A transgressão que a Mangueira propõe para o seu desfile no Carnaval de 2018, quando levará para a Sapucaí o enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco!” – que nasceu a partir de uma crítica ao corte dos repasses às escolas de samba ditado pelo prefeito Marcelo Crivella, estará não apenas nos temas de suas fantasias, mas também na concepção e nos materiais dos figurinos.
O carnavalesco Leandro Vieira afirmou que vai despir a verde e rosa de luxo, brilho, penas e resplendores, para vesti-la de remendos, adereços inusitados, tecido barato e encardido. A promessa é de uma ressignificação da própria indumentária comum à Sapucaí para abordar, numa espécie de crônica das polêmicas recentes, assuntos que vão da nudez e do machismo à dita “cura gay”.
“A ideia é deixar de lado os modelos tradicionais de fantasias. E, claro, fazer disso tudo arte. O enredo surgiu de uma decisão do prefeito. Mas não se trata de uma rixa política. É uma possibilidade de discussão também das pautas atuais. Eu me aproximo do Carnaval de rua para me apropriar de uma subversão que há tempos anda afastada do sambódromo, mas que cresce nos blocos. Vamos convidar o Carnaval de rua a invadir a Sapucaí, com o espírito de liberdade e de deboche, mesmo sem dinheiro”, explicou o artista ao jornal “O Globo” , que apresentará nesta quarta-feira (11) parte das fantasias da verde e rosa.
Placas com recados e mensagens divertidas, irônicos e de tom crítico, estarão espalhadas pela Avenida. Uma delas remete à letra do samba-enredo da escola: “Pecado é não brincar o Carnaval”. Outra recorda a peça de Nelson Rodrigues “Toda nudez será castigada”. E em letras garrafais, também aparecem frases como “Seu machismo é brochante”, “Bela, recatada e do lar”, “Em nome da moral e dos bons costumes” e “Faça o bom porque o mundo vai mal”.
“A inspiração está nas minhas experiências de brincar Carnaval como folião de bloco. Sempre me animou a capacidade de se divertir e se fantasiar com pouco dinheiro, de usar o espaço das ruas para reinterpretar a realidade. Fui criado no subúrbio, vendo as fantasias de Pai João e bate-bolas. Mais velho, passei a frequentar os blocos do centro e de Santa Teresa. Isso fica na memória”, disse Leandro.
O carnavalesco revelou que parte do material usado nas fantasias estão sendo comprados em lojas da Saara, como fazem os foliões do Carnaval de rua. A diferença é que, no desfile, é dado um tratamento muito mais artístico.
As escolas de samba também serão retratadas. Mas, em tempos de poucos recursos, as bandeiras da Mangueira e da Portela estarão penduradas em cabos de vassoura, numa referência à música “Camisa listrada”, interpretada por cantoras como Carmen Miranda.
“São as escolas que perdem a grana, mas não perdem sua nobreza ancestral, que permanece imaculada. É uma corte de plebeus. É o dizer ‘não, careta’, aqui você não determina nada. Você não é a lei, não veta. A matéria que constitui a arte não está sob o domínio da sua sombra.É um Carnaval mais barato mesmo. Só que meu trabalho é deixar isso bonito”, disse Leandro.
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