Olha o Neguinho aí, gente! Cantor da Beija-Flor lança ‘Sambas Memoráveis’ dos anos 60

Neguinho da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

Neguinho da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

Prestes a completar 44 anos de Avenida, o cantor e compositor Neguinho da Beija-Flor está realizando um sonho antigo: colocar voz em alguns dos sambas históricos cantados em antigos carnavais por diversas escolas. O projeto “Sambas Memoráveis”, com 12 obras que se destacaram nos anos 60 – o primeiro de uma trilogia -, está à disposição dos apaixonados pelo estilo samba-enredo, através das plataformas digitais. É o primeiro trabalho de Neguinho voltado exclusivamente para serviços de streaming.

O repertório foi escolhido por Neguinho em parceria com integrantes do Doentes da Sapucaí, grupo paulistano formado por admiradores de sambas-enredo do Carnaval carioca, que também cuidou da produção.

Em “Sambas Memoráveis – Anos 60”, a única composição que não faz parte daquela década é “Cânticos à Natureza”, de Nelson Sargento, Jamelão e Alfredo Português, que a Mangueira cantou no desfile de 1955. As demais obras são: “Rio, capital eterna do samba” (Walter Rosa -Portela, 1960; “Seca no Nordeste” (Gilberto Andrade e Waldir de Oliveira – Tupy de Brás de Pina, 1961); “Dia do Fico”, (Cabana – Beija-Flor de Nilópolis, 1962); “Chica da Silva” (Anescarzinho e Noel Rosa de Oliveira – Salgueiro, 1963); “Aquarela Brasileira”, de Silas de Oliveira (Império Serrano, 1964); “Cinco Bailes da História do Rio” (Silas De Oliveira, Ivone Lara e Bacalhau – Império Serrano, 1965); “Mundo Encantado de Monteiro Lobato” (Jurandir, Batista, Darcy da Mangueira, Helio Turco e Luiz – Mangueira, 1967); “Sublime Pergaminho” (Carlinhos Madrugada, Nilton Russo e Zeca Melodia – (Unidos de Lucas, 1968); “Heróis da Liberdade” (Silas De Oliveira, Mano Décio e Manoel Ferreira – Império Serrano, 1969); “Bahia de Todos os Deuses” (Bala e Manuel Rosa – Salgueiro, 1969); e “Yayá do Cais Dourado” (Martinho da Vila e Rodolfo – Vila Isabel, 1969).

Neguinho, o projeto e os sambas memoráveis

Neguinho da Beija-Flor. Foto: Márcia Rodrigues / MR Estúdio Fotográfico

Voz oficial da Beija-Flor, compositor de seis sambas-enredo que a escola de Nilópolis levou para a Avenida (1976, 1978, 1981, 1983, 1984, 1992), e autor de sucessos como “O campeão (Domingo, eu vou ao Maracanã…)”, “A Deusa da Passarela”, “Malandro é malandro, mané é mané”, “Bem melhor que você”, e “Gamação Danada”, com Amir Guineto, entre outros, o artista lamenta que, nos últimos anos, nenhuma obra cantada no Sambódromo carioca tenha se transformado em clássico, caído na boca do povo e ultrapassado o universo restrito aos sambistas.

“Não acho que isso aconteça necessariamente porque a qualidade dos sambas mais recentes seja inferior à dos sambas mais antigos. O espaço pro samba-enredo é que tá ficando cada vez menor nas tevês e nas rádios, perdendo pro sertanejo, pro funk….Mas, claro, que pérolas como essas que estão nesse projeto, com autores que precisam ter seus nomes lembrados, são obras que precisam ser imortalizadas. Por isso a ideia do ‘Sambas Memoráveis’, porque os mais jovens precisam ter acesso a essas obras. É uma coisa de resgate mesmo. Resgatar pra manter viva a cultura do samba-enredo.”

Neguinho explica a razão de incluir entre as 12 faixas, o hino que a Mangueira cantou no Carnaval de 1955, “Cânticos à Natureza”.

“Eu tinha seis anos e lembro de ouvir o Jamelão cantando esse samba. E foi nessa época que eu, menino pobre da Baixada Fluminense, passei a me interessar por samba-enredo. E foi ouvindo a voz do Jamelão, cantando esse samba, que me tornei fã dele. Então, incluir essa obra nessa primeira coletânea, também tem um significado sentimental, porque posso dizer que foi um marco na minha vida”, revelou o artista.

A gravadora Movieplay, especializada no mercado musical digital é a responsável pelo lançamento.

O projeto “Sambas Memoráveis” terá continuidade, com lançamentos futuros de obras históricas dos anos 1970 e 1980

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