Leandro Vieira é indicado a um dos mais importantes prêmios de arte contemporânea

Pela primeira vez em 11 edições, o Prêmio Pipa tem entre seus finalistas um artista ligado ao Carnaval. Leandro Vieira, carnavalesco da Mangueira e do Império Serrano, concorreu com outros 71 indicados no primeiro turno. Agora, Leandro é um dos 20 artistas que passaram para a segunda etapa.

Na categoria Pipa Online 2020, o vencedor será o artista que receber o maior número de votos em sua página ao final do segundo turno e receberá uma doação de R$ 15 mil. O segundo turno de votação começa neste domingo (16) e vai até o dia 23 de agosto. Para os apaixonados por Carnaval que queiram votar em Leandro Vieira, acesse aqui.

O objetivo do Prêmio Pipa é divulgar e estimular a produção de arte contemporânea no Brasil e consagrar artistas brasileiros de trajetória recente, mas cuja produção já seja reconhecida pela crítica e pelo mercado de arte brasileiros, mapeando talentos promissores nas cinco regiões brasileiras. Além do troféu online, quatro finalistas serão escolhidos pelo Conselho do Prêmio e um vencedor será indicado pelo Júri da Premiação. Para ver a lista com todos os artistas indicados, clique aqui.

Para o carnavalesco e comentarista Milton Cunha, “ter os desfiles do Leandro concorrendo como Evento de artes plásticas, comunica aos sambistas o triunfo da representatividade deste universo, na vida cultural da cidade. Ganha o samba, ganha a cidade que entende o cortejo do samba como expressão artística de seu povo. A praça da Apoteose abraça o museu; Joãozinho vale Picasso. Leandro honra Oiticica e Sargento”.

Leandro Vieira

Artista plástico formado pela Escola de Belas Artes da UFRJ, o carioca Leandro Vieira atua na cena carnavalesca desde 2015. À frente dos projetos artísticos da Estação Primeira de Mangueira, conquistou dois campeonatos: em 2016, com “Maria Bethânia – A menina dos olhos de Oyá”; em 2019, com “História pra ninar gente grande”. Nos últimos anos, tem desenvolvido propostas conceituais que ultrapassam os contornos dos desfiles para a avenida. Em 2017, sua produção debruçada sobre a religiosidade popular, base do enredo da Mangueira naquele ano, foi documentada pelo IPHAN na publicação “Arte e Patrimônio no carnaval da Mangueira” e levada ao Paço Imperial do Rio de Janeiro em exposição individual batizada de “Bastidores da Criação – Arte aplicada ao Carnaval”. Em 2018, criou a instalação interativa “Carnaval: grito de quê?”, desenvolvida em parceria com o artista Ernesto Neto, para a exposição “O Rio de samba: resistência e reinvenção”, que ocupou o Museu de Arte do Rio (MAR). Em seu mais recente desfile – Mangueira, 2020 – enfrentou a resistência conservadora ao apresentar a biografia de Cristo com nuances político/sociais contemporâneas.