Se restavam dúvidas se o Império Serrano conseguiria superar os problemas de atraso no barracão e levar um desfile digno para a Avenida, a apresentação deste domingo (11), que abriu o Carnaval 2018 do Grupo Especial, provou que a agremiação de Madureira está pronta para brigar pela permanência na elite do carnaval. Com um trabalho plástico, do carnavalesco Fábio Ricardo, que surpreendeu ‘críticos do pré-carnaval’, a escola defendeu o enredo “O Império do Samba na Rota da China”. A agremiação levantou o público ao final de sua apresentação, mas terminou o desfile antes do tempo previsto.
O Império Serrano deu a largada às 21h37, porém, o início estava previsto para 21h15min. A escola foi bem recepcionada pelo público do Setor 1, que, como o samba diz, matou a saudade da agremiação. Os destaques negativos ficaram por conta dos problemas de evolução e da perda de 0,2 décimos devido ao encerramento do desfile 2 minutos antes do tempo previsto.
O primeiro setor, “O Império tocou reunir… na China”, mostrou a união dos dois impérios: chinês e serrano. O segundo setor, “Velha-Guarda imperial da China – As dinastias”, relatou as dinastias históricas da China antiga. A terceira parte do desfile, “O samba é nossa relação – Todo chinês é taoísta em casa, confucionista na rua e budista na hora da morte”, falou sobre as três principais religiões do país. Em “Pregoa pregoeiro: o mercado é todo seu”, foram mostradas as invenções chinesas e os produtos dos mercadores. No quinto setor, “O meu Império é raiz, herança”, teve destaque a grande muralha chinesa. O final do desfile, “Serrinha custa, mas vem”, comemorou o ano novo chinês e o Carnaval da escola.
O desfile do Império Serrano foi aberto pela comissão de frente coreografada por Júnior Scapin. O coreógrafo explicou ao SRzd um pouco do que foi retratado na abertura da escola: “São 14 guerreiros chineses ancestrais e temos Marco Polo à frente desbravando toda a Marquês de Sapucaí. A gente traz um templo chinês e, quando chegamos nas cabines de jurados, os guerreiros e Marco Polo somem e a gente monta na Avenida um grande Saara. Do carro saem 15 figuras que representam a China Pop, a China que o povo conhece hoje em dia. A gente faz um contraponto da China antiga com a do Saara, “Made in China”, bugingangas…”.
A comissão intitulada “Made in Império… a China é aqui” teve o apoio de um elemento cenográfico que se transformava e agradou o comentarista do SRzd Márcio Moura: “Júnior Scapin trouxe a fusão da China antiga com a nova. Ancestralidade e modernidade no mesmo ambiente. O pagode abria e se transformava em uma esquina de ‘Chinatown’. Coreografias fortes e precisas no período ancestral e teatralização na modernidade. Uma junção correta para contar esse enredo tão plural”.
Numa fantasia luxuosíssima, elogiada por Mestre Manoel Dionísio, o casal de mestre-sala e porta-bandeira Raphaela Caboclo e Feliciano Jr. estreou no Grupo Especial pelo Império Serrano. A dupla encarnou “O Dragão e a Fênix” e foi bem aplaudida pelo público das arquibancadas. O casal foi protegido pela ala “Guardiões da energia cósmica”, que realizava coreografia com fitas utilizadas em ginástica rítmica.
Raphaela exaltou a preparação do casal, responsável pelo bom desempenho na pista: “A gente se preparou o ano inteiro, claro, como todos os anos, mas com um gostinho especial, pois finalmente a gente consegue trazer o pavilhão do Império ao Grupo Especial após 8 anos. Então, acho que tá tudo numa vibração muito positiva. Eu, Feliciano, toda a comunidade se preparou muito para estar aqui hoje. O trabalho da direção pensou em todos os detalhes, do início ao fim”. A respeito da tensão para a apuração desta quarta de cinzas (11), a porta-bandeira disse: “O trabalho foi feito. Agora é pedir a benção a Papai do Céu e esperar a quarta-feira.”
O casal agradou o especialista do SRzd no quesito, Mestre Manoel Dionísio: “Feliciano, como sempre, cortejando e protegendo e a Raphaela segurando naquele carão. Foi a primeira vez que eu vi uma equipe de guardiões que não está atrapalhando a apresentação do casal. No quesito casal, o Império Serrano está muito bem”.
A Sinfônica do Samba, como é conhecida a bateria do Império Serrano, teve, por mais um ano, mestre Gilmar no comando dos ritmistas, que representaram o “Exército de Terracota do Imperador Qin”. À frente, a rainha de bateria Milena Nogueira incorporou a “Guerreira do Huan Mulan” e tocou agogô na Avenida.
