Estreia e ousadia: Acadêmicos de Niterói apostou no gigantismo das alegorias

Acadêmicos de Niterói. Foto: SRzd

A Acadêmicos de Niterói foi a sexta escola a se apresentar na primeira noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro.

Estreando, literalmente, e em todos os sentidos num movimento surpreendente no Carnaval carioca, a agremiação de uma das cidades mais tradicionais da folia no Rio, mostrou ousadia ao trazer gigantismo nas alegorias e bons momentos ao longo do cortejo na pista.

+ em busca do Acesso:

A Acadêmicos do Sossego foi um dos temas do ano no Carnaval carioca ao informar que não desfilaria mais pela Série Ouro.

A Sossego cedeu seus direitos no Acesso carioca para uma nova entidade, batizada de Acadêmicos de Niterói. O novo projeto foi desenvolvido pelo carnavalesco André Rodrigues, que havia sido confirmado pelo Sossego anteriormente.

Na esteira da comemoração dos 450 anos da Cidade de Niterói, a Acadêmicos de Niterói apresentou o enredo O Carnaval da Vitória.

Assim como o evento do Carnaval da Vitória, no ano de 1946 (no retorno dos festejos após o fim da Segunda Guerra Mundial), foi um momento de revolução e de estabelecimento de paradigmas para o Carnaval niteroiense, este enredo também foi usado como “a força de ser uma pedra base, sobre a qual irá se edificar a fundação da Acadêmicos de Niterói”.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “Niterói iniciou o seu desfile na Avenida apresentando componentes empolgados, cantando com tenacidade e vibração, entretanto, algumas alas apresentam componentes descomprometidos com a totalidade do samba, cantando e valorizando apenas alguns trechos do samba-enredo. A evolução da escola apresentou algumas”.

Cláudio Francioni: “Excelente desfile da bateria da Acadêmicos de Niterói. Mestre Demétrius, que já venceu o Prêmio SRzd em sua passagem pela Cubango, trouxe marcações altas e um andamento bem pra frente, que se sustentou bem durante o desfile. A frente da bateria teve um desempenho espetacular, com três fileiras de cuícas executando uma levada precisa e de muito volume, chocalhos perfeitos e tamborins limpos e com um ótimo desenho. As bossas, especialmente a da cabeça, arriscada com notas muito próximas uma a outra, foram executadas sem problemas em frente às cabines”.

Wallace Safra: “Passistas com muito samba e um requinte nos movimentos. Excelente trabalho. Com figurinos que representavam “O Caminho para a alegria está na folia da cidade sorriso” a comissão de frente apresentou um resgate a tradição dos carnavais que embalaram os fólios de Niterói. Os figurinos não contribuíram para uma plástica que resultasse em um real efeito visual, como desejado, mas os bailarinos dedicaram energia, movimentos cênicos e de grande valor para a coreografia como um todo.  Trazendo sua contribuição para a tradição da arte do samba, a ala de passistas passou de maneira enérgica e esbanjando simpatia com o público. Senti falta de samba e de diversidade nos movimento, além de acreditar que ainda pode haver uma maior dinâmica na organização da ala. Trabalho simples, mas funcional dentro do apresentado”.

Rachel Valença: “Com um samba animado, a escola estreante não fez feio, embora sua apresentação veio logo após o rolo compressor do Boi Vermelho e tenha ficado comprometida”.

Eliane Souza: “Fantástico! O casal experiente e conhecedor da coreografia do par, dominando seus movimentos obrigatórios, realizando o bailado com atualização, encantou meus olhos! A sestrosa porta-bandeira Giovanna Justo bailou com a determinação de uma veterana e o encanto jovial. Força e energia! Cortejando a dama e comandando a dança, Fabrício Pires, elegante e garboso, (belo de ver, quando faz a elevação de perna, uma pausa em busca de equilíbrio, para retornar na dança, tornou-se característica de seu estilo) confirmou sua função e tarefa atual: dançar para louvar seu pavilhão. Um show de apresentação, no qual foi ratificada que, pode ser atualizada a forma de bailar, preservando os movimentos obrigatórios da coreografia do mestre-sala e da porta-bandeira! Ao casal, meu carinho e todo respeito! Encantador”.

Jaime Cezário: “A novata da Série Ouro trouxe um enredo que prometia muito, pois fazia referência aos grandes carnavais de rua da cidade de Niterói, assim como os grandes desfiles das escolas de samba. A expectativa era grande para assistir ‘O Carnaval da Vitória’. Infelizmente, expectativa sempre é complicada de ser atendida, e assim foi com esse enredo. Uma temática incrível falando de antigos carnavais, mas acompanhando o roteiro com a sucessão de alas e alegorias, o que poderia ser uma sensação, foi apenas normal. O enredo não ficou claro. Enredo sobre Carnaval tem isso, ou encanta ou passa batido. As fantasias não tiveram o uso de requintado de tecidos e acabamentos, mas foram buscadas soluções que não comprometeram. Tudo dentro do padrão apresentado até o momento, com exceção da UPM. As alegorias surpreenderam pelo tamanho e pelas grandes esculturas trazidas no abre-alas e na segunda alegoria, sendo essa grandiosidade, o destaque do seu conjunto alegórico”.

Cadu Zugliani: “O samba de Niterói é muito animado e foi bem sustentado pelo canto e pela bateria. Cadência bem pra frente que não deixou que o samba caísse em nenhum momento. Mas tem construções complicadas e  acentuações de palavras que comprometem a divisão do canto. As últimas linhas antes do refrão do meio passam uma ideia de que a primeira do samba poderia ter terminado antes no Coreto”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

veja a ordem de desfiles do Acesso:

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

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