Jack sobre chegada à Estrela Guia: ‘Será a minha cabeça para o estilo da Mocidade’

Rodrigo Pacheco (vice-presidente) e Jack Vasconcelos (novo carnavalesco). Foto: Divulgação

Depois de um título na Série A e um vice-campeonato no Grupo Especial nos últimos quatro carnavais, o carnavalesco Jack Vasconcelos assinará o seu primeiro desfile na Mocidade Independente de Padre Miguel. A contratação foi fechada pela direção da escola no final da noite desta segunda-feira (11), e os serviços prestados pelo artista há mais de uma década deram a certeza do acerto na aquisição. Aos 41 anos de idade, Jack assina carnavais desde 2004 e, além do Paraíso do Tuiuti, também levou a União da Ilha do Governador de volta à elite do samba em 2009. Ele se considera pronto para encarar o desafio de trabalhar pela primeira vez na Estrela Guia da Zona Oeste

“Acredito muito nas etapas e no processo evolutivo das coisas. Sempre para chegar a um determinado ponto é preciso vencer outros. Cada ano de experiência na vida e no carnaval me fizeram aprender coisas e me conhecer melhor. Chegar na Mocidade hoje com tudo o que já fiz, com escolas completamente diferentes, me dá um conforto grande. Sempre me coloquei a serviço da agremiação. Em momento nenhum coloco o meu trabalho acima das escolas. Caminho ao lado. Faço o carnaval para a escola. Estudo e presto a atenção em todos os detalhes. Falo pouco e observo muito a agremiação que eu estou trabalhando. Gosto de perceber o momento e a característica dela”, afirmou.

Jack Vasconcelos na concentração do Paraíso do Tuiuti 2019. Foto: Vinicius Albudane/SRzd

Diante disso, surge aquele questionamento comum quando um novo carnavalesco chega na Mocidade. Qual será o estilo estético implementado? A verde e branca, ao longo de sua história, teve ícones do Carnaval assinando os seus desfiles e cada um deles imprimiu uma cara diferente à escola. O cenário faz com que a Mocidade tenha marcado época em diferentes fases da folia com seus belos e inesquecíveis desfiles.

O próprio Jack contou que costumava brincar de montar desfiles de escolas de samba quando era pequeno. Utilizava caixas de sapato e de fósforo como alegorias, fantasiava bonecos para simular as alas. E a primeira lembrança da brincadeira é o desfile da Mocidade de 1990, o ‘’Vira Virou’’, quando a escola ganhou o terceiro título de sua história. Este foi o primeiro desfile representado pelo ‘’pequeno Jack’’.

“Eu gosto de prestar a atenção no estilo de cada escola. Quem tiver oportunidade e tempo de assistir os meus carnavais anteriores, verá que existe harmonia entre eles, mas não há repetição. Eu gosto que seja assim! Sempre é o Jack, mas é o Jack para aquela casa! Isso me dá oxigênio. Não me encosto em uma só fórmula. Será a minha cabeça para o estilo da Mocidade. A cada ano eu praticamente reformato a minha parte estética. A Mocidade é uma escola mutante, de vanguarda. Ela não fica presa somente a um estilo, e isso é muito prazeroso para um artista. Não é uma escola que vai te amarrar de forma alguma. A diversidade de estilos é a cara da Mocidade. É um campo vasto a ser explorado”, ressaltou.

Carnavalesco Jack Vasconcelos em desfile do Tuiuti de 2018. Foto: Juliana Dias/SRzd

Outra característica que Jack terá que se habituar na Mocidade é a participação dos torcedores na internet. Pela faixa etária da maioria dos independentes, a interação via redes sociais é imensa. O artista acha positivo e vê nisso uma escola em constante debate e autoconhecimento, mas ao mesmo tempo deixa claro que gosta de preservar o seu espaço dentro das redes sociais particulares.

“Tenho uma postura muito definida. Não sou porta-voz da escola através da minha rede social. Posto passagens da minha vida e experiências pessoais. Não falo em nome da agremiação que estou trabalhando. Uma coisa é o meu trabalho e outra é o Jack. Quero que as pessoas entendam isso. Preservo essa diferenciação”, pediu.

Já sobre o enredo da verde e branca para 2020, a cantora Elza Soares, Jack não esconde a empolgação em ter a oportunidade de desenvolvê-lo. Fã da artista oriunda da comunidade da escola, ele tem experiência em homenagens. Ao longo da sua carreira desenvolveu enredos em honra a Rildo Hora e Clara Nunes.

“A Elza tem uma história de vida muito rica e intensa. Isso naturalmente passa para o trabalho dela. É impossível não se deixar seduzir por essa vivacidade toda. De uma certa maneira, vejo, a princípio, um enredo com abordagem intensa. Não consigo enxergar uma Elza sendo enredo da escola dela de uma forma distanciada, apenas analítica. É um enredo quente! Um enredo para ser sentido. Tenho certeza que ele já nasce emocionante”, afirmou o carnavalesco.

Elza Soares, enredo de 2020, foi destaque no abre-alas da Mocidade Independente de 2019. Foto: Juliana Dias/SRzd

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