Paolla Oliveira desabafa sobre a cultura da estética e o preconceito no Carnaval

Paolla Oliveira. Foto cedida ao SRzd por Andressa Gomes

Desabafo. A atriz Paolla Oliveira vai estrear novamente. Agora, atuando em Justiça 2, série que chega ao Globoplay em 11 de abril.

Na produção, a artista interpreta Jordana, uma psicopata que se envolve com Milena (Nanda Costa), mulher que cumpre pena por um crime cometido pela personagem de Paolla.

Elas mantêm um relacionamento amoroso na trama. E são justamente as cenas de sexo entre as duas o principal foco da crítica especializada. Para Oliveira, isso é um enfoque ‘mais que ultrapassado’ e retoma, de certa forma, o movimento reativo dela de ter de encarar constantemente questões relacionadas ao corpo e à estética, sobrepondo o essencial.

“Eu tinha tudo para ficar sentada em cima do meu próprio rabo e falar ‘eu não posso reclamar’. Mas eu posso reclamar, sim. A gente sempre tem espaço para se mover dentro da nossa própria vida. Ficar acomodada infeliz é que não pode. Sou uma nova mulher, com pilares mais fortalecidos e com liberdade. E a liberdade dá um pouquinho de trabalho de você escolher o que vai fazer. Temos de viver todo dia para chegar na idade que for bem feliz, olhar para trás e falar: ‘maneiro, que bom que eu passei por tudo isso’”, iniciou em entrevista ao site da Quem.

“O que importa são as cenas quentes, né? Passei um tempão da minha vida vendo minha carreira sendo ali um pouco examinada pelas cenas quentes, com nudez ou sexo, que são coisas que fazem parte da vida. A gente não conta uma história, a não ser que ela seja infantil, sem alguns elementos. Como vi a minha vida também muito cerceada por esse lado, de todas as maneiras tentei sair e consegui. E agora que consegui, quero firmar este desejo de ser maior do que essas cenas. Temos que continuar falando sobre a objetificação em todos os sentidos, com quem é conhecido e quem não é, fora e dentro do trabalho. As coisas têm que ser vistas pelo que tem importância. Será que isso tem importância agora? Talvez tenha um outro contexto, mas nesse trabalho não é o principal, não é o mais importante, e nem na minha carreira era também”, detalhou.

Desfile da Grande Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton
Desfile da Grande Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton

Rainha de Bateria da Acadêmicos do Grande Rio, Paolla foi perguntada se sente algum tipo de preconceito por causa da sua idade. Ela vai completar 42 anos. E respondeu:

“Ah, sim. O Carnaval… Você acha que eu podia estar lá com 40 anos? Eu também (acho que sim), mas as pessoas não acham. Não todas, mas já ouvi ‘ah, você tem 40, já podia parar’. Todo dia aparece uma coisinha. A velha frase ‘tá ótima para 40’, que não é elogio, é uma ‘ofensa’ e não sei se as pessoas se dão conta disso”, defendeu.

Desfile da Grande Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton
Desfile da Grande Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton

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