Mangueira tem ensaio marcado por protestos e rainha Evelyn Bastos se destaca

Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

Segunda escola a se apresentar, a Mangueira começou seu ensaio sob forte chuva e levantou toda arquibancada do setor 1. Com o enredo que exalta os heróis esquecidos da história, a comunidade mostrou entrosamento e cantou com força o samba para o Carnaval 2019.

A escola fez um treino politizado e com ares de protesto. A começar pela citação à Marielle Franco em seu samba-enredo. A viúva da ex-vereadora, Mônica Benício, desfilou pela verde e rosa. Bandeiras com a imagem de Marielle foram levadas para a pista. Alguns componentes também trouxeram mensagens de apoio às vítimas da tragédia de Brumadinho em suas fantasias.

Outro destaque positivo ficou por conta da rainha de bateria Evelyn Bastos, que veio amordaçada, caracterizada de Escrava Anastácia, um dos nomes excluídos dos documentos formais. A rainha priorizou movimentos que traziam referência aos tempos sombrios da história do Brasil.

O que também marcou o treino da escola foi a prisão do intérprete Marquinho Art’Samba, logo após o fim da passagem da agremiação pelo Sambódromo. A Mangueira optou não se manifestar a respeito do caso.

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Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

Comissão de Frente

A Mangueira contou com uma grande novidade no quesito com a chegada dos coreógrafos Priscila Motta e Rodrigo Negri. Conhecidos pelas inovações nas últimas escolas por onde passaram, o casal fez mistério quanto a coreografia oficial.

De acordo com o comentarista Márcio Moura do SRzd, a comissão emocionou: “Bailarinos cantando forte, sincronizados e apresentando uma coreografia, ao meu ver, criada para este ensaio. A montagem do pavilhão sempre emociona a plateia. Cartada certa da dupla. Aliado a isso, bailarinos que acompanham a dupla nessa trajetória vitoriosa de anos e que prometem emocionar mais uma vez no desfile oficial”.

 Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

Com a passarela do samba molhada, após forte temporal, o casal mangueirense Matheus Oliverio e Squel Jorgea  manteve o padrão de qualidade do bailado. A dupla trouxe uma coreografia marcante, onde bailado tradicional se fazia presente em todos os setores.

– Veja o casal da Mangueira com participação de Alcione no ensaio técnico

Para a comentarista do quesito, Eliane Souza, o casal da verde e rosa passou pela Sapucaí com elegância: “O casal da Estação Primeira de Mangueira trouxe para o ensaio o ancestral bailado do mestre-sala e da porta-bandeira. Passos e gestual característicos dos dançarinos mangueirenses marcaram a coreografia de Matheus Oliverio. A porta-bandeira Squel Jorgea conduziu com garbo e arrojo o pavilhão verde-rosa, sendo cortejada e conduzida por seu par.
Considero plangente dois eventos: os pés descalços da segunda-porta-bandeira e a ausência do terceiro casal”.

Samba-enredo

Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

Um dos sambas mais cantados no pré-carnaval, a obra composta por Danilo Firmino é uma das mais tocadas nos vagões por artistas de rua, como foi compartilhado recentemente pelo carnavalesco Leandro Vieira. A música também está nos primeiros lugares de plataformas digitais, como Spotify.

No ensaio técnico, não foi diferente. O samba cantado pela voz marcante de Marquinhos Art’Samba ganhou ainda mais força entoada pela nação nação mangueirense. Chamou atenção seu ritmo cadenciado, proporcionado pelo andamento da bateria.

Bateria

Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

Com sua pegada característica, a bateria se fez presente sobre o comando de mestre Wesley, presenteando as arquibancadas com uma ‘paradona’ na parte final do samba que levou ao delírio público presente. Destaque para a rainha de bateria Evelyn Bastos, a rainha que, de punho cerrados, fez referência às lutas sociais.

– Veja a apresentação da bateria

Harmonia

Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

A comunidade potencializou o samba e levantou a Avenida. Os componentes entenderam a proposta do que foi cantado e mostraram um ensaio mais politizado e aguerrido sob os gritos de ‘Marielle’, vereadora assassinada em março do ano passado.

Evolução

Ensaio técnico da Mangueira (17/02/19). Foto: SRzd

A Estação Primeira é conhecida por ser uma agremiação numerosa. Dessa vez, ela veio mais compacta. Porém, os componentes não fizeram por menos. Muitos demonstram forte emoção em momentos específicos do samba. A escola também não teve problemas no desfile e passou coesa pela Marquês de Sapucaí.

Durante os ensaios técnicos, a equipe do SRzd está no espaço do Camarote Vivant!, no Setor 4 do sambódromo. Veja aqui como adquirir seu ingresso para o Camarote Vivant!

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