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Mocidade não amassa, mas massageia ego de sua gente ao cantar pedaço do Brasil

A Mocidade Independente de Padre Miguel, seis vezes campeã do Carnaval, foi a terceira escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro 2023 na Marquês de Sapucaí.

Já na madrugada de segunda (20), foi técnica e deixou a marca da cadência de sua inconfundível bateria em todo o conjunto de uma apresentação digna de suas tradições.

+ quesito, enredo:

Para o Carnaval 2023, a Mocidade trouxe para assumir a função de carnavalesco Marcus Ferreira, profissional que recentemente conquistou um título no Especial com a Unidos do Viradouro, fazendo o Carnaval em dupla. Agora, ele assume pela primeira vez neste grupo uma escola em carreira solo.

O título escolhido para o enredo é Terra de meu céu, estrelas de meu chão e viajou no universo das artes figurativas produzidas no Alto do Moura, em Caruaru, no estado do Pernambuco.

Um enredo rico em todo seu conjunto de conteúdo e plástica visual, onde celebra as artes figurativas do Alto do Moura na maior festa popular do planeta – o Carnaval do Rio de Janeiro. A proposta foi festejar a arte pela arte.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “Os componentes estão cantando o samba com cadência, mas não demonstram vibração, empolgação e canto forte. A melodia não está fluente. No que se refere a evolução, escola sustenta o chão e a regularidade entre as alas, porém, não empolgam”.

Cadu Zugliani: “O samba da Mocidade Independente de Padre Miguel é um samba-enredo na concepção da palavra. Conta muito bem a história. É bem melodioso é bonito, mas acho pesado, a comunidade canta muito, mas o samba deixou o desfile morno. Claro que a proposta, até pelo enredo sobre mestre Vitalino, é dolente mesmo. Mas, especialmente desfilando após a Grande Rio, fez diferença”.

Eliane Souza: “Diogo Jesus e Bruna Santos – o lindo casal da escola – com leveza e alegria, atravessaram a Avenida! Dominando suas coreografias, apresentaram uma performance na qual se aprecia a forma atualizada de bailar, com a preservação dos movimentos obrigatórios que edificam o bailado do mestre-sala e porta-bandeira, deixando ‘assinado’ o estilo personalíssimo do mestre-sala e a postura de uma rainha da bela porta-bandeira. Salve o casal da Mocidade”.

Wallace Safra: “A comissão de frente revelou o nascimento de Severino Vitalino, filho de Vitalino Pereira dos Santos através de um presépio nordestino. O corpo de bailarinos entrou muito forte, com expressões marcantes e movimentos precisos, mas ao decorrer do envolvimento com o elemento coreográfico alguns se perderam em alguns momentos, comprometendo a coreografia. Além do elemento também causar algumas instabilidades também. Na parte de cima a encenação foi o destaque, apesar de acreditar faltar movimentos marcantes na cultura nordestina junto a coreografia. Bom trabalho plástico e harmonia do conjunto de bailarinos. A ala de passistas representou os seres híbridos das obras de Manuel Galdino, sendo eles Reis e rainhas do jogo de xadrez. Com muita energia e samba no pé a ala apresentou um trabalho de corpo excelente, entrelaçado a movimentos da dança do samba de múltiplas maneiras e em vários momentos, tudo isso com com um bom desenvolvimento e uma boa evolução na Avenida. Destaque para a performance em conjunto da ala e do trabalho integralizado do diretor e coordenadores. Parabéns”.

Jaime Cezário: “A Mocidade trouxe um enredo que explora a temática nordestina, homenageando os artesões do Alto do Moura da cidade de Caruaru em Pernanbuco. A temática nordestina já foi vista muita vezes nos desfiles de Carnaval e, para fazer diferença, teria de ter uma proposta muito diferenciada e arrojada. No seu desfile, vimos uma história que seguiu pelo roteiro já esperado em nossas cabeças, sendo assim, não causou surpresa alguma. Percebemos que a escola atravessa problemas de contenção financeira, pois vimos a utilização de muitos materiais alternativos. O conjunto do abre alas tinha, mostrou ferros aparecendo e uma das esculturas da procissão do agreste, quando mexia, aparecia sua ferragem, como estava na parte alta da alegoria, era facilmente visível, algo que deve ser penalizado. As fantasias estavam bem estruturadas e não percebi problemas de acabamento. O detalhe do conjunto das indumentárias seguiu pelo caminho seguro e previsível. A Mocidade é a escola que ama abraçar novos conceitos, mas não acredito que a temática nordestina seja o caminho de se reencontrar com o seu brilho de outrora”.

Junior Schall: “O desfile da Mocidade apresentou uma narrativa visual pautada na emoção de uma história bem contada pelo viés do Carnaval. Na obra musical, na costura estética e em todo o desenvolvimento do desfile a Escola a propôs, enlaçada com a sensibilidade e o talento do artista, Marcus Ferreira, um cenário que criasse uma evolução eficiente, não só para o corpo da Escola na passarela, mas também para o melhor do trabalho e retorno dos quesitos técnicos”.

Cláudio Francioni: “A bateria da Mocidade fez um ótimo desfile e ajudou a sustentar um samba pesado que não brilhou na Avenida. Com seu andamento confortável e sua boa afinação invertida, como de costume, Mestre Dudu executou as bossas com exatidão em frente às cabines. Destaque para a fileira de agogôs com duas bocas no fim da bateria, trazendo um suingue a mais em uma região que normalmente é mais pesada”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

A Mocidade Independente soma seis títulos no Grupo Especial, conquistados nos anos de 1979, 1985, 1990, 1991, 1996 e 2017, além do Acesso, em 1958.

+ o desempenho da Mocidade nos últimos seis Carnavais:

(ordem de desfiles – Grupo Especial 2023)

+ domingo, 19 de fevereiro:

1º – Império Serrano (Campeão do Acesso 2022)
2º – Acadêmicos do Grande Rio
3º – Mocidade Independente de Padre Miguel
4º – Unidos da Tijuca
5º – Acadêmicos do Salgueiro
6º – Estação Primeira de Mangueira

+ segunda-feira, 20 de fevereiro:

1º – Paraíso do Tuiuti (11ª colocada do Grupo Especial 2022)
2º- Portela
3º – Unidos de Vila Isabel
4º – Imperatriz Leopoldinense
5º – Beija-Flor de Nilópolis
6º – Unidos do Viradouro

Redação SRzd

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Tags: Desfile das Escolas de Samba do Rio - 2023destaque4-carnaval-rjMocidadeMocidade Independente de Padre Miguel

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