Mãe Meninazinha de Oxum é marca da apresentação da Unidos da Ponte

Mãe Meninazinha de Oxum é marca da apresentação da Unidos da Ponte

Mãe Meninazinha de Oxum é marca da apresentação da Unidos da Ponte

A tradicional Unidos da Ponte foi a segunda escola a pisar na Avenida na segunda noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

A presença altiva e iluminada de Mãe Meninazinha de Oxum, homenageada pela agremiação, foi o destaque da apresentação e ponto alto de reflexão em tempos de intolerância religiosa.

+ em busca do Acesso:

Liberte nosso sagrado: o legado ancestral de Mãe Meninazinha de Oxum foi o título do enredo 2023 da Ponte. O enredo foi desenvolvido pelos carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz.

Em busca de um lugar ao sol na divisão principal do Carnaval, o tema abordou a saga contra o racismo religioso de uma das mais importantes Iyalorixás do Brasil. A narrativa celebra também a ligação da mãe de santo com a cidade de São João do Meriti, sede da agremiação.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “Os intérpretes iniciam o desfile apresentando o samba-enredo com determinação e entrosamento entre ritmo e melodia. Musicalidade bem elaborada e ritmo cadenciado. Os componentes seguem o ritmo desenvolvendo o canto, porém, com algumas irregularidades em relação a totalidade do samba. Em algumas partes do canto é possível observar uma perda na força do canto devido alguns componentes que não estavam comprometidos em cantar o samba na sua totalidade. As alas posteriores a bateria apresentaram irregularidade e oscilação no andamento do chão interferindo num bom desempenho da evolução”.

Jaime Cezário: “A ideia do enredo em homenagear a luta de Mãe Meninazinha de Oxum na sua saga para resgatar os objetos sagrados que foram presos pela intolerância religiosa é excelente. Acompanhando o desfile apresentado com o roteiro fornecido, foi perceptível erros de posicionamento do primeiro tripé da escola, assim como a posição de várias alas que não obedeciam a ordem fornecida. Se essa alteração não foi comunicada aos julgadores do quesito, sofrerá penalidades. Inclusive com a falta da ala de passistas. As fantasias apresentadas primaram pela simplicidade, sem grandes lampejos criativos. Tudo foi feito com carinho, mas era notória a falta de recursos para voos maiores da arte criativa dos carnavalescos. O abre-alas da escola impressionou pelo destaque do dourado e branco e com muitas esculturas. Era perceptivo que no projeto das alegorias houve uma readequação de esculturas utilizadas em outros carnavais, mas tudo muito bem adequado, e com novo tratamento”.

Wallace Safra: “A coreógrafa Alessandra Oliveira trouxe para Avenida uma homenagem a Marcolina de Oxum e os bailarinos demonstraram muita força nas expressões e no trabalho de corpo apresentado, mas faltou dinâmica na coreografia e agilidade na colocação de acessórios da Oxum, proposta pela coreógrafa, o que comprometeu o impacto no público e provavelmente na visão dos jurados. Trabalho plástico agradável e coreografia harmoniosa. Sobre ala de passistas, infelizmente não teve ala na Avenida”.

*segundo apurou a reportagem do SRzd, um atraso na entrega da roupa dos passistas foi a causa da ausência do segmento do desfile.

Cadu Zugliani: “Samba da Unidos da Ponte passou correto. Tem alguns momentos de brilho, outros nem tanto. Achei um pouquinho pra frente no andamento, mas nada que comprometesse. Uma coisa me chamou a atenção; a parte do final da segunda parecia mais forte no canto do que o próprio refrão. A melodia permitia que o componente soltasse o canto neste trecho. Por falar em canto, senti falta na escola no geral”.

Eliane Souza: “Emanuel Lima e Thaynara Matias, com leveza e graça, dançaram ocupando o espaço reservado para a realização de sua performance. O casal demonstrou excelente domínio de seus movimentos obrigatórios, que lindamente sincronizados, construíram o bailado. Com cortesia e elegância, o mestre-sala conduziu a dança e a porta-bandeira, que com destreza realizou os giros do abano e foram muito competentes no sincronismo da pegada de mão com o aviãozinho. Destaque para a forma atualizada como foi realizado o balanço, quando a porta-bandeira se deslocou pelo espaço, num zigue-zague para então se posicionar em frente a seu cavalheiro que, atencioso a aguardava, para então recomeçarem seu bailado. Um momento lindo”.

Rachel Valença: “A Unidos da Ponte fez um desfile surpreendente, com o samba rendendo mais do que se esperava e a bateria com performance coreográfica que sempre empolga a arquibancada. Mas é impossível não lamentar a ausência da ala de passistas, impedida de entrar pela falta de fantasia, não entregue a tempo. Decisão a lamentar: uma escola de samba sem samba no pé, é triste. No desfile de ontem, a Estácio de Sá teve coragem ao não privar seus passistas de desfilarem sem fantasia. Pode ser penalizada, mas não privou seus melhores bailarinos de celebrar com o resto da escola, por algo de que não tinham culpa. Axé aos passistas da Ponte”.

Cláudio Francioni: “A bateria da Unidos da Ponte fez um bom desfile. Apostando em um andamento bem acelerado que se sustentou bem durante a apresentação, a bateria de Mestre Branco trouxe bossas arriscadas, principalmente na questão coreográfica. Em uma delas, os ritmistas formavam uma fila e trocavam de lugar enquanto tocavam. Ainda no primeiro recuo, fora de desfile, a bateria executou uma outra bossa onde somente os atabaques tocavam e o cantor da escola acabou perdendo o click do andamento. Logo após a falha, Mestre Branco pediu novamente a mesma bossa, porém, desta vez, o cantor entrou na bateria para se aproximar dos atabaques e o problema foi resolvido. Ressalto a importância de Vitinho, mestre do Império Serrano que fez parte da diretoria da Ponte e auxiliou o intérprete em todas as vezes que a bossa foi feita durante o desfile”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

(veja a ordem de desfiles do Acesso):

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

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