Estácio resgata seus bons carnavais, mas estoura o tempo de desfile

Desfiles do Rio 2024. Foto: SRzd/Juliana Dias

Estácio resgata seus bons carnavais, mas estoura o tempo de desfile:

Rio 2024: Começou, na noite desta sexta-feira (9), o desfile das escolas de samba na Marquês de Sapucaí. Oito comunidades da Série Ouro, o acesso carioca, em destaque no palco maior do Carnaval.

A quinta a desfilar na Avenida foi a Estácio de Sá. Cercada de expectativa, logo de cara sofreu com problemas na armação ao acoplar o abre-alas. Um enorme buraco se abriu.

Ao longo da pista, foi um Leão. Relembrando seus melhores momentos e, altiva, fez uma vibrante exibição, mas correu no fim e estourou o tempo de desfile. Pelo regulamento, deve perder um décimo na apuração. Ainda apresentou deslizes em acabamentos de alegorias que também podem comprometer seu julgamento oficial.

Veja a análise dos comentaristas do SRzd sobre o desfile estaciano.

Célia Souto: “Os componentes da escola Estácio de Sá passam pela Avenida cantando o samba, mantendo um andamento equilibrado juntamente com a animação. O carro de som apresenta alguns pontos de desequilíbrio entre a sincronia e harmonização dos instrumentos. Em relação à evolução, os componentes mantêm a dança e o movimento entre as alas cantando e dançando com espontaneidade. O chão mantém um equilíbrio regular entre as alas, porém, no final, esse andamento apresenta momentos de irregularidade. No geral, a escola apresenta um bom desfile reunindo canto e dança.

Wallace Safra: “A coreógrafa de comissão de frente trouxe para a Avenida o destino das heroínas Kianda e Mwana, rebatizadas como Cambinda e Maria da Conceição pela escravidão. Com uma coreografia enérgica e de impacto para o júri e para o público. Com um desenho coreográfico composto integralmente pelos movimentos oriundo das danças afros, os bailarinos desenvolveram um desenho coreográfico coerente, emocionado e que trouxe um ritual para a avenida. O elemento cenográfico poderia ter maior envolvimento com a coreografia para um desenvolvimento ainda mais forte. Belo trabalho apresentado”.

Jaime Cezário: “A Estácio de Sá trouxe um enredo que nos banhou de ancestralidade africana, homenageando desde suas origens aos tempos atuais, duas mulheres que hoje são cultuadas pelas Casas de Umbanda: Vovó Cabinda e Vovó Maria Conga. A saga dessas duas mulheres que vieram para o Brasil escravizadas e que transformaram sua dor em luta e resistência. E que, após deixarem esse mundo, se tornaram duas pretas velhas adoradas e cultuadas pelo povo de Umbanda. Dessa forma, a Estácio nos encheu os olhos com seu desfile, onde vimos alegorias banhadas de criatividade carnavalesca e que se destacaram pela imponência e pela inteligência na busca de materiais alternativos que, ao serem bem aplicados, encheram os olhos de beleza. Fantasias muito bem adequadas à proposta do enredo, complementaram o conjunto apresentado. Não foi uma escola rica, mais foi de uma beleza emocional que sensibilizou. No computo geral, algumas pequenas falhas de acabamento podem tirar pontos, mas não vão tirar o brilho do belo trabalho plástico visual apresentado”.

Eliane Souza: “Não consegui assistir totalmente a apresentação do casal diante da cabine julgadora, pois o elemento alegórico da comissão de frente quase o escondia, todavia, nos momentos nos quais se dirigia mais à frente, percebi uma sintonia boa do par, que demonstrou habilidade em realizar os movimentos da coreografia que foi apresentada no ensaio técnico. Quando o casal passou pelo setor 8, felizes e dançantes, reverenciaram o público, demonstrando simpatia, Thais realizando giros seguros no ABANO, sempre cortejada por Feliciano, que deslizava, ao seu redor, no CRUZADO! Várias vezes, o pavilhão foi apresentado à plateia com muita galhardia, em movimentos seguros e suaves! Muita elegância e habilidade do par”.

Wallace Safra: “A ala de passistas veio feliz, leve e com uma boa interação com o público, um bom samba no pé e um figurino que contribuiu para um bom resultado. Faltou um pouco de energia no conjunto, mas em nada comprometeu o resultado harmonioso e talentoso do conjunto de passistas. Bom trabalho apresentado”.

Cláudio Francioni: “Grande desfile da bateria Medalha de Ouro, à altura de toda a sua história, respeitando as características mais marcantes, como o andamento pra frente, marcações graves, grande volume de caixas e muita pegada na execução dos toques. Trazendo à frente da bateria duas personagens do enredo, Vovós Cambinda e Maria Conga, Chuvisco chamou, em frente à primeira cabine, uma bossa onde destacava doze ritmistas do chocalho para a frente, alinhados com as duas ‘vovós’, enquanto os demais componentes executavam a bossa cantando e dançando. Um momento de risco, de muita precisão e de grande comunicação com o público”.

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+ Carnaval 2024:

Chão de devoção: Orgulho ancestral, assinado por Marcus Paulo. Este é o enredo da escola que ficou com o 8º lugar na Série Ouro no Carnaval de 2023.

O samba é de autoria dos compositores Marquinhos Beija-Flor, Telmo Augusto, Bárbara Fonseca, Guilherme Karraz, Dilson Marimba, Tinga, Diego Nicolau, Thiago Daniel, Filipe Medrado, Magrão do Estácio, Cláudio Russo, Julio Alves, Adolpho Konder e Fernando Hackme.

+ ordem oficial de desfiles da Série Ouro 2024:

9 de fevereiro – sexta-feira

1ª – União de Parque Acari
2ª – Império da Tijuca
3ª – Acadêmicos de Vigário Geral
4ª – Inocentes de Belford Roxo
5ª – Estácio de Sá
6ª – União de Maricá
7ª – Acadêmicos de Niterói
8ª – Unidos da Ponte

10 de fevereiro – sábado

1ª – Sereno de Campo Grande
2ª – Em Cima da Hora
3ª – Arranco do Engenho de Dentro
4ª – União da Ilha
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – São Clemente
7ª – Unidos de Bangu
8ª – Império Serrano

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