A bateria levantou os setores 1 e 2 quando realizou uma bossa na parte final do samba-enredo. De acordo com o comentarista de bateria do SRzd Bruno Moraes, a Sinfônica do Samba se destacou no final: “A bateria do Mestre Gilmar fez um bom desfile nessa abertura do Grupo Especial. Destaque para o final do desfile, onde o conjunto de bossas levantou o público. A bateria fez boas apresentações para os julgadores”.
A obra dos compositores Tico do Gato, Chupeta, Henrique Hoffman, Lucas Donato, Arlindinho, Andinho Samara, Victor Rangel, Jefferson Oliveira, Ronaldo Nunes e André do Posto 7 foi interpretada por Maquinho Art’Samba e levantou as arquibancadas, principalmente na parte final da apresentação.
A plástica do Império Serrano surpreendeu. Cogitaram que a escola não terminaria o trabalho a tempo, mas a agremiação superou os problemas e pôs um desfile digno na Avenida. O abre-alas “Mística Coroa Imperial” teve dois tripés à frente, intitulados “Dragões Imperiais”. O tripé “Leques Imperiais e o Rouxinal do Imperador” apresentou dois leques, vermelho e preto, e careceu de uma maior iluminação. O carro “A religiosidade chinesa” soltou pétalas rosas. A terceira alegoria, “Tesouros dos mercadores da Rota da Seda”, se destacou pelo colorido. “A grande Muralha da China” foi o penúltimo carro a passar e trouxe movimento em catapultas. “O ano novo chinês na Serrinha” encerrou o desfile e homenageou a volta do Império Serrano ao Especial.
A escola trouxe seus componentes de Madureira para desfilar na Sapucaí neste domingo (11). O canto oscilou e foi percebido uma desempenho inferior nas alas comerciais. No que tange à evolução, a agremiação teve problemas no segundo módulo de julgamento. Houve dois grandes espaçamentos entre o terceiro tripé e o destaque a frente. O que voltou a ocorrer entre o segundo carro e a passista. Algumas alas também não mantiveram a compactação em determinados momentos.
O número reduzido de desfilantes prejudicou o andamento da agremiação na pista, o que fez a escola encerrar sua apresentação dois minutos antes do tempo mínimo. Tal fato acarretará a perda de dois décimos na apuração.
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Local: Madureira, Rio de Janeiro
Fundação: 23 de março de 1947
Cores: Verde e branco
Símbolo: Coroa
Campeonatos no Especial: 1948, 1949, 1950, 1951, 1955, 1956, 1960, 1972, 1982
Colocação em 2017: 1º Lugar – Série A
Presidente: Verá Lúcia
Carnavalesco: Fábio Ricardo
Intérprete: Marquinho Art’Samba
Diretores de Carnaval: Zé Luís Escafura e Hélio Oliveira
Diretor de Harmonia: Cosme Márcio
Mestre de Bateria: Gilmar
Rainha de Bateria: Milena Nogueira
1º casal de mestre-sala e porta-bandeira: Raphaela Caboclo e Feliciano Jr,
Comissão de frente: Júnior Scarpin
Enredo 2018: “O Império do Samba na Rota da China”
Número de carros alegóricos: 05
Número de tripés: 04
Compositores: Tico do Gato, Chupeta, Henrique Hoffman, Lucas Donato, Arlindinho, Andinho Samara, Victor Rangel, Jefferson Oliveira, Ronaldo Nunes e André do Posto 7
Confio” no meu verde e branco a seguir
“Conceda” o caminho onde eu possa reinar
Império de tradições imponentes
Nos “Oriente” a desvendar
O sábio contou, eu guardei na memória
A lenda do chá que marcou a história
Numa cidade majestosa e proibida
Ganha vida, uma aquarela imperial
A dinastia registrada nos metais
Salve os ancestrais
Um legado imortal
Quando soar o gongo
Toca esse agogô
Roda a baiana, é festa um ritual de amor
A tradição milenar aprendendo a sambar
Com o melhor professor
A sabedoria tão perfeita
Feito um oásis de invenções
O “vento” sopra ao mundo uma “colheita”
Dos “frutos” que mudaram gerações
Sua “fortaleza” é o que me faz seguir
Sou mais um guerreiro a lutar por ti
“Não desfazendo de ninguém”
Voltei ao “meu lugar”
“Serrinha custa mas vem”
Pra ficar
Nossa coroa a brilhar
A China vem festejar
E anunciar o “novo ano”
Deixa o povo cantar
Matar a saudade do Império Serrano
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