Ferro, isopor e até cola: crise e alta dos preços afeta produção no Carnaval do Rio

A crise econômica sem precedentes que atinge o país também afeta as escolas de samba.

Além de trabalhar com as incertezas e protocolos impostos para conter a pandemia da Covid-19, os sambistas têm de conviver com a alta dos preços de itens essenciais para a produção do maior espetáculo da Terra.

A inflação de dois dígitos e o assombro que ela voltou a causar nos brasileiros, algo que não acontecia desde a implementação do Plano Real na década de noventa, é um dos muitos desafios para dirigentes e profissionais das agremiações do Rio de Janeiro.

Ao falar para o site da Quem, o presidente da atual campeã do Grupo Especial carioca, Marcelinho Calil, detalhou o cenário enfrentado não só pela Viradouro, mas por todas as coirmãs. Além de ter de equacionar o orçamento, ainda há a preocupação social com colaboradores e comunidade:

“Estamos tendo que lidar com a escassez e a falta de alguns materiais. Nossas dificuldades vão desde a compra de tecidos até a dificuldade de encontrar cola quente e fria. Madeira, por exemplo, tivemos que buscar com novos fornecedores. Sobre o aumento dos preços, o isopor subiu 50% em relação ao Carnaval de 2020. Outros itens aumentaram mais. A fibra e a resina, utilizadas nas esculturas, tiveram aumento de mais de 100%, assim como o ferro. Desde o início da pandemia, estamos acompanhando a situação da comunidade, dos funcionários, prestadores de serviço e fornecedores. Tivemos e ainda temos várias ações. Começamos com a fabricação e distribuição de máscaras, cestas básicas e socorremos financeiramente alguns sempre que foi necessário. Na Viradouro, ninguém ficou desassistido, graças a Deus”, detalhou Calil.

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