Museu do Samba é declarado Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Rio de Janeiro

Governador Claudio Castro sancionou lei de autoria da deputada estadual Dani Balbi; instituição localizada na Mangueira possui o maior acervo do gênero no país

O Museu do Samba foi declarado Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. O reconhecimento veio por meio da Lei 10.360/24, de autoria da deputada estadual Dani Balbi e sancionada pelo governador Claudio Castro na segunda-feira (6). A publicação no Diário Oficial do Estado ocorreu na terça (7). Localizado na rua Visconde de Niterói, nos acessos do Morro de Mangueira, na Zona Norte do município do Rio, o Museu do Samba foi fundado em 2001 e possui o maior acervo do gênero no Brasil, com mais de 45 mil itens em sua coleção.

“Este reconhecimento é fundamental para o Museu do Samba, que é um lugar de preservação de memória e valorização dos sambistas, de suas linguagens e legados culturais e sociais; o título abre caminho para avançarmos na consolidação do trabalho que fazemos há mais de 20 anos, por meio do apoio do poder público, de empresas e instituições comprometidas com ações educativas e culturais voltadas às populações que, embora envolvidas na produção do maior bem cultural deste país, são muitas vezes esquecidas”, afirma Nilcemar Nogueira, fundadora do Museu do Samba.

A Lei 10.360/24 não tem natureza de tombamento, ou seja, não impede alterações nas características e instalações da sede do museu. Ao mesmo tempo, seu texto afirma que o Governo do Estado do Rio de Janeiro poderá apoiar iniciativas voltadas para a valorização e divulgação do Museu do Samba.

“O museu enriquece, valoriza e preserva a memória de uma área importante da nossa cultura. O samba e os sambistas fazem parte da história do país, especialmente do Estado do Rio de Janeiro. É um reconhecimento”, afirma o governador Cláudio Castro.

O projeto de lei da deputada Dani Balbi foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro em 10 de abril deste ano, sendo então enviado para sanção do governador.

“O museu reconhece a função social que o samba desempenha na vida daquelas pessoas que respiram essa atividade, sobretudo crianças e adolescentes. É um local que busca promover a valorização e difusão do samba, o desenvolvimento humano e social de indivíduos em situação de vulnerabilidade social e que atua em prol do reconhecimento da contribuição da população negra na construção do patrimônio brasileiro, buscando o fortalecimento dos sujeitos”, declarou a deputada Dani Balbi.

A secretária de Estado de Cultura, Danielle Barros, ressaltou o trabalho permanente de salvaguarda realizado pelo museu, que vai além do Carnaval. “O Museu do Samba cumpre um importante papel de salvaguarda da nossa cultura e conta ainda com um potente espaço para eventos. Hoje temos o orgulho de fomentar a exposição ‘Heróis da Liberdade’, que conta com patrocínio da Secretaria de Cultura e da Petrobras, através da Lei de Incentivo à Cultura. O Museu do Samba cumpre seu papel de democratização da arte e faz com que o Carnaval não seja celebrado somente em fevereiro, mas ao longo de todo ano”, disse a secretária.

Sobre o Museu do Samba – O Museu do Samba é uma organização social que atua para promover a valorização, a difusão e a preservação da memória do samba e dos sambistas. A instituição oferece uma rica e variada programação cultural e educativa, com exposições fixas e sazonais, eventos musicais, gastronômicos e multimídia.

Possui ainda um Centro de Documentação e Pesquisa do Samba e uma coleção audiovisual com mais de 160 depoimentos originais gravados por grandes nomes da história do samba e do Carnaval exclusivamente para o museu. Seu acervo de mais de 45 mil itens é o maior do Brasil especializado no gênero.

Fundado em 2001 pelos netos do compositor Cartola e sua esposa e baluarte da Mangueira Dona Zica, o museu nasceu com o nome de Centro Cultural Cartola. Em 2015, o local foi rebatizado com o nome atual e ampliou sua atuação. O dossiê que levou o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a conceder às Matrizes do Samba do Rio de Janeiro o título de Patrimônio Cultural do Brasil foi elaborado pelos pesquisadores do museu, com a coordenação de Nilcemar Nogueira.

Exposições e visitação – Atualmente, o Museu do Samba está com seis exposições em cartaz: ‘Aos Heróis da Liberdade’; ‘A força feminina do samba’; ‘Semba/Samba, corpos e atravessamentos’; ‘Samba Patrimônio’; ‘Simplesmente Cartola’ e ‘Dona Zica, da Mangueira, do Rio e do Brasil’. A visitação acontece de terça a sábado, das 10h às 17h, com ingresso a R$ 20 e meia entrada para professores e idosos. Alunos das redes públicas municipal e estadual, crianças com até 5 anos de idade e moradores do Morro da Mangueira têm entrada gratuita.

A instituição também mantém um programa de educação patrimonial com as escolas públicas do entorno e agenda visitas guiadas para escolas privadas e públicas. O museu oferece ainda o pacote turístico Vivência do Samba, com oficinas de samba no pé, percussão e gastronomia do samba.

O endereço do Museu do Samba é rua Visconde de Niterói, 1296, no bairro da Mangueira, localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.