Desfile da Mangueira de 2014 foi patrocinado por Eike Batista, disse Chiquinho em depoimento

Desfile da Mangueira de 2014. Foto: Fernando Azevedo

Desfile da Mangueira de 2014. Foto: Fernando Azevedo

Em depoimento à Polícia Federal, o deputado estadual (PSC-RJ) e presidente da verde-e-rosa, Chiquinho da Mangueira, afirmou que o desfile da agremiação de 2014 foi patrocinado por Eike Batista, através de uma de suas empresas. O presidente não se recorda do valor recebido, mas disse que o dinheiro gira em torno de 2 a 3 milhões de reais.

Naquele ano, a Mangueira falou sobre festas populares com o enredo “A festança brasileira cai no samba da Mangueira”. O desfile foi assinado pela carnavalesca Rosa Magalhães e terminou em 8º lugar.

Sérgio Cabral ajudou como torcedor da escola

Chiquinho da Mangueira confirmou em depoimento que a escola de samba recebeu auxílio financeiro do ex-governador Sérgio Cabral e de seu ex-assessor Sergio de Castro Oliveira, mais conhecido como Serjão. A justificativa para os repasses, no entanto, foi de que Cabral é mangueirense.

Chiquinho da Mangueira e Sérgio Cabral. Foto: Reprodução

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Chiquinho teria pedido R$ 1 milhão em propina ao ex-governador para viabilizar um dos desfiles da Mangueira. Segundo o presidente, na época em que assumiu a agremiação, 2013, as dívidas giravam em torno de 12 milhões.

O ex-assessor Serjão, em delação premiada, disse que pagou ao menos R$ 200 mil ao deputado, perto do Carnaval. Além disso, Chiquinho recebia uma espécie de mesada no valor de R$ 20 mil mensais. Segundo o delator, o dinheiro era entregue em meias compridas e envelopes lacrados ao lado da casa da mãe de Chiquinho, na Rua Visconde de Abaeté, 123 – Vila Isabel.

No depoimento, Chiquinho negou a tese da mesada. Ele disse que a ajuda relativa ao desfile da Mangueira era destinada às despesas da escola, seja em dinheiro vivo recebido ou pagamento direto feito por Serjão. O deputado também confirmou que sua mãe pode ter recebido algum dinheiro. Contudo, segundo ele, o pagamento nunca se deu por meio de contas correntes em bancos.

Trecho do depoimento de Chiquinho à PF. Foto: Reprodução

Tribunal mantém prisão

Na última quarta-feira (14), Chiquinho e mais oito deputados estaduais do Rio de Janeiro tiveram suas prisões preventivas confirmadas pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).

Os parlamentares foram presos durante a Operação Furna da Onça, deflagrada no último dia 8. As prisões temporárias foram transformadas em preventivas, sem prazo de soltura. Os magistrados consideraram necessária a prisão a fim de garantir a ordem pública, assegurando a instrução criminal e a aplicação da lei penal.

Os nove deputados são acusados de participar de esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual. São eles: Chiquinho da Mangueira (PSC), Jorge Picciani (MDB), Paulo Melo (MDB), Edson Albertassi (MDB), André Corrêa (DEM), Coronel Jairo (MDB), Luiz Martins (PDT), Marcos Abrahão (Avante) e Marcus Vinicius Neskau (PTB).

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