Crivella sobre subvenção das agremiações: ‘Fui considerado traidor, mas esse ano vou sair de herói’

Marcelo Crivella. Foto: Fotos Públicas

Marcelo Crivella. Foto: Fotos Públicas

Criticado explicitamente pela Mangueira no Carnaval de 2018, Crivella acha que esse ano merece novamente destaque nas escolas de samba. Dessa vez, como herói. Em entrevista ao jornal O Globo, o prefeito do Rio de Janeiro falou sobre a subvenção destinada às agremiações, disse que se reunirá com a Liesa e ironizou as reclamações, ao colocar culpa nas escolas pela crise financeira que atinge a folia carioca.

Para ele, que deve se reunir esta semana com as agremiações, a falta de compliance do Carnaval fez a folia entrar em crise. Ele citou a imagem ruim deixada pela prisão do ex-presidente da verde e rosa, Chiquinho da Mangueira, que foi solto nesta segunda (14). O fato fez a Uber desistir de patrocinar a festa. A empresa daria R$ 500 mil a cada escola do Grupo Especial e R$ 2,5 milhões para o Carnaval da Intendente Magalhães.

Crivella também disse, ironicamente, que em meio à situação calamitosa em que vivem as contas da prefeitura, o fato da cidade destinar verba para as as escolas de samba é um ato heroico do prefeito.

Talvez eles pudessem fazer um enredo: aqui se faz, aqui se paga

“Eu que na Sapucaí em 2017 fui considerado traidor, esse ano eu vou sair de herói. Eles jogaram fora o patrocínio que eu consegui. Talvez eles pudessem fazer um enredo: aqui se faz, aqui se paga. Nós ajudamos e eles desperdiçaram. Vamos nos reunir com eles para tratar como a prefeitura em um momento de extrema agonia poderá ajudar aqueles que uma vez ajudados jogaram fora a ajuda que receberam”, disse o prefeito.

Desfile da Mangueira 2018. Foto: Reprodução de TV
Crivella virou ‘boneco judas’ no desfile da Mangueira de 2018. Foto: Reprodução de TV

Durante campanha eleitoral, em 2016, Crivella prometeu não reduzir a subvenção do Carnaval, que na época era de R$ 2 milhões por escola do Especial. Quando assumiu em 2017, cortou 50% do valor. Com a vinda da Uber, as agremiações receberam R$ 1,5 milhão em 2018. Para 2019, no entanto, a empresa de transporte saiu e o prefeito cortou mais 50%, totalizando R$ 500 mil para cada escola.

A situação piora nos grupos inferiores. As agremiações da Série A terão direito a R$ 250 mil cada. Em 2018, o valor havia sido de R$ 490 mil. O Carnaval da Intendente Magalhães precisará dividir um valor de R$ 3,5 milhões entre as 60 escolas dos grupos B, C, D e E. O fato é que, até o momento, nenhum dinheiro foi depositado na conta das agremiações.

“Durante todos os anos da gestão do ex-prefeito Eduardo Paes, que era carnavalesco, cada escola do Grupo Especial recebeu R$ 1 milhão de subvenção. No último ano, R$ 2 milhões. Quando eu assumo, tinha muitas dívidas a pagar (de financiamento de projetos de infraestrutura construídos para a Olimpíada): foram R$ 1,2 bilhão em 2017 e R$ 1,5 bilhão em 2018. Chamei as escolas e disse: darei R$ 1 milhão e me comprometi a conseguir patrocínio. Viabilizei com a Uber, somando tudo, foram quase R$ 21 milhões”, disse Crivella.

Sem apoio da Uber e com pouca subvenção da prefeitura, desfiles da Intendente Magalhães são os mais afetados. Foto: Divulgação

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