Milton Cunha fala de preconceito, HIV e sexo pleno total

Milton Cunha. Crédito: Reprodução de vídeo

Uau! Milton Cunha sempre tem boas histórias pra contar e, em participação no podcast “Par ou Ímpar”, não foi diferente. Ele foi entrevistado de Maria Ribeiro, nesta segunda-feira (30), e contou sobre a carreira, trabalho e o início da sua vida, em Belém do Pará.

“Eu era uma criança ‘viada’. O eu de 4 anos já tinha esses trejeitos. Meu pai, minha mãe, meus avós ficavam apavorados”, disse o carnavalesco sobre a infância como pessoa LGBTQIAP+ no norte do Brasil.

O apresentador confessa que esperava ter 19 anos para sair daquele lugar: “Eu achava que estava só passando um tempo ali, que ali era uma chuva, uma tempestade e que quando eu fizesse 19 anos, eu iria embora. Eu só tinha que sobreviver até os 19”.

“Esse é o dilema da gay assumida, pintosa. É sobreviver”, refletiu, sobre a vida de um gay assumido.

‘Logo na minha vez?’

A respeito do surgimento do vírus HIV, Milton lamenta: “Quando vem a puberdade, quando vem a hora de soltar a franga, vem a AIDS. A minha juventude, o meu começo de maturidade é a solidão. Eu digo: ‘Poxa, logo na minha vez?’ Uma geração inteira desapareceu nos anos 80, 90, né? Eu não transei o quanto eu tinha que ter transado. Eu não fiz sexo, sou filho da repressão”, relembrou.

O comentarista revelou que, no casamento de 15 anos, valoriza o “sexo pleno total”: “Quando eu transei na plenitude da possibilidade do sexo, foi só aos 45, 50 anos. Ali foi a glória, né? Que é o meu casamento até hoje. Sou casado há 15 anos, e construo no casamento o sexo pleno total. Sou fruto de uma vida louca de sexo enclausurado”.

“As pessoas que não aceitam os direitos humanos, as pessoas que não aceitam a liberdade de ser o que se nasceu pra ser, esta gente eu não quero, eu ponho de lado. Sejam felizes, mas não cheguem perto de mim. Vocês não são minha praia, vocês não são meu grupo. A minha praia é o povo que vive e deixa viver”, concluiu Milton, em recado para os preconceituosos.

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