Marcelo Alves propõe mudar modelo comercial do Carnaval do Rio

Marcelo Alves. Foto: Divulgação

Marcelo Alves. Foto: Divulgação

“O modelo comercial do carnaval do Rio está desatualizado e precisa ser mudado urgentemente”, afirma o presidente da Riotur, Marcelo Alves, que aponta não fazer sentido as escolas passarem todo ano por essa angústia de esperar para saber se a Prefeitura do Rio vai ou não liberar verba de patrocínio.

O assunto veio à tona esta semana com a declaração do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, de que, em 2020, provavelmente o município não participará com qualquer subvenção para as agremiações.

“As escolas terão condições de faturar 10 vezes mais do que ficam pedindo para a Prefeitura se o modelo comercial do carnaval carioca for revisto. Até porque não é justo tudo recair sobre o poder público, que já tem uma série de responsabilidades de infraestrutura que não iremos abrir mão, como os 57 milhões de reais investidos este ano, em itens como segurança, limpeza e iluminação”, defendeu o presidente da Riotur.

Para Marcelo Alves, passado o desfile das campeãs, no sábado, é preciso que a Riotur, a Liesa e a Rede Globo — como veículo que já comercializa a transmissão dos desfiles — convoquem profissionais de marketing e publicidade para que todos “sentem e criem um mega plano comercial e de marketing para o carnaval carioca”, o que ele garante não existir até hoje.

“Está na hora de parar de pensar no carnaval apenas como um evento que acontece durante um mês, em fevereiro ou março. Carnaval é o maior espetáculo do mundo e pode permitir desdobramentos, como eventos e ativações, durante o ano inteiro. E isso é que tem que ser vendido aos patrocinadores”, alertou Alves.

O envolvimento da Rede Globo acaba sendo crucial porque a Liesa vendeu para a emissora o direito de arena. Com isso, as escolas não podem, durante seu desfile, exibir marcas que colidam com as dos patrocinadores da transmissão.

Transmissão do Carnaval pela Globo. Foto: Reprodução
Transmissão do Carnaval pela Globo. Foto: Reprodução

Mas Marcelo Alves reforça que, se houver um plano único e amplo de comercialização — envolvendo a Globo –, que extrapole o período do carnaval e a transmissão dos desfiles, as escolas poderão levar as marcas patrocinadoras para as suas quadras e para todos os seus eventos prévios, como as disputas para a escolha dos sambas enredo, as apresentações das fantasias e os ensaios técnicos.

Este formato, ressalva o presidente da Riotur, não impede que as próprias escolas de samba se organizem para conseguir outros patrocínios da iniciativa privada. “A única preocupação será não colidir com os grandes patrocinadores anuais. Não faz sentido uma cervejaria trazer sua verba para todo o evento, e a escola receber uma parte deste valor, e uma cervejaria concorrente comprar o direito de exibir sua marca na sua quadra”, explicou.

Diz o presidente da Riotur que, paralelamente, o órgão de turismo do município continuará trabalhando a comercialização da área externa do Sambódromo, para também aumentar o peso da participação da iniciativa privada no evento. “Foi a Riotur que, depois de saber que perdemos o patrocínio do Uber, correu atrás do apoio da Light, conseguindo a colaboração do estado do Rio de Janeiro, através da Lei do ICMS”, revelou Alves. Este ano, o Sambódromo também teve o patrocínio da cerveja Itaipava, por exemplo.

Os males do Sambódromo

O próprio abandono da passarela do samba fora do período de carnaval está sendo motivo de debates. O governador do Rio, Wilson Witzel, chegou a chamar o espaço de “a nossa Times Square”, afirmando que quer levar restaurantes e show para que o local seja mais do que a passarela do samba pelo ano todo.

Os próprios usuários e os promotores dos luxuosos camarotes montados para o desfile criticam as péssimas condições das áreas de acesso, tanto no entorno da Marquês de Sapucaí quanto nos corredores internos, tão esburacados que não resistem à chuva sem ficar empoçados e enlameados.

Marcelo Alves se espanta pelo Sambódromo não ter sido pensado profissionalmente como local de espetáculo. “Qualquer arena do mundo tem lugar marcado. No Sambódromo não. E nem dá para colocarmos assentos, como foi feito no Maracanã, porque as dimensões não permitem. Ali, além de você ser obrigado a sentar no cimento quente, se levantar, perde seu lugar!”, lamenta o executivo.

Telão de LED no sambódromo. Foto: Reprodução
Telão de LED no sambódromo. Foto: Reprodução

Como exemplo da modernização que a Riotur já está buscando fazer no espaço, Marcelo Alves cita a instalação de telões de LED neste carnaval. “Toda arena moderna, no mundo, tem telões para o público poder ver detalhes das transmissões. Esse ano, já conseguimos colocar vários no Sambódromo”, ele comemora.

Assim como já acontece em eventos esportivos nos Estados Unidos, os telões na Sapucaí poderão também transmitir comerciais dos patrocinadores e criar ações de entretenimento durante os intervalos dos desfiles, como brincar colocando em cena casais se beijando ou mostrando situações divertidas do público.

Fonte: Janela Publicitária

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