Reencontro “de milhões”. Foram 11 anos de divórcio entre a Imperatriz Leopoldinense e a carnavalesca Rosa Magalhães.
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Mas, nesta sexta-feira (22), o casamento foi retomado – e abençoado por Arlindo Rodrigues, grande parceiro da artista nas décadas de 60 e 70.
Se já não bastasse todo esse contexto, a verde e branca ainda reconquistou sua vaga no Grupo Especial e fez sua primeira apresentação sem a presença do ex-presidente Luizinho Drumond. O resultado não poderia ser outro: um desfile emocionante e com o padrão de qualidade que a dupla Rosa e Imperatriz tanto nos acostumou. Uma bela abertura para um Carnaval tão esperado por todos os sambistas.
“Não tenho lembrança de ter visto o desfile do Grupo especial ser aberto por um desfile desse padrão de qualidade. Quem deixou pra chegar mais tarde perdeu um desfilaço. A sensação é que a Imperatriz surge renovada. O tropeço parece ter feito bem à escola. Ou será talvez o comando discreto e a mão feminina da nova presidente? Muito bom ter de volta à elite essa Imperatriz que renasce”.
“Abertura fantástica da Imperatriz, disputando as seis primeiras colocações. Trabalho plástico impecável da Rosa. Colocou o sarrafo lá em cima. Um primor. Tem assinatura da Rosa. São dois grandes nomes: Arlindo e Rosa”. Um nome que ressalto é do Bruno Oliveira, que tocou o barracão desse trabalho impecável – e ainda é o meu carnavalesco na Caprichosos de Pilares”.
Intitulada “O Trem das Lembranças”, a comissão de frente coreografada pelo estreante Thiago Soares apostou no brilho e movimento para abrir o desfile da agremiação.
A coreografia iniciava com um grupo de bailarinas que usaram saias em uma bonita dança. Em determinado momento, elas interagiam com espelhos em um tripé, e de lá, saiam outras componentes espelhadas, em referência aos materiais e estilos do carnavalesco Arlindo Rodrigues, homenageado no enredo.
Ao final da apresentação, uma componente que personificava Dalva encontrava o sabiá representado por um drone.
A coreografia foi bem executada e levantou o público em alguns momentos. No geral, porém, a dança era simples e o truque final do drone acabou não surtindo tanto efeito quanto esperado.
O tripé também não teve grande utilização, principalmente a parte do trem, onde vinha um componente masculino que também pouco interagiu com o restante do grupo. Destaque positivo para o figurino.
Uma apresentação hipnotizante do casal Thiaguinho e Rafaela, representando “Imperatriz – Manequim dos sonhos de Arlindo”. A dupla pareceu flutuar na Avenida, com destaque para o sorriso, a graciosidade e a leveza da porta-bandeira.
O casal demonstrava plena felicidade e sintonia a cada cabine dos jurados. Um deleite para quem assistiu. O ponto alto ficou pela encenação do passo em câmera lenta, famoso por ser executado por Chiquinho e Maria Helena, ex-casal da Imperatriz.
A comentarista do SRzd Eliane Santos se sentiu emocionada com a apresentação: “Um bonito riscado do mestre-sala, com elaborados sapateados, apresentado com elegância e segurança. Thiaguinho Mendonça traçou o cruzado, a carrapeta com total atenção a porta-bandeira, a qual ofereceu a mão e deste modo, giraram para ela executar o aviãozinho com firmeza! O movimento de apresentação da bandeira foi acrescido do passo ‘câmera lenta’ do Chiquinho, uma bela homenagem à Maria Helena! A porta-bandeira Rafaela Theodoro, uma rainha, esteve plena e altiva na realização de seus giros no abano, e em suas nuances, com gestos de mão, que como a Maria Helena fazia, repousava na cintura”.
Um dos melhores trabalhos alegóricos da carnavalesca dos últimos anos. Destaque para a grandiosidade dos carros, já que Rosa ficou marcada por preferir alegorias menores.
O abre-alas era acoplado e trazia efeitos de fogo. O segundo carro, altíssimo, impressionou pela riqueza de estampas para representar a africanidade do Salgueiro. O restante do conjunto manteve o nível e dá esperança de ótimas notas à agremiação no quesito.
“As alegorias seguiram um padrão de doce recordação, onde vislumbramos no dourado barroco, nos espelhinhos, fitas de metaloide, broches de acetato temperado pelas cores branco, ouro e prata o toque da genialidade do Arlindo, que tanto colaborou para tornar essa festa a maior do planeta. Um enredo que enche nosso coração de saudade gostosa. Minha vontade era pegar esse trem da alegria e sair de mãos dadas com a Imperatriz para ser feliz”, afirmou Jaime Cezário, comentarista do SRzd.
Um trabalho primoroso e com assinatura da mestra Rosa Magalhães. Um lindo reencontro da carnavalesca com sua tradição, na escola onde mais escreveu capítulos marcantes.
Figurinos muito bem acabados, luxuosos e requintados, além da clara leitura do resultado. A paleta de cores funcionou e caiu como uma luva no conjunto visual da verde e branca.
