Império da Tijuca 2020: Escola leva educação para Sapucaí, mas desfile é fraco e não impressiona

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

Ainda um aprendiz

Última agremiação a desfilar na Série A, no sábado (22), Império da Tijuca entregou um desfile correto, mas com problemas em alegorias e evolução. Com o enredo “Quimeras de Um Eterno Aprendiz”, desenvolvido por Guilherme Estevão, a escola partiu da história de Evandro dos Santos, o homem livro, para falar sobre a importância da educação. No entanto, falta de originalidade e conjunto alegórico fraco comprometeram o desenvolvimento do enredo na Sapucaí para fora de um lugar comum. Ao fim do desfile, a agremiação trouxe uma faixa escrito “Juntos por uma educação inclusiva começando por você” para incentivar uma educação inclusiva de pessoas com deficiência

Fala, Rachel!

Rachel Valença. Foto: Nicholas Barbosa
Rachel Valença é comentarista do SRzd

“Convenhamos que a posição de desfile da Império da Tijuca era ingrata. Mas independentemente disso, o desfile se arrastou demais, em grande parte por causa de um samba opaco e monótono.”

Fala, Luiz!

Luiz Fernando Reis. Foto: Reprodução/Youtube SRzd
Luiz Fernando Reis é comentarista do SRzd

“Cumpriu tabela, marcou presença, mas não foi um grande desfile. Houve repetições, tanto a nível de alegorias, como de fantasias. No chão, ela sempre desfila muito bem, mas na parte plástica ficou muito aquém.”

 

 

 

 

Comissão de frente

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

Coreografada por Lucas Maciel, a comissão de frente da Império da Tijuca “A Trilha do Saber de Um Eterno Aprendiz” trouxe o protagonista do enredo para a Avenida. Evandro dos Santos foi representado junto a integrantes que andavam com um pano por cima, de modo a cobrir como estavam vestidos. No momento da apresentação, um teatro é feito onde os integrantes com o pano  abrem uma estrutura de uma cabeça para simular o animal mitológico da quimera, em referência ao enredo.

No segundo momento, Evandro dos Santos vence a quimera e entra debaixo do pano, de onde sai junto a personagens famosos da literatura, como Emília, Dom Quixote e Corcunda de Notre Dama. O pano, então, vira para o outro lado e revela a bandeira da escola com dizeres “inclusão, “direito” e “respeito”. Com boa recepção do público na primeira cabine de jurados, a comissão funcionou na Avenida com sua apresentação simples e de fácil entendimento.

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

Renan Oliveira e Laís Ramos, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Império da Tijuca, fizeram uma boa apresentação na Sapucaí, com movimentos corretos e sincronia na dança. Em tons de verde, lilás e prata, a fantasia “Cavaleiros do Saber Imperial” chamou atenção pelos destaques coloridos que representavam lápis de cor.

Para a comentarista do SRzd Eliane Souza, o casal realizou uma boa performance na Avenida:

“Renan Oliveira e Laís Lucia dançaram, durante todo o percurso, com alegria e muito vigor, apresentando a coreografia do bailado do mestre-sala e da porta-bandeira em seu formato original, sem interferências ou acréscimos de passos e gestos. Com movimentos fluentes e bem sincronizados, eles ocuparam de forma eficiente o espaço destinado a sua realização, apresentando o pavilhão com expressividade. O mestre-sala demonstrou domínio de seus movimentos obrigatórios e a porta-bandeira exibiu suas nuances com determinação e segurança”.

Alegorias e adereços

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

O conjunto alegórico da Império da Tijuca enfrentou problemas na Sapucaí. O carro abre-alas, que apresentava o melhor trabalho plástico entre as alegorias da escola, passou apagado pela Avenida. As outras duas alegorias e um tripé deixaram a desejar em uma plástica regular, mas dialogaram com o enredo de modo a entregar uma leitura simples para o público sobre educação. Destaque para a última alegoria que trazia antigos integrantes da escola.

Para o comentarista do SRzd Wallace Safra, o conjunto alegórico deixou a desejar em diversos aspectos:

“Com alegorias, adereços e plástica regulares, acabamentos singulares a agremiação deixou a desejar em alguns detalhes de finalização e na diversificação e utilização de materiais”.

Fantasias

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

O conjunto de fantasias da Império da Tijuca também não impressionou tanto, mas foi coerente com o trabalho apresentado pelas alegorias. Vestimentas simples, que deixavam claro o que estavam representando, coloridas, mas com soluções que evidenciavam uma dificuldade financeira que assola as agremiações da Série A. Apesar disso, pode ser considerado um trabalho bonito, com uma qualidade superior à das alegorias.

Para o comentarista do SRzd Wallace Safre, o conjunto de fantasias levou um trabalho homogêneo:

“Com fantasias coerentes e regulares a agremiação apostou em muitos recursos alternativos para suprir algumas deficiências. Acabamentos regulares e plástica homogênea a agremiação apresentou um trabalho bonito. Destaque para a homogeneidade do conjunto de fantasias”.

Enredo

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

“Quimeras de Um Eterno Aprendiz” foi o enredo idealizado pelo carnavalesco Guilherme Estevão para o desfile de 2020 da verde e branco tijucana. A ideia é interessante, apresentar a vida de Evandro dos Santos e, a partir dela, falar sobre a importância da educação. Conhecido como Homem Livro, Evandro ficou conhecido por começar a catar livros na rua e, depois de alguns anos, fundar a biblioteca Tobias Barreto, na Zona Norte do Rio, com mais de 50 mil livros.

O enredo simples teve uma fácil leitura na Avenida. As alegorias e fantasias dialogaram bem para explicá-lo. Entretanto, a falta de originalidade não conseguiu tirar a história contada de um lugar comum. As limitações em seu desenvolvimento acabaram por focar o desfile mais na educação que na figura de Evandro em si.

Samba-enredo

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

A obra do Império da Tijuca, além de não figurar no topo das melhores, também teve desempenho fraco na Avenida. Apesar do esforço do intérprete Daniel Silva, o samba não caiu nas graças do componente, muito menos do público da Sapucaí, já perto das 6 da manhã. A obra cumpre seu papel na defesa do enredo, mas é pouco inspirada em letra e melodia.

Bateria

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

A bateria da agremiação tijucana mostrou um bom desempenho com o mestre Jordan, mas foi afetada pela evolução ruim da escola que teve que correr ao fim do desfile. Vestidos de “O Homem-Livro e as Estrelas”, os ritmistas com sua rainha Layanara Teles de “Poemas de Neruda”.

Para o comentarista do SRzd Cláudio Francioni, a bateria fez uma boa apresentação com o mestre Jordan:

“Em seu primeiro ano como único mestre, Jordan escolheu um andamento um pouco mais pra frente para tentar levantar o samba da escola. Bem afinada e com bom equilíbrio de timbres, a bateria fez um bom desfile. Apenas a destacar negativamente a evolução da escola, que fez com que a Sinfonia Imperial não parasse em frente aos dois primeiros módulos de julgadores para a apresentação. Mesmo assim, Jordan executou as bossas sem falhas com a bateria em movimento”.

Harmonia

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

Uma escola de comunidade e que tradicionalmente canta bem, a Império da Tijuca não teve sua melhor exibição na madrugada deste domingo (22). Faltou volume de canto à escola. Algumas alas passaram com componentes de boca fechada. Outros só cantavam o refrão. O samba também arrasou na passarela e prejudicou em geral o desempenho da agremiação.

Evolução

Desfile Império da Tijuca 2020. Foto: Leandro Milton/SRzd

A verde e branca da Tijuca apresentou alguns problemas no quesito. A escola até se manteve organizada e coesa, com as alas alinhadas e sem prejudicar a disposição dos componentes. Contudo, quando o relógio chegava perto dos 35 minutos, a agremiação acelerou o passo e deu a impressão de uma leve corrida nos dois últimos módulos. A escola encerrou sua apresentação com 54 minutos, um a menos que o limite máximo permitido.

Ficha técnica

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Enredo: “Quimeras de Um Eterno Aprendiz”
Presidente: Antônio Marcos Telles (Tê)
Carnavalesco: Guilherme Estevão
Intérprete: Daniel Silva
Mestre de Bateria: Jordan
Rainha de Bateria: Layanara Teles
Comissão de Frente: Lucas Maciel
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Renan Oliveira e Laís Ramos

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