023)
2º – Portela
3º – Unidos de Vila Isabel
4º – Estação Primeira de Mangueira
5º – Paraíso do Tuiuti
6º – Unidos do Viradouro

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