“A Imperatriz abriu os desfiles colocando a emoção lá nas alturas com a linda homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues. O que vou poder falar das fantasias da Imperatriz sem me comprometer com a emoção que estou sentindo? Adjetivos como “reluzente como a luz do dia” e esplendorosa como o canto de Dalva de Oliveira ou o poema de Gonçalves Dias, eu poderia utilizar. Fantasias absolutamente enquadradas na personalidade do homenageado”, comentou Cezário.
O enredo em homenagem ao carnavalesco Arlindo Rodrigues caiu como uma luva para esse reencontro entre Imperatriz e a carnavalesca Rosa Magalhães. A proposta foi desenvolvida de forma emotiva e clara pela Avenida, como bem observado pelo comentarista Marcelo Masô.
“A Imperatriz Leopoldinense elegeu como enredo apresentar a vida e obra do grande carnavalesco Arlindo Rodrigues. A vida de Arlindo como carnavalesco se iniciou como discípulo do lendário Fernando Pamplona. Arlindo, após sua passagem pelo Theatro Municipal, passou a integrar o Salgueiro como Carnavalesco. Neste sentido, se esclarece o fato de Arlindo valorizar como tema a identidade nacional, priorizando também a adoção de enredos pouco conhecidos na História Nacional, valorizando-os. Estes aspectos for abordados pela agremiação de Ramos. Noutro prisma, é essencial destacar que a Imperatriz desenvolveu com clareza seu enredo, o qual foi segmentando em cinco setores. Destaque para a competência da escola para transparecer nas alas a passagem do setor dois ( que homenageava o Salgueiro), para o setor três, este fazendo menção à mocidade, outra escola defendida por Arlindo como Carnavalesco. Por fim, cabe destacar ter sido abordada também com propriedade a vida carnavalesca de Arlindo Rodrigues na Imperatriz. Foi um belo desfile.”
A obra de um autor só, assinado pelo compositor Gabriel Mello, tem qualidade em letra e melodia e não deve complicar a vida da agremiação na apuração. O desempenho na pista, porém, caiu do meio para o final, após um início fortíssimo.
Para o comentarista Cadu Zugliani, o carro de som capitaneado por Bruno Ribas e Arthur Franco merece destaque: “Para quem estava com saudade do Grupo Especial no Carnaval, a Imperatriz cumpriu seu papel. Abriu o desfile com muita energia mesmo não tendo um samba considerado top na safra. O carro de som bem equalizado, ensaiado tirou mais ainda do potencial do samba. Mas com o desenrolar do desfile, o samba caiu um pouco de rendimento”.
Um show dos ritmistas de mestre Lolo. A bateria da Imperatriz já é boa há muito tempo e novamente provou sua grande qualidade na pista. Destaque para a convenção final dos ritmistas, onde os instrumentos simulavam uma crescida e jogavam o verso final do samba para o público cantar. A resposta positiva da arquibancada foi imediata.
“A Swing da Leopoldina atingiu um patamar impressionante e hoje o desfile ratificou toda essa qualidade. Mestre Lolo que veio representando Mestre André, quando entrou na avenida fez ótimas apresentações aos julgadores, destaque para a bossa do pagode. O chapéu da bateria era uma preocupação, já que os ritmistas estavam reclamando, mas nem isso atrapalhou o ritmo! Outro destaque foi a equipe de direção, que trabalhou muito e não deixou que o chapéu atrapalhasse. Parabéns Leopoldina”, elogiou Bruno Moraes.
A Imperatriz parece recuperar o auge no quesito que apresentava nos anos 2000. Um excelente desempenho da comunidade, com destaque para a parte final do samba e o refrão principal.
Interessante destacar o excelente canto, animação e fofura da ala das crianças e velha-guarda que, mesmo com a idade diferenciada, não deixaram a peteca cair.
Segundo a comentarista do SRzd Célia Souto, a harmonia da escola foi satisfatória e não deve comprometer na apuração: “A escola fez um desfile vibrante, com garra e emoção do início ao fim. O entrosamento entre ritmo e melodia foi muito bem desenvolvida, o canto soou com clareza e vivacidade durante todo o desfile. Os componentes demonstraram muita concentração para cantar durante todo o desfile”.
Compacta, fluida, sem buracos. A “certinha de Ramos” está de volta? A Imperatriz mostrou excelência no quesito e ainda deixou claro que a frieza ficou no passado. Componentes animados, felizes e vibrantes durante toda a passagem no sambódromo.
A escola evoluiu pela Avenida dominando o andamento do desfile. Apresentou regularidade entre as alas, segurança e leveza qualidades essas que fizeram com que o desfile fosse emocionante”, pontuou Célia Souto, comentarista do SRzd no quesito.
Enredo: “Meninos eu vivi… Onde canta o sabiá, Onde cantam Dalva & Lamartine”
Presidente: Cátia Drumond
Carnavalesco: Rosa Magalhães
Intérprete: Arthur Franco e Bruno Ribas
Mestre de Bateria: Lolo
Rainha de Bateria: Iza
Comissão de Frente: Thiago Soares
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Thiaguinho Mendonça e Rafaela Theodoro
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