Lierj emite nota oficial sobre despejo de agremiações de seus barracões

Logo da Lierj. Foto: Reprodução

Logo da Lierj. Foto: Reprodução

A Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), responsável pelas escolas de samba da Série A, emitiu uma nota oficial sobre o despejo de agremiações de seus barracões. Pronunciamento ocorre após Inocentes de Belford Roxo e Acadêmicos de Santa Cruz terem recebido ordem de despejo na última quinta-feira (02).

Para a Lierj, a situação está “cada dia mais crítica”. A Liga afirmou que o poder público não tem dado a devida assistência às agremiações da Série A. “É extremamente preocupante observar que as desocupações vêm ocorrendo sem qualquer tipo de planejamento por parte do poder público e da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, responsável pela maior parte das ações de despejo”, escreveu.

A associação também destaca que a Riotur, órgão da Secretaria Especial de Turismo da cidade do Rio de Janeiro,  havia prometido viabilizar um terreno para que as escolas de samba pudessem realizar os trabalhos em segurança. “A Lierj já oficializou o pedido e efetuou todos os procedimentos indicados, porém, até o momento, ainda não teve um retorno concreto”, afirmou.

Leia nota na íntegra:

Estamos no segundo semestre de 2018 e a situação dos barracões das escolas de samba da Série A fica a cada dia mais crítica. Cinco agremiações já foram desalojadas: Alegria da Zona Sul, Unidos de Bangu, Inocentes de Belford Roxo, Acadêmicos de Santa Cruz e Acadêmicos do Sossego, além da Unidos do Porto da Pedra, que já está com ordem de despejo e sem local para levar as alegorias. No mesmo caminho, a Rocinha também vem sendo processada, assim como há um sério risco para a Renascer de Jacarepaguá.

É extremamente preocupante observar que as desocupações vêm ocorrendo sem qualquer tipo de planejamento por parte do poder público e da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, responsável pela maior parte das ações de despejo.

Até o momento, o que vem sendo notado é que as escolas estão sendo removidas e jogadas ao relento, sem que haja a indicação de outros espaços para que os carros alegóricos e os materiais possam ser preservados e transferidos, de forma que os trabalhos continuem sem prejuízo ao Carnaval da Série A do Rio de Janeiro e, consequentemente, aos artistas que vivem dessa manifestação cultural.

Sabe-se que a CDURP, inclusive, já agendou reuniões com Polícia Militar, CET-Rio, Comlurb, Defesa Civil, SECONSERMA, Superintendência Regional do Centro, Guarda Municipal e outros órgãos para desocupar o barracão da Unidos do Porto da Pedra.

O receio maior é que ocorra algo semelhante ao drama já observado nessa quinta-feira (2), quando uma viatura da Polícia Militar chegou ao espaço onde estão a Santa Cruz e a Inocentes com um oficial de justiça executando a ordem de despejo imediato.

Vale ressaltar, ainda, que vêm sendo comuns os casos de incêndios envolvendo barracões da Série A. Só neste ano, por exemplo, o fogo já destruiu alegorias e trouxe incontáveis prejuízos para escolas como Porto da Pedra e Unidos da Ponte.

Após muita procura e insistência por parte da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a Riotur havia prometido em maio viabilizar junto à Prefeitura a cessão de um terreno para que as escolas de samba pudessem realizar os trabalhos em segurança e em condições dignas. A Lierj já oficializou o pedido e efetuou todos os procedimentos indicados, porém, até o momento, ainda não teve um retorno concreto.

Nunca é demais recordar que, no Carnaval de 2018, a verba (que já sofrera um corte de 50% e um impacto direto de 75% no valor total) só foi liberada a menos de duas semanas para os desfiles. Na ocasião, houve uma promessa da Riotur para que as conversas fossem antecipadas e esse problema não se repetisse no ano seguinte.

Enquanto isso, já estamos em agosto e a maioria das escolas de samba da Série A sequer possuem um local para construir o Carnaval.

A Lierj ressalta que, além de estar acompanhando tudo de perto, manifesta total apoio e suporte às agremiações, além de não medir esforços para que as promessas do poder público sejam cumpridas e o Carnaval da Série A não seja ainda mais prejudicado.

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