Consternado com o incêndio que destruiu o barracão da escola de samba Renascer de Jacarepaguá nesta quarta-feira (28), o premiado compositor Claudio Russo, desabafou em entrevista ao jornalista Sidney Rezende, diretor do SRzd: “A Renascer está fragilizada com o que aconteceu. O caminho agora é a união dos componentes. O nome da escola já tem uma palavra muito forte que é Renascer. E é das cinzas que vamos renascer para fazer um grande Carnaval em 2018”.
Mas como superar o drama da Renascer? O próprio Claudio