Maricá não decepciona e eleva patamar do Acesso: luxo e ostentação

Desfiles do Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton

Maricá não decepciona e eleva patamar do Acesso: luxo e ostentação:

Rio 2024: Começou, na noite desta sexta-feira (9), o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Oito comunidades da Série Ouro, o acesso carioca, em destaque no palco maior do Carnaval.

A sexta a desfilar na Avenida foi a União de Maricá. Talvez, a mais esperada noite pelo auto investimento da administração municipal da cidade no projeto da agremiação, inclusive, em seu barracão, Estima-se algo em torno de R$ 8 milhões de aporte; em estrutura e no espetáculo deste ano.

Na pista, foi notável a presença do recurso financeiro. A escola mostrou um padrão de acabamento, uso de materiais e estrutura bem acima das demais concorrentes. Talvez, o impacto da estreia na Sapucaí ainda tenha causado efeitos que brequem sua imediata ascensão.

Veja a análise dos comentaristas do SRzd sobre a passagem da Maricá.

Célia Souto: “A escola desenvolveu o canto do samba-enredo com clareza, garra e força apresentando sincronia e entrosamento em relação ao ritmo e melodia. A evolução fluiu com naturalidade e regularidade demonstrando um chão equilibrado juntamente com a dança. Destaque para o empenho dos componentes em manter a tenacidade do samba na sua totalidade. Um desfile empolgante no que se refere à harmonia e evolução”.

Eliane Souza: “Simplesmente lindo. Um bailado natural, realizado com leveza, uma performance perfeita, na qual se evidenciaram os giros no ABANO, seguros e potentes de Giovanna Justo, plena e poderosa em sua dança de porta-bandeira. Experiência e dedicação, beleza e competência. Ela, dançando para desfraldar o pavilhão, abriu espaço para Fabrício Pires dançar e ele, bailando para louvar o pavilhão e cortejar sua dama, se apresentou com grande habilidade, executando o CRUZADO com um suave beija-flor, o VOLEIO com discreta falsa queda, o MEIO-SAPATEADO seguido de CARRAPETA lateral, que se sincronizou em novo CRUZADO. A PEGADA-DE-MAO feita com delicadeza, fez a porta-bandeira girar no AVIÃOZINHO e a APRESENTAÇÃO DE BANDEIRA se fez com elegância! Reverências, piruetas singelas e um deslizar harmonioso, no qual observou-se as qualidades da dança do casal que transformou suas características pessoais de dançar, (ele, das artes marciais; ela, do pisar forte das cabrochas mangueirenses) em um estilo diferenciado e pleno de cortesia e um toque, nostálgico, de romantismo! Um casal que trouxe para o desfile o bailado natural e ancestral! Adorei o que apreciei! Axé, Fabrício e Giovanna”.

Wallace Safra: “Trazendo a essência da criação de um samba da poesia como inspiração que ecoa nos morros, o coreógrafo trouxe para Avenida um verdadeiro casamento dos bailarinos com um enorme pandeiro, onde se apresentaram, evidenciando a apresentação do corpo de bailarinos. A coreografia foi muito bem construída, muito bem executada, enérgica, com uma beleza plástica e emocionante. O pivô da comissão mantém a energia durante e fora da apresentação, tudo com muita excelência e, evidentemente, com muita técnica e dedicação. O elemento cenográfico foi fundamental para a construção do desenho coreográfico construído e, sem dúvida, deu um tom especial, com elevações e movimentações oriundas das batidas do instrumento com o movimento corporal proposto pelo coreógrafo. Lindo trabalho”.

Jaime Cezário: “A União de Maricá, enfim, fez sua estreia na Marquês de Sapucaí, e foi aquilo que era esperado, afinal, com uma ajuda de 8 milhões de reais de sua prefeitura, não poderia ser diferente: luxo e ostentação. O enredo homenageava o compositor Guaracy Santana, o Guará. O seu desenvolvimento não foi claro, necessitando da ajuda do roteiro para entender as nuances do projeto. Com tanta ostentação, fica difícil para um simples mortal entender, como exemplo, que a ala do menor abandonado, referência ao samba da São Clemente, tinha uma capa dourada e mais alguns requintes. As fantasias mais bem acabadas até o momento, tendo alas trazendo as saudosas plumas. As alegorias não ficaram atrás, com muito luxo, movimentos, materiais requintados e tudo aquilo que o dinheiro permite. Estava bonito, mas fica a pergunta: o entendimento era fácil? Vamos aguardar a abertura dos envelopes para saber se todos entenderam de forma clara a homenagem singela ao compositor Guará”.

Bruno Moraes: “A bateria Maricadência fez ótimas apresentações ao júri. O estreante, Mestre Paulinho Esteves, foi muito bem na condução dos seus ritmistas. Na largada, o puxador entrou atravessado e o Mestre rapidamente, com muita sabedoria, corrigiu o problema. As bossas foram bem executadas e ajudaram na performance do samba. Embora a roupa fosse muito quente e alguns ritmistas passassem mal no segundo box, o ritmo não foi comprometido. A história está sendo contada, pois é a primeira vez que esta bateria pisa na Sapucaí e foi com o pé direito”.

Wallace Safra: “Com um figurino luxuoso, bordado e imponente, a ala de passistas se apresentou digna e com uma alegria notável de quem estava muito realizado com a valorização da sua arte. Com um samba no pé coerente e harmonioso, a ala fez um trabalho bem feito e entregou o esperado. Destaque para a atuação da coordenadora, que construiu um belo trabalho”.

+ ENTREVISTAS NO DESFILE 

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+ Carnaval 2024:

O esperançar do poeta, assinado por André Rodrigues. Este é o enredo da escola que ficou com o 2º lugar na Série Prata no Carnaval de 2023.

O samba é de autoria dos compositores Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Junior Fionda, Camarão Neto, Víctor do Chapéu, Jefferson Oliveira, Marquinho Abaeté e André Do Posto 7.

+ ordem oficial de desfiles da Série Ouro 2024:

9 de fevereiro – sexta-feira

1ª – União de Parque Acari
2ª – Império da Tijuca
3ª – Acadêmicos de Vigário Geral
4ª – Inocentes de Belford Roxo
5ª – Estácio de Sá
6ª – União de Maricá
7ª – Acadêmicos de Niterói
8ª – Unidos da Ponte

10 de fevereiro – sábado

1ª – Sereno de Campo Grande
2ª – Em Cima da Hora
3ª – Arranco do Engenho de Dentro
4ª – União da Ilha
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – São Clemente
7ª – Unidos de Bangu
8ª – Império Serrano

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