Orgulho ancestral: Estácio apresenta enredo para disputa do Acesso

Estácio de Sá 2022. Foto: Bianca Guilherme/SRzd

Estácio de Sá 2022. Foto: Bianca Guilherme/SRzd

Neste sábado (13), durante a Feijoada do Leão, a vermelho e branco do morro de São Carlos anunciou seu enredo e apresentou a sua equipe para o próximo Carnaval.

A abertura do evento ficou sob a responsabilidade de Jorge Caetano e da banda Swing Carioca e, também, contou com a presença das coirmãs Unidos de Padre Miguel e Portela.

O enredo Chão de devoção: Orgulho ancestral, será desenvolvido pelos carnavalescos Mauro Leite e Marcus Paulo. A explanação do enredo e entrega da sinopse será em 16 de maio, às 19h30, na quadra da escola.

Entenda o enredo:

“A Estácio de Sá, consciente do seu papel sociocultural, procura evidenciar a cultura do povo preto em um espaço de resistência, a favor do mínimo de dignidade humana e da legitimação de origens e traços culturais, extremamente, rico e diverso e as religiões de matriz africana que desempenham um papel fundamental na sua expressão. E foi com a chegada desse povo, da região congo-angolana, em terras brasileiras que a magia africana se infiltrou nesse solo, criando raízes profundas carregadas de fé, cultura e arte mostrando o poder do renascimento e da transformação. Essa força e magia vieram guardadas no coração dessas mulheres, pretas mães, nossas mães, tias, avós, nossas bases. Não foi nada fácil e, ainda hoje, não é!

O apagamento das histórias e identidades dos pretos e pretas escravizados no Brasil é um fenômeno que ocorreu ao longo de séculos e que tem consequências até os dias atuais. Mas, o nosso povo afro, estrategicamente, criou formas de praticarem suas culturas, sua fé e sua culinária natal. Plantaram suas sementes e, mesmo num solo adverso, puderam florir entre dores e lágrimas. E tem até hoje suas histórias mantidas pela oralidade. A Primeira Escola de Samba do Brasil vem de forma poética numa livre adaptação artística, e, também, baseado em lendas e em ricos relatos, através desse enredo, dar visibilidade as mulheres pretas guerreiras, que aqui serão “chamadas” com seus possíveis nomes de suas terras natais, ainda livres dos horrores que mais tarde as assolariam. As meninas “Kianda e Mwana ya sanza”, Cambinda e Maria Conga, respectivamente, e as estratégias por elas, e, por seus pares, utilizadas em favor da propagação de suas culturas, artes, saberes e suas espiritualidades contra a invisibilidade de suas histórias.

Por fim, cabe salientar que a Estácio tem a clara intenção de combater o apagamento cultural causado por preconceitos estruturais contra tudo que venha do povo afro-brasileiro e a agremiação entende que isso inclui aprender sobre a história das nossas irmãs e dos nossos irmãos vindos de regiões da África, cuja, cultura culminou em solo brasileiro em diáspora africana”.

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