Gabriel David sobre cancelamento do Carnaval: ‘É uma discussão que está rolando, mas não tem como ter definição agora’

Gabriel David, conselheiro da Beija-Flor. Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação

Ao passo que a Covid-19 se espalha pelo Brasil, aumentam-se os burburinhos sobre o cancelamento do Carnaval 2021. Gabriel David, conselheiro da Beija-Flor e filho de Anísio Abraão David, presidente de Honra da azul e branca, confirmou a possibilidade de não haver folia carioca ano que vem, mas ressaltou que ainda não há como bater o martelo a respeito do assunto.

Se a gente não conseguir ter grande aglomeração de pessoas até novembro, não tem como fazer Carnaval

“Em relação a ter ou não ter Carnaval, isso também é, de certa forma, secundário. É uma discussão que está rolando, mas, de forma geral, a gente não tem muito como ter uma definição agora. É óbvio que se a gente não conseguir ter uma grande aglomeração de pessoas até outubro, novembro, não tem como fazer Carnaval.”

Segundo o conselheiro, todas as atenções no momento estão voltadas ao combate à pandemia. Gabriel, contudo, alertou para a importância de se decidir sobre o assunto. Além das escolas de samba, milhares de funcionários de quadras, barracões, ateliês e outras áreas carnavalescas dependem financeiramente da festa.

“É lógico que isso envolve a vida de várias pessoas e precisa ser tratado com extrema seriedade. Muita gente trabalha e ganha seu dinheiro com isso. O Carnaval tem um impacto absurdo na nossa cidade, no nosso estado. Então, tem que ter uma previsão”, disse.

Desfile Viradouro 2020, escola foi a campeã do Carnaval. Foto: RioTur

Tradicionais carnavais fora do Brasil, como de Nothing Hill (Inglaterra) e Veneza (Itália), já foram cancelados. O prefeito de Salvador disse que sem vacina não há como ter festa de Réveillon e Carnaval. O tema é tratado com extrema delicadeza no Rio, que além dos desfiles das escola de samba, tem na sua folia de rua uma das maiores festas do Brasil.

Otimista, Gabriel David acredita que haverá festa em 2021, mas pensa que o Carnaval e as agremiações deverão se moldar às mudanças do mundo pós-pandemia. Seu pai, Anísio, já é mais temeroso e vê com incerteza o futuro da folia carioca.

Acho que vai ter. Mas se não tiver, vai ter no outro ano.

“Tomara que tenha. Eu espero que tenha. Acho que vai ter. Mas se não tiver, vai ter no outro ano. As coisas, em algum momento, vão ter que voltar ao normal. É lógico que o mundo nunca vai ser igual ao que ele era antes. A gente, enquanto Carnaval e indústria de entretenimento, tem que acompanhar, tem que entender essas mudanças e se adaptar a elas. Mas eu tenho certeza que o Carnaval está preparado e a gente vai sair dessa”, afirmou.

Anísio Abraão David, presidente de honra da Beija-Flor, não está tão otimista em relação ao Carnaval 2021. Foto: Juliana Dias/SRzd

Na Beija-Flor, a ordem é seguir os trabalhos à medida do possível. A escola, inclusive, espera lançar seu enredo ainda em maio. Aliada à preparação do Carnaval, a azul e branca, assim como outras agremiações, tem investido em ações contra o novo coronavírus. Neste sábado (9), por exemplo, a Beija-Flor fará uma grande live com participações de vários intérpretes para arrecadar doações.

“A gente sabe que a prioridade agora é a vida das pessoas. É a gente passar por esse momento conturbado. Todas as escolas de samba, todo o Carnaval, toda a sociedade de forma geral, a gente está extremamente preocupado com isso. Esse é o nosso foco e o nosso objetivo. As escolas estão produzindo máscaras, recebendo doações, fazendo o que elas podem para ajudar”, explicou Gabriel David.

Neguinho da Beija-Flor e intérpretes de outras agremiações participarão de live da azul e branca neste sábado (9). Foto: Henrique Matos










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