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Indio no samba: “O prefeito é evangélico, eu sou católico. E como ele diz, ‘O Pai é nosso!'”

A divulgação do nome do secretário municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação, Indio da Costa, como um dos compositores na disputa de samba-enredo na Mangueira foi uma das novidades na quadra da verde e rosa, nesta terça (29). O enredo em 2018 será “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco!”.

Com os versos “soltando um grito de amor que sai do coração…Mangueira!!! Derruba as grades do poder…Você me veste de alegria…”, ele disse que a letra defende a democracia e que não é necessário muito dinheiro para participar.

A ideia dos compositores Cesinha Maluco, Daniel Pereira, Zeca do Cavaco, Zé Carlinhos, Rubens Gordinho Helton Dias e Indio da Costa é que a alegria de brincar o Carnaval é que deve prevalecer sobre qualquer outra interpretação.

Leia a letra e ouça o samba

Indio da Costa disse que a letra retrata “a democracia do Carnaval. Uma festa para todos. O tema do samba-enredo faz uma provocação àqueles que acham que Carnaval só se faz com muito dinheiro. Carnaval para valer é feito com paixão”.

Em entrevista ao jornalista Sidney Rezende, diretor do SRzd, o secretário comentou como aconteceu a parceria na Mangueira, sua relação com o Carnaval e suas diferenças de pensamento sobre o festa com o que pensa o prefeito Marcelo Crivella, que é evangélico.

Para mostrar que tem intimidade com a bateria, Indio enviou para o SRzd um vídeo. Veja:

Gostaríamos de saber como se deu sua participação na composição do samba da Mangueira. Nos conte os bastidores. Qual foi sua contribuição?

Pouca gente sabe, mas a música é uma das minhas paixões. Fui DJ durante um tempo da minha vida. Ganhei dinheiro com isso. Gosto de samba. Sou mangueirense. Por que eu perderia a oportunidade de atender a um pedido do Daniel Pereira (assessor de imprensa do prefeito Marcelo Crivella), para ajudar a Mangueira, o samba e o Carnaval? Aí, dei as primeiras sugestões. A título de contribuição, mesmo. Ele mudou a letra e me mostrou de novo. Eu dei outras sugestões. E foi assim que começou. E olha que ficou bom.

Indio da Costa. Foto: Reprodução/Instagram

Algumas letras de sambas concorrentes criticaram o corte pela metade da subvenção da prefeitura às escolas de samba. Qual a sua avaliação sobre isso?

Na gestão pública, é fundamental estabelecer prioridades, porque os recursos que dizem “públicos”, na verdade, pertencem aos contribuintes e são escassos. Há uma crise financeira no Brasil. Ela se estendeu ao estado e ao Rio de Janeiro. Na capital, o resultado dela é pior, pela irresponsabilidade que houve na gestão. A gente já imaginava. Quando chegamos ao governo, verificamos que era pior do que nós, todos os candidatos contra o PMDB, acreditávamos que fosse. O prefeito não pensou duas vezes. Cortou despesas. Reduziu o número de secretarias de mais de 30 para 12. Cortou cargos. Realinhou as receitas. Assumiu o ônus político de aumentar impostos e definiu prioridades, a educação, a saúde, a conclusão das obras, que sacrificam a vida das pessoas que moram nos locais onde elas ficaram paralisadas. E não cortou o patrocínio para o Carnaval. Reduziu o valor, ato que pode ser momentâneo, porque estamos no primeiro semestre de um governo de quatro anos.

Sou testemunha de não existir nele (Crivella) nenhum preconceito com relação às escolas de samba e muito menos ao Carnaval. Vejo, sim, muita gente policiando as decisões da prefeitura a partir da religião do prefeito.

O prefeito é evangélico e não frequenta o ambiente do samba. O senhor, ao contrário, é simpatizante da folia. Como o senhor interpreta as diferenças de comportamento entre os dois?

O prefeito é evangélico, eu sou católico. E como ele mesmo diz, “O Pai é nosso!” (rs). E é verdade. Temos diferenças, é evidente. Nem os cinco dedos das mãos são iguais. Mas, temos muito em comum. O espírito público é um fator comum. O desejo de fazer o melhor pelo Rio, também. O desprezo ao preconceito, idem. Sou testemunha de não existir nele nenhum preconceito com relação às escolas de samba e muito menos ao Carnaval. Vejo, sim, muita gente policiando as decisões da prefeitura a partir da religião do prefeito. Decisões sérias e comprometidas com o serviço público, que, sendo outro o prefeito, seriam compreendidas. No caso do Crivella, são avaliadas com base na religião dele.

O ex-prefeito Eduardo Paes é portelense. O senhor despertou sua paixão pela Mangueira em que momento? E o senhor considera indispensável um homem público que atua no Rio ter proximidade com as escolas de samba e o Carnaval?

Não. Indispensável é ser honesto, eficiente e comprometido com a população, com o interesse público.

 

Redação SRzd

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