Império da Tijuca enfrenta princípio de incêndio, tem problemas na evolução e Rainha sem fantasia

Desfiles do Rio 2024. Foto: SRzd/Leandro Milton

Império da Tijuca enfrenta princípio de incêndio, tem problemas na evolução e Rainha sem fantasia:

Rio 2024: Começou, na noite desta sexta-feira (9), o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Oito comunidades da Série Ouro, o acesso carioca, em destaque no palco maior do Carnaval.

O segundo a desfilar na Avenida foi o tradicionalíssimo Império da Tijuca, primeiro império do samba brasileiro, com uma homenagem necessária de um símbolo da cultura genuinamente nacional.

Mas nem tudo foi alegria. A agremiação do Morro da Formiga enfrentou dificuldades – muitas. Um princípio de incêndio no último carro, problemas na evolução e no canto. Este contexto comprometeu a apresentação.

Segundo um componente, um elemento de crepom bateu em uma lâmpada causando fogo e fumaça. Bombeiros chegaram a subir na alegoria. Pelo menos uma componente teve de ser retirada por colegas com queimaduras na perna.

Além disso, a Rainha de Bateria, Laynara Telles, teve que entrar descalça na Sapucaí. É que a roupa da majestade não chegou a tempo e o desespero deu lugar ao choro na concentração.

Veja a análise dos comentaristas do SRzd sobre o desfile tijucano:

Célia Souto: “Império da Tijuca, no início do desfile, apresentou a parte musical um pouco comprometida com o equilíbrio e afinação em relação à sonoridade, sincronia, entrosamento entre ritmo e melodia. O canto não soa harmonioso durante o desfile, ainda assim, os componentes demonstram comprometimento em relação ao canto, segurando a evolução do chão com garra e regularidade na dança. Destaco nessa apresentação o desempenho dos componentes que mantiveram o canto e a dança durante o desfile com alegria e descontração”.

Cláudio Francioni: “Grande desfile da bateria da Império da Tijuca, confirmando a evolução do segmento após alguns anos de comando de Mestre Jordan. Iniciaram o desfile com um andamento bem quente, mas ao entrar na pista, já haviam encontrado o ponto ideal. Jordan trouxe um arranjo rítmico muito bem encaixado no samba-enredo, com diversas brincadeiras entre as marcações, destacando a subida, onde os surdos silenciam por dois compassos antes da retomada. Destaque para a utilização de crescimento da dinâmica em uma das bossas e em uma frase da boa ala de tamborins”.

Wallace Safra: “Com um samba no pé dinâmico e com uma certa leveza, a ala de passistas da Império da Tijuca mostrou simpatia, uma boa interação com o público e uma pluralidade no conjunto de passistas. Uma ala jovem, bonita e encorpada. Com uma evolução harmoniosa, a ala mostra confiança e atenção à apresentação proposta pelo coordenador. Bom trabalho”.

Eliane Souza: “Renan Oliveira e Laís Lúcia – o primeiro casal – com a tranquilidade que a experiência lhes confere, desfilaram com garbo e alegria, apresentando os movimentos característicos do bailado, demonstrando um ótimo sincronismo e muita sintonia! O mestre-sala dançou para louvar o pavilhão e sua dama, realizando um bonito CRUZADO e reverências elegantes. Em acordo com a letra do samba, eles executaram passos e gestos que acrescidos aos movimentos do bailado, trouxeram uma atualização que enriqueceu a APRESENTAÇÃO DA BANDEIRA. A porta-bandeira, sestrosa e faceira, exibiu giros, no ABANO, com segurança! Fábio Rodrigues e Mônica Paulino, o segundo casal, bailando com total sintonia, evoluiu demonstrando perfeito sincronismo dos movimentos que, coordenados e naturais, permitiram a execução de passos e gestos em acordo com a letra do samba, sem descaracterizar o bailado! Gostei de apreciar a passagem dos casais da escola”.

Jaime Cezário: “Celebrando a Rainha da Ciranda: Lia de Itamaracá, a Império da Tijuca trouxe um enredo contando sua história desde menina até se tornar este ícone da cultura nacional. Este ano, Lia está sendo homenageada nos Carnavais do Rio e de São Paulo. O enredo foi bem apresentado, seguindo um caminho que mostrava desde sua infância e suas raízes, as influências religiosas e musicais, terminando num grande Carnaval pernambucano. Visualmente bonito no conjunto de suas alegorias e fantasias não apresentando nada comprometedor. No enredo, foi sentida a falta do grupo cênico coreografado denominado “devotos de Bom Jesus”. A tradicional escola tijucana vem sonhando com voos mais altos, não sei se este enredo trará o podium desejado. Agora, é aguardar a abertura dos envelopes”.

Wallace Safra: “Revivendo a vida e a infância de Maria Madalena Correia do Nascimento, o coreógrafo destacou a energia, cultura e religiosidade da homenageada. Com uma coreografia de fácil compreensão e figurinos objetivos, a comissão apresentou um bom trabalho, limpo, suave e dinâmico. Com uma linha de desenho coreográfico baseado desde a infância até os dias de hoje, o coreógrafo trouxe para a avenida um elemento cenográfico que compôs tal transição. As bailarinas apresentaram um trabalho leve e de fácil compreensão do público. Trabalho singelo e de bom gosto”.

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+ Carnaval 2024:

Sou Lia de Itamaracá cirandando a vida na beira do mar, assinado por Júnior Pernambucano. Este é o enredo da escola que ficou com o 4º lugar na Série Ouro no Carnaval de 2023.

O samba é de autoria dos compositores Eduardo Katata, JC Couto, Henrique Badá, Ferreti da Ponte, Sérgio Gil, Gilsinho Oliveira, Gabriel Machado Charuto e Gabriel Cascardo Gavião.

+ ordem oficial de desfiles da Série Ouro 2024:

9 de fevereiro – sexta-feira

1ª – União de Parque Acari
2ª – Império da Tijuca
3ª – Acadêmicos de Vigário Geral
4ª – Inocentes de Belford Roxo
5ª – Estácio de Sá
6ª – União de Maricá
7ª – Acadêmicos de Niterói
8ª – Unidos da Ponte

10 de fevereiro – sábado

1ª – Sereno de Campo Grande
2ª – Em Cima da Hora
3ª – Arranco do Engenho de Dentro
4ª – União da Ilha
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – São Clemente
7ª – Unidos de Bangu
8ª – Império Serrano

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