Com problemas em série, Jacarepaguá estoura o tempo na abertura da Série Ouro

União de Jacarepaguá enfrenta muitos problemas na abertura da Série Ouro

União de Jacarepaguá enfrenta muitos problemas na abertura da Série Ouro

A União de Jacarepaguá abriu a segunda noite de desfiles do Grupo de Acesso na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, com mais de 40 minutos de atraso em relação ao cronograma inicial informado pela organização do evento e maior presença de público em relação aos desfiles de sexta.

Impressionando quem estava na concentração pelo visual imponente para uma agremiação vinda de divisão inferior, enfrentou problemas com seu carro abre alas, desde a armação, até o momento de um desacoplamento, quase na metade da pista, o que ocasionou um enorme espaçamento para a ala de baianas, que vinha na frente.

Depois, o segundo carro, em frente ao setor 1, também gerou enorme dor de cabeça, precisou ter uma parte desmontada e causou outro espaço, ainda maior, para as alas que vinham antes dele.

Numa série de incidentes, o abre alas voltou a empacar, na saída da Avenida, dificultando a passagem dos sambistas que vinham nas alas de trás. Tantas ocorrências acabaram por fazer que o tempo máximo permitido fosse ultrapassado e a penalização será de um décimo.

+ em busca do Acesso:

A União de Jacarepaguá apresentou em seu desfile na Sapucaí o enredo Manuel Congo, Mariana Crioula, os heróis da liberdade no Vale do Café, com desenvolvimento dos carnavalescos Lucas Lopes e Rodrigo Meiners, que também atua na Barroca da Zona Sul, em São Paulo.

Manuel Congo liderou a maior rebelião de escravizados no Vale do Paraíba. Mariana Crioula participou do mesmo movimento, sendo aclamada a rainha do quilombo formado pelos negros fugitivos pertencentes ao capitão-mor de ordenanças Manuel Francisco Xavier. A revolta aconteceu em Paty do Alferes.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “A escola abre o segundo dia de desfile transmitindo vibração e energia. Os componentes estão comprometidos com o canto e a totalidade do samba, demonstram interesse para sustentar a tenacidade do canto. Destaque para a ala das baianas que sustenta o canto evoluindo com desenvoltura. O chão da escola apresenta algumas irregularidades no andamento da evolução, mas os componentes se empenham para manter o canto e a dança. As alas posteriores a bateria não sustentam o canto e a evolução com o mesmo empenho das anteriores”.

Jaime Cezário: “A homenagem aos dois heróis negros do Vale do Café; Manoel Congo e Mariana Criola, conseguiu se comunicar com facilidade com o público. Um enredo que começa homenageando a ancestralidade africana ao Quilombo criado por eles, terminando tudo numa grande mensagem de esperança por dias melhores, consagrando na Sapucaí por esses grandes heróis da liberdade. Foi uma agradável surpresa nessa abertura do segundo dia. Infelizmente, teve muitos problemas técnicos. As fantasias foram feitas com muito carinho, mesmo sem a utilização de materiais caros, conseguiram passar a mensagem proposta em sua defesa de enredo. Destaco a ala das baianas; a boa combinação das cores e o uso bem adequado dos materiais, conseguiu encher nossos olhos com essa simplicidade elegante. As alegorias foram igualmente bem tratadas, tentaram fazer o máximo, mesmo com os poucos recursos que foram perceptíveis. Usaram e abusaram do famoso tecido esponjado, forrando tudo. Esse tecido sempre é um excelente recurso para camuflar defeitos de escultura, ferragens e tudo mais. A segunda alegoria teve muitos problemas para entrar na Sapucaí, causando um enorme buraco. Tiveram que quebrar uma parte da sua lateral para seus diretores conseguissem levá-la adiante. Deverá ser bem penalizada por este problema”.

Eliane Souza: “Rogério Júnior e Natália Monteiro, o primeiro casal da escola, apresentaram o bailado com naturalidade, demonstrando uma boa sintonia durante sua performance. O par, em acordo com a letra do samba e seguindo o enredo, trouxe uma movimentação e um gestual da dança afro-religiosa que não descaracterizou o bailado. Observei que o espaço reservado para sua dança, foi bem utilizado e, a forma diferenciada de, ao finalizar a coreografia, o casal realizar um giro ao fazer a apresentação da bandeira, no qual o movimento da porta-bandeira aconteceu em rotação e o mestre-sala se deslocou ao redor dela, segurando o pavilhão pela pontinha com zelo, para então se retirarem do espaço. Parabéns ao casal”.

Cadu Zugliani: “O samba correto da União de Jacarepaguá conta bem o enredo, mas não emociona. Prova disso, que a escola teve dificuldades para soltar a voz em algumas partes. O canto da escola também não foi uniforme. Algumas alas muito comprometidas e outras bem menos. Já o refrão principal, vale destaque, levantou bastante em uma melodia bem bacana. Andamento adequado ao desfile”.

Rachel Valença: “Uma pena que o desfile da União de Jacarepaguá tenha sido marcado por problemas nos carros alegóricos e, em consequência, tenha ultrapassado o tempo máximo de desfile. Porque a escola deu uma bonita demonstração de força e garra. Destaque para a excelente ala de passistas, muito numerosa e espontânea, o que é raro de ver atualmente”.

Wallace Safra: “Coroação dos Heróis da liberdade – por uma povo e sua bravura. Os coreógrafos Márcio Vieira e Fabrício Ligeiro apresentaram uma comissão singela e com fortes expressões na interpretação do enredo. Apresentando a trajetória de vida de Manuel Congo e Mariana Crioula, desde a escravização, passando pelos atos de resistência até a coroação. Acredito que a interação com o elemento coreográfico foi bem pequena e faltou força na coreografia, mas os bailarinos buscaram entregar uma interação com o público e com a cabine julgadora. Representando as mucamas e os escravos do feitor, a ala de passistas da agremiação apresentou uma boa plástica e um figurino leve que contribuiu par boa evolução dos componentes. Na ala conseguimos ver, mesmo no setor um, muito samba no pé e uma energia forte, assistimos componentes se divertindo e uma boa conexão com o público. Leveza, organização e ver uma ala bem calçada foram os destaques”.

Bruno Moraes: “A bateria da União de Jacarepaguá fez um excelente desfile, impressionou a segurança da bateria na apresentação dos módulos, a bossa que o agogô fazia na harmonia da melodia do samba é simplesmente uma dos coisas mais legais dos desfiles da Série Ouro. Mestre Marquinho é calmo e um talento. Da afinação das marcações, ala de tamborim, chocalho, cuíca, tudo no lugar, sem firula e com grande eficiência. A Ritmo União vai pra casa com a sensação de dever cumprido”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

(veja a ordem de desfiles do Acesso):

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos de Niterói
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

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