Fim de um legado: Squel Jorgea anuncia decisão de parar de dançar
E o Carnaval carioca se despede de uma das maiores porta-bandeiras da história. Após a Estação Primeira de Mangueira anunciar a saída de Squel Jorgea, a profissional também se pronunciou e informou que chegou o seu momento de parar e enrolar de vez a bandeira.
Squel fez o comunicado através de suas redes sociais na noite desta terça-feira (14). “Sobre saber parar, quem sabe a hora certa? O que eu posso escrever é que depois de muito refletir, pensar, repensar e uma dose de coragem, porque é preciso, viu? A decisão em parar de dançar, que vinha me rondando, ganhou forças (…) Sempre questionei a hora de saber parar e como parar. Admiro quem fez essa escolha com sabedoria e maturidade”, iniciou ela.
“Vivo o Carnaval de forma intensa há 23 anos, desde os meus 3 anos como segunda porta-bandeira na GR e, ao longo dos meus 20 anos como primeira porta-bandeira. Completei no último carnaval um número que me deixa feliz com relação à minha carreira, vinte anos exercendo esse ofício, foi um grande aprendizado”.
Ela finalizou o texto agradecendo as agremiações por onde passou, aos parceiros com quem dançou, aos fãs e torcedores, e também aos seus familiares.
“Poder encerrar a minha trajetória na minha Escola, é uma honra! Obrigada Grande Rio pela oportunidade que deu início à minha caminhada. Obrigada Mocidade por ter me ensinado tantas coisas em tão pouco tempo. E gratidão à ti Mangueira, por dar vida à um sonho de menina, que através do convite do presidente Chiquinho da Mangueira, para fazer parte da equipe da nossa Escola. E tinha que ser na minha Verde e Rosa, a minha despedida. Obrigada presidente Guanayra Firmino, pelo acolhimento, guardarei para sempre esse dia comigo. Aos Mangueirenses, obrigada por todo amor que vocês me ofertaram ao longo desses 9 anos de convivência. Vocês são os melhores torcedores desse mundo. Aos sambistas das outras agremiações, obrigada pelo carinho que vocês tiveram com a porta-bandeira aqui. Aos mestres-salas que passaram na minha vida, Sidclei, Feliciano, Raphael e Matheus, obrigada por todo aprendizado e histórias que compartilhamos. À minha mãe, meu irmão Charles, à minha família e aos meus amigos, obrigada por todo amor e suporte emocional ao longo dessa jornada. Agora vocês vão poder assistir aos desfiles de forma mais tranquila. (…) A gente se esbarra num samba por ai”, concluiu.
Squel começou na Grande Rio, em 1999, e atuou por três anos como segunda porta-bandeira da agremiação. Em seguida, assumiu o posto principal e defendeu o pavilhão da Tricolor de Duque de Caxias por mais 11 Carnavais. Em 2013 dançou ao lado de Feliciano Junior na Mocidade Independente de Padre Miguel. Em 2014 teve início a sua caminhada na verde e rosa. Raphael Rodrigues foi seu par até 2016, e nos anos seguintes, Squel se juntou a Matheus Olivério.
Em 23 anos de carreira, ela foi campeã duas vezes na Mangueira, nos anos de 2016 e 2019. Além disso, conquistou o estandarte de ouro, também duas vezes: em 2015 e 2019. Fãs, admiradores e colegas de profissão fizeram questão de enaltecer todo o legado que Squel construiu:
“Sempre foi e continuará sendo diferenciada. Obrigado por abrilhantar o Carnaval com sua dança e sorriso único e inconfundível”, comentou Marlon Lamar, primeiro mestre-sala da Portela.
Claudia Motta, coreógrafa da Mangueira, também não poupou elogios à artista: “Posso dizer como parte da fiel Nação Mangueirense, que fomos felizes e afortunados em ter você conosco durante esses seus últimos anos, como nossa Primeira PB!!! Que o novo ciclo venha cheio de luz, como a sua iluminada trajetória! Obrigada sempre”, escreveu ela.
Logo depois do anúncio da saída de Squel, a verde e rosa confirmou Cintya Santos, agora, ex-Porto da Pedra, para ser parceira de Matheus.
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