‘Doutor Castor’: série do Globoplay mostra história do bicheiro na Mocidade e no Bangu

‘Doutor Castor’ é a nova série do Globoplay. Foto: Divulgação/Globoplay

Um dos personagens mais polêmicos da história do Rio de Janeiro, Castor Gonçalves de Andrade e Silva (1926-1997), mais conhecido como Castor de Andrade, deu origem a uma série documental. Considerado o chefe da contravenção do Rio de Janeiro na década de 70, Castor marcou época no jogo do bicho, no Bangu Atlético Clube e na Mocidade Independente de Padre Miguel. Essas três facetas norteiam a série “Doutor Castor”, que estreou nesta quinta-feira (11) no Globoplay.

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Isso deu força para que ele fosse paparicado pela alta sociedade

“É um personagem singular da história do Rio porque militou em três áreas muito fortes no imaginário carioca: jogo do bicho, Carnaval e futebol. Isso o tornou popular, mas também deu força para que ele fosse paparicado pela alta sociedade, por autoridades e políticos. O Castor queria se comunicar com todo mundo. Ele cultivava a imagem do malandro carioca e se orgulhava disso”, explicou Rodrigo Araújo, que divide o roteiro ao lado do diretor Marco Antonio Araujo.

Renato Lage em depoimento na série ‘Doutor Castor’. Foto: Divulgação/Globoplay

A série é a primeira produção documental do Esporte da Globo voltada exclusivamente ao Globoplay. Ela é dividida em quatro episódios, que variam de 57 minutos (mais curto) a 1h09 (mais longo). Mais de 30 personagens que tiveram algum tipo de relação com o Castor de Andrade foram entrevistados. A produção ainda traz relatos exclusivos de personalidades do mundo do samba, como o carnavalesco Renato Lage.

Ele foi mais bem-sucedido no samba. Transformou a Mocidade numa grande escola

“O Castor queria ser alguém popular no futebol e no samba. Era uma maneira de conquistar legitimidade na sociedade. Samba e futebol não eram só duas paixões, mas também instrumentos de poder. Certamente ele foi mais bem-sucedido no samba. Transformou a Mocidade numa grande escola e ganhou vários títulos, mas não conseguiu fazer o mesmo no clube. O Bangu foi grande enquanto o Castor investiu pesado. Isso durou pouco tempo. Mas o futebol deu muita visibilidade a ele”, disse Araújo.

Castor de Andrade. Foto: Reprodução

Confira o resumo de cada episódio:

1 – Perfil do Castor de Andrade, como foi a ascensão dele ao poder e como ele controlava o jogo do bicho em Bangu, subúrbio do Rio. Com dinheiro sujo e violência alimentava o sonho de levar Bangu e Mocidade às glórias, despertava admiração de seus protegidos e medo de quem ousasse atravessar seu caminho.

2 – Após uma série de assassinatos, emerge à cúpula do jogo do bicho. Em 1985, Castor sonha com um ano de glórias no samba e no futebol (episódio mais voltado ao grande momento do Bangu nos gramados, quando o clube chegou à final do Campeonato Brasileiro daquele ano e ao título da Mocidade no Carnaval).

3 – O chefão do bicho estende seus tentáculos sobre a política e as forças de segurança. O Bangu disputa a Libertadores e a Mocidade se torna protagonista no Carnaval.

4 – A Justiça fecha o cerco aos bicheiros e desvenda um grande esquema de corrupção, com a condenação deles na década de 1990. Castor se afasta do Bangu e da Mocidade. Briga da famíia pela herança do poder deixada pelo contraventor.

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