Porto da Pedra confirma expectativa e entra na disputa pelo título do Acesso

Porto da Pedra. Reprodução

A Unidos do Porto da Pedra foi a quinta escola a pisar na Avenida na segunda noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Cotado com uma das favoritas ao título da Série Ouro esse ano durante o pré-Carnaval, o Tigre de São Gonçalo, embalado pelo samba popular e de melodia envolvente, mexeu com o público, passou sem problemas pela pista e saiu como uma das candidatas ao campeonato.

+ em busca do Acesso:

A Unidos do Porto da Pedra apresentou desfile desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes, que teve como enredo A Invenção da Amazônia: Um delírio do imaginário de Júlio Verne.

Baseado no livro A Jangada: 800 léguas pelo Amazonas, o tema, do enredista Diego Araújo, trata de uma aventura delirante do escritor francês Júlio Verne, pai da ficção científica e de fantasia, que jamais pisou em solo brasileiro. A escola prometeu apresentar na Sapucaí uma fascinante viagem pela Amazônia.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “A escola se apresentou desenvolvendo o canto com musicalidade, andamento cadenciado e sincronia entre ritmo e melodia. O canto soa com clareza, e podemos ouvir a voz e o desempenho dos componentes na totalidade do samba. As alas evoluem com regularidade e cadência sincronizadas com o canto do samba-enredo”.

Jaime Cezário: “Este enredo baseado no livro do Júlio Verne, ‘A Invenção da Amazônia’, é um dos achados do Carnaval 2023. Seu desenvolvimento era aguardado com grande expectativa, afinal, andamos em tempos que o ‘mais do mesmo’ anda em alta. E a surpresa aconteceu, enredo desenvolvido de forma clara e inteligente, sem precisar de dicionários para seu entendimento. Só posso parabenizar a todos os envolvidos, pois cumpriu com perfeição a proposta. O conjunto de fantasias foi uma surpresa das mais agradáveis até esse momento. Quem pensou que iria ver de começo ao fim uma repetição cansada da temática indígena, se enganou. Começou exaltando os povos andinos e a inspiração na sua estética visual. Trouxe, até o momento, a baiana mais bela da Série Ouro; uma fantasia com inspiração na temática indígena, sendo que o diferencial foi belo abuso dos tons avermelhados chegando até o preto. Um luxo de chique! Até o momento, o melhor conjunto de fantasias apresentado nesse dois dias. Seguindo a mesma qualidade das fantasias e enredo, as alegorias da Porto da Pedra deram um banho de qualidade e bom gosto. Perfeita utilização dos materiais, belas esculturas, excelente acabamento e ótimos efeitos. Não consegui achar um alfinete para reclamar aqui delas. O melhor é mais harmonioso conjunto de alegorias apresentado até esse momento”.

Cadu Zugliani: “O grande samba do ano na Série Ouro passou levado pelo Tigre. Confesso que o andamento do samba me surpreendeu positivamente. Era meu único receio pelo que se viu no ensaio técnico. Mas a ‘Ritmo Feroz’ achou a cadência perfeita para a obra. Aliás, como é bom ainda poder ver o Nego à frente de um carro de som. Ouso dizer que o refrão de baixo da Porto da Pedra está entre os melhores de todo o Carnaval”.

Eliane Souza: “Rodrigo França e Laryssa Victória, singelos e harmoniosos, os competentes dançarinos apresentaram sua performance revelando destreza na realização de seus movimentos obrigatórios. Um mestre-sala cortês e atencioso, que dançou para seu pavilhão e sua dama de forma especial, ‘riscando’ suas letras, em meneios, fugas e contra fugas e muitas reverências. A performance do par deixou um encanto no ar! Responsáveis pelo segundo pavilhão, vivi a emoção de apreciar a exibição do mestre-sala Pedro Figueiredo e sua porta-bandeira Gabriela Monerat, segundo casal da escola que desfilou com galhardia, apresentando com segurança os movimentos do bailado. Performance livre e igualmente encantadora”.

Rachel Valença: “Quando uma escola de samba traz em seu desfile escultura de um indígena com um livro nas mãos, imagens de ativistas da ecologia e uma bandeira do Brasil manchada de sangue, ela fala de maneira sutil, com arte, de algo que fala claramente à nossa sensibilidade. Se for campeã, terá feito por merecer. Além do mais, a Porto da Pedra tem seus trunfos: o excêntrico Mestre Pablo, o insubstituível Nego e uma comunidade orgulhosa de sua escola. Ingredientes que constroem uma possível vitória. Merecida”.

Bruno Moraes: “A Ritmo Feroz de São Gonçalo fez um desfile primoroso, com um andamento um pouco mais baixo do que de costume de Mestre Pablo, encaixou perfeitamente com o belo samba. As bossas com característica e estilo próprio marcante, funcionaram bem nas apresentações aos julgadores. Infelizmente, o som atrapalhou a bateria no segundo módulo e ficou muito trepado por falha do sistema, que só foi corrigido após uns 5 minutos. A bateria fez um desfile de campeã”.

Wallace Safra: “Com a representação dos espíritos sagrados, os Kanamari que atenderam ao chamado da Mãe-Terra para um ritual em busca da proteção da floresta, a comissão de frente apresentou um trabalho bem construído, de bom gosto e de fácil leitura. Com uma boa plástica coreográfica e bailarinos se mostraram bem atuantes, com uma dança enérgica e bem executada. O coreógrafo Paulo Pinna trouxe para avenida um elemento coreográfico no qual os bailarinos puderam executar uma excelente interação, provocando surpresas visuais e um resultado bem interessante. Destaque para o trabalho de criação do coreógrafo e para o trabalho de dança dos bailarinos. Representando os Quíchua ou Runakuna, os guardiões das tradições culturais e linguística dos andinos, os passistas da Porto se apresentaram com uma fantasia leve e fresca, o que somou para a boa apresentação e para a boa comunicação da ala com o público. Leveza, bom humor e bom samba no pé, mas senti falta da energia explosiva e cativante da ala. Bom trabalho apresentado”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

(veja a ordem de desfiles do Acesso):

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

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