Eleição na Mocidade: candidatos respondem perguntas e apresentam propostas das chapas

Rodrigo Pacheco e Sérgio Byluca disputam eleição na Mocidade Independente de Padre Miguel neste sábado (20). Foto: Eduardo Hollanda/Divulgação e Reprodução

Os eleitores da Mocidade Independente de Padre Miguel vão as urnas neste sábado (20) escolher sua nova diretoria. O SRzd entrevistou líderes das duas chapas que disputam o pleito. Rodrigo Pacheco, vice-presidente na “Família Verde & Branco” (situação), e Sérgio Byluca, presidente na “Salve a Mocidade” (oposição), responderam perguntas e apresentaram as propostas que cada grupo pretende para a verde e branco da Zona Oeste.

O que motivou a chapa a participar da eleição na Mocidade Independente?

Rodrigo Pacheco: “A necessidade de dar continuidade ao crescimento da escola. É uma coisa bem nítida hoje a evolução que a Mocidade teve nos últimos anos, conquistando um título e fazendo desfiles competitivos, voltando nas campeãs em três anos consecutivos, algo que não acontecia desde o fim da década de 90. Não podemos deixar a Mocidade voltar a desfilar para cumprir tabela. Nosso lema é sempre fazer a nossa escola forte e estamos conseguindo”.

Sérgio Byluca: “Por conta da gente não concordar com nova diretoria, que ajudamos a colocar quando tiramos o Paulo Vianna (ex-presidente). Teve um abandono da parte de comunidade, muitas dívidas, falta de calendário. Você nunca sabia se o ensaio era na quadra velha ou na nova, se era domingo ou segunda-feira. Foram várias coisas em uma escola grande como a Mocidade, que está cheia de dívidas e com pessoas sem receber pagamento há 9 meses. Essas pessoas conversaram com a gente e isso nos incomodou”.

Flávio Santos e Rodrigo Pacheco encabeçam chapa “Família Verde & Branco”. Foto: Reprodução

Quais são as principais propostas?

Rodrigo Pacheco: “Em primeiro lugar, manter o nível dos desfiles da Mocidade, sempre buscando o título, e o alto nível da nossa equipe. Em segundo lugar, ampliar a assistência social a nossa comunidade. Nossa meta é também fazer da Mocidade uma escola ‘’auto-sustentável’’, sem depender tanto das verbas públicas. É um grande desafio, mas pelo que fizemos administrativamente nos últimos anos, creio que podemos alcançar isso”.

Sérgio Byluca: “Primeira coisa é fazer uma auditoria, porque não existe transparência nessa gestão. Nós precisamos saber quanto que a escola deve. Nós tivemos uma dificuldade monstruosa de participar da eleição. Fizeram de tudo pra não deixar a gente participar. Conseguimos a liberação da chapa tem três dias. Precisamos de um jurídico fundamental, é o alicerce. Estamos disputando uma eleição e eles já lançaram intérprete, enredo, sem o mínimo respeito de esperar o resultado. Isso não pode acontecer. É um absurdo”.

O que a escola precisa mudar e manter da atual gestão?

Rodrigo Pacheco: “O que precisamos mudar, na verdade, vem do Carnaval como um todo. As escolas de samba precisam dar um passo a frente em captação de recursos, e vamos tentar isso com muita dedicação. O que precisamos manter acima de tudo é o ambiente e a seriedade. Hoje, o componente da Mocidade se sente feliz e luta pela sua escola nos ensaios, no desfile, e se precisar, no barracão também. Isso só acontece com a certeza que a agremiação está sendo gerida por gente séria e comprometida com a história dela”.

Sérgio Byluca: “A escola teve uma melhora em relação ao Paulo Vianna. O patrono (Rogério Andrade) veio, deu uma organizada, ajudou e nós fizemos carnavais melhores que dos outros anos. Mas nós estamos preparados. Montamos uma equipe coesa e queremos uma escola na mão da comunidade. Essa direção que está aí montou um grupo “privê”, são pessoas que só trabalham naquela panela. A gente é contra. Estamos montando um time forte, resgatando os baluartes. Porque essa galera chegou de paraquedas e achou que é dona da escola. Não adianta ter um Carnaval só e não ter estrutura, não valorizar as pratas da casa. Queremos, nessa nova gestão, transparência. A lista de votantes a gente não sabia, soubemos agora. Impugnaram por três vezes a nossa chapa. Eles convenceram os nossos conselheiros a desistir e a nossa chapa era cancelada e não sabíamos o porquê. Isso não pode. Nós somos o “Salve a Mocidade”, precisamos salvar essa escola”.

Sérgio Byluca e Severo lideram chapa “Salve a Mocidade”. Foto: Reprodução

A Mocidade perdeu o Carnaval 2018 no quesito fantasias e em 2019 o maior problema foram as alegorias. Como corrigir a plástica da escola para 2020?

Rodrigo Pacheco: “Não vejo um problema crônico na plástica da escola. Isso é muito pontual de um ano a outro. Se a plástica fosse um problema tão grave não teríamos tirado ótimas notas em alegorias em 2018, e ótimas notas em fantasias em 2019. Então isso acaba variando de um ano a outro. Esse ano, por exemplo, perdemos pontos num samba-enredo aclamado por público e mídia. É ter o equilíbrio de avaliar onde erramos e acertamos. No somatório dos últimos dois carnavais, o balanço é positivo. Além do título de 2017, saímos da Avenida entre os melhores desfiles nos dois anos”.

Sérgio Byluca: “Se organizando melhor, trabalhando com transparência. Se trabalha tanto tempo em Carnaval para se ter fantasias desmanchando na Avenida? Eles já contrataram um carnavalesco e nem esperaram as eleições. É uma falta de respeito e consideração”.

Qual o caminho para driblar a crise financeira que atinge não só a agremiação, como o Carnaval carioca?

Rodrigo Pacheco: “Acredito que é preciso uma transformação no produto de uma forma geral. Sem perder, é claro, a sua essência, seus fundamentos, mas investir numa maior interação via rede social, abrir mais o Carnaval para o mundo. Entrar no mercado com força em busca de patrocínios, ampliar o nosso universo de negócios. Há muita coisa a ser feita”.

Sérgio Byluca: “Tudo é organização. Carnaval é planejamento. A atual gestão não tem cronograma, não faz o que tem que fazer. Nós vamos respeitar os nossos conselheiros. Nossa equipe é muito boa, de pessoas experientes e que amam a Mocidade. A história dessa escola é muito linda, futurista, de vanguarda. Eu trabalhei com Fernando Pinto (ex-carnavalesco), sou artista plástico, fui diretor do João Caetano. Sou nascido e criado na Zona Oeste e amo essa escola. Estamos voltando com Paulinho Mocidade, até para fazer uma composição dele junto com Wander Pires. Se a gente ganhar, queremos essa dupla”.

Comentários

 




    gl