Liesa não descarta Carnaval sem vacina: ‘Imunidade de rebanho é uma possibilidade’

Samba da Grande Rio é o favorito de Rachel Valença. Foto: Riotur

Samba da Grande Rio é o favorito de Rachel Valença. Foto: Riotur

Em entrevista ao O Dia, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Jorge Castanheira, falou sobre a indefinição quanto à data dos próximos desfiles na Marquês de Sapucaí. O dirigente afirmou que o Carnaval pode acontecer sem vacina, desde que haja uma ‘imunidade de rebanho’ e que o evento seja liberado pela autoridades sanitárias.

“Acredito que essa imunidade de rebanho, o efeito platô, seja uma possibilidade para a realização do evento, mas quem vai poder definir são as autoridades médicas e sanitárias”, disse o presidente, que completou: “Só haverá Carnaval com a liberação da ciência e com imunização, seja pela vacina ou por essa imunidade de rebanho, isso é consenso entre as escolas. Não colocaremos as pessoas em risco”.

A expectativa é que a Liesa se reúna nos próximos dias com a prefeitura, o governo estadual, a TV Globo e autoridades médicas e sanitárias para discutir o caso.

Nesta quinta-feira (27), o colunista Ancelmo Gois, do O Globo, afirmou que as agremiações anunciarão em setembro o cancelamentos dos desfiles de fevereiro. A tese foi negada por Gabriel David, conselheiro da Beija-Flor, que disse não haver definição ainda sobre o caso e que a questão será discutida na próxima plenária da Liesa, prevista para segunda quinzena de setembro.

“É precipitado tomar uma decisão. As informações sobre a doença mudam rapidamente. Daqui a um mês e meio, na plenária, poderemos ter outro cenário”, afirmou Castanheira.

Jorge Castaneira em Assembleia Geral da Liesa (10/07/19). Foto: Henrique Matos

Em meados de junho, o jornalista e diretor do SRzd, Sidney Rezende, antecipou que o Carnaval 2021 não seria realizado sem uma vacina contra a Covid-19. Um mês depois, as escolas do Grupo Especial se reuniram em plenária da Liesa para tratar do caso. A posição tomada pelas agremiações foi de aguardar até setembro, para avaliar melhor a pandemia e bater o martelo sobre os desfiles.

Em entrevista ao final da reunião, Jorge Castanheira, afirmou que seria praticamente inviável transferir os desfiles para junho de 2021. Ao O Dia, ele reforçou a posição e disse não esperar que as escolas sigam a ideia de Salvador, que transferiu o Carnaval para o meio do ano que vem e pediu que grandes centros, como Rio e São Paulo, façam o mesmo.

“Nossa expectativa não é um adiamento, por conta da preparação das alegorias e fantasias. Se passarmos para julho, por exemplo, quando acontecerá o de Salvador, as escolas terão pouco tempo para fazerem o desfile de 2022”, afirmou o presidente da Liesa.

O que é imunidade de rebanho?

Plenária da Liesa (14 de julho de 2020). Foto: Jonathan Maciel

Imunidade de rebanho é um termo usado para se referir à situação onde muitas pessoas ficam imunes a uma determinada doença. Por adquirir tal imunidade, as pessoas impedem que o vírus se propague, interrompendo o fluxo contagioso.

A imunidade é adquirida graças à produção de anticorpos que combatem a doença. Isso pode acontecer através de uma vacinação ou por uma contaminação do vírus em si.

Alguns acreditam que a desaceleração na taxa de transmissão da Covid-19 no Brasil, bem como a diminuição da média móvel de mortes, estejam atreladas a tal imunidade de rebanho. Ao todo, o país já soma 3.761.391 casos de infecção por coronavírus e 118.649 óbitos, em boletim divulgado nesta quinta-feira (27).

Contudo, alguns países do mundo, inclusive o Brasil, como em São Paulo, já registraram casos de reinfecção da doença, o que mostra que contrair o vírus não necessariamente gera a imunidade necessária.










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