Por dentro do barracão: luxo, requinte e imponência marcam plástica da Vila Isabel
Não é novidade para os que acompanhavam Carnaval que a Vila Isabel tem um dos projetos mais audaciosos e adiantados para 2019, quando leva para Avenida o enredo “Em nome do Pai, do Filho e dos Santos – A Vila canta a Cidade de Pedro”. Mas a ideia que temos na cabeça em relação à plástica da escola cai por terra ao entrar no galpão da azul e branco na Cidade do Samba. É ainda maior e melhor do que se imagina.
Por dentro do barracão, luxo e grandiosidade em carros e fantasias. Bastante dourado e muito brilho para contar a história de Petrópolis do jeito que a Vila e a cidade gostam: com requinte e sofisticação. Ao SRzd, o assistente do carnavalesco Edson Pereira, Flávio Magalhães, revelou um pouco dos segredos da plástica tão esperada da escola de Noel.
“É um barracão com cara de Vila. Do jeito que a escola gosta e se identifica. Ela está luxuosa, bem acabada, imponente. Tem um enredo com a cara da escola, que pede esse tipo de plástica”, resumiu Flávio, que aposta no primeiro carro da escola como um dos trunfos para a Sapucaí.
“É difícil escolher um só, mas nós vemos o abre-alas causando um impacto muito forte na abertura da escola, assim como outros carros conseguem seus respectivos efeitos em outros setores.”
O início do desfile da Vila Isabel promete ser um dos maiores do Carnaval 2019. A primeira alegoria é formada por três carros acoplados e chega a 60 metros de comprimento. Predominantemente dourada, ela impressiona pela riqueza de detalhes, luxo e acabamento. Tem tudo pra ser um dos grandes trabalhos artísticos do ano.
“A gente abre a escola com as cores da Vila: o azul, o branco e o dourado, tanto nas primeiras alas, como no abre-alas. Mas a partir do segundo setor, partimos para um colorido maior que o enredo pede”, contou o assistente.
O carro de números dois, que representa os índios coroados e as belezas naturais de Petrópolis, também chama atenção. Com um incrível trabalho de esculturas, a alegoria terá água em cascata e um contraste de cor entre cinza e verde. Os outros três carros também não ficam atrás e acompanham o nível de excelência da plástica da escola. “A maioria das alegorias tem movimento e a última tem uma pitada de emoção”, revelou Flávio Magalhães.
As fantasias, já apresentadas e divulgadas na festa de protótipos que a escola realizou em agosto de 2018, seguem o padrão de grandiosidade dos carros, mas o assistente do carnavalesco Edson Pereira garantiu que são leves. Vale lembrar que a Vila já encerrou a entrega dos figurinos à comunidade faltando duas semanas para o desfile.
“Algumas são realmente grandes, mas são leves. A maioria é feita de vime. Um material mais leve que vai permitir a evolução dos componentes. A gente sabe que o tamanho assusta, mas quem já pegou os figurinos viu que é tranquilo.”
Ajuda a quem cedo madruga
Em ano de dificuldade generalizada para as agremiações do Carnaval carioca, se deu bem quem iniciou o projeto antes. Foi o caso do Vila Isabel.
“A gente começou a trabalhar muito cedo. Logo assim que acabou o Carnaval, nós viemos pra cá ver o que poderia ser reaproveitado. E por ter iniciado lá atrás, conseguimos uma mão de obra e um material mais barato. Com isso, ganhamos tempo também. O Edson trabalha com vários planos na manga, se um não funcionar, ele tem outro, o que facilita bastante”, contou Flávio Magalhães.
Se engana quem pensa que tudo usado na Vila custou caro. A escola também optou por soluções alternativas, como garrafas pet para decorar o carro de número dois. Tudo sem perder a qualidade e a beleza do conjunto.
“A gente garimpou bem o almoxarifado aqui da escola para buscar o que poderia servir e tinha bastante coisa. Mas não perdemos em qualidade de material. O tecido que sobra de uma ala, pode ser usado em outra. Não necessariamente precisamos sempre comprar. Quando você tem tempo, você consegue pensar o que pode usar em uma ala que não vai aparecer, por exemplo”, revelou o assistente de Edson Pereira.
Conheça o desfile
“No primeiro setor, a gente reúne os personagens que ajudam a construir o enredo, que são os dois santos e os dois imperadores. E, com esses quatro elementos, mais o povo da Vila, a gente sobe a serra de Petrópolis. Depois, falamos da serra em si e as belezas naturais da cidade. O terceiro setor é a construção de Petrópolis, onde abordamos a questão dos imigrantes e do progresso com o trem imperial. No quarto, partimos para o período republicano, onde pegamos os fatos políticos e já começamos a puxar para os tempos atuais. Fechamos com o encontro das duas coroas, quando a escola se conhece na história de Isabel, que usou Petrópolis como cenário da sua vida. No final, também fazemos uma referência ao fim da escravidão.”
Confira a série ‘Por dentro do barracão’
Grupo Especial
+ Ilha prepara desfile artesanal, autêntico e com abre-alas grandioso
+ São Clemente bota ‘dedo na ferida’ com carro do camarote e alegoria de ferro
Série A
+ Império da Tijuca dribla crise e mantém plástica grandiosa e de fácil leitura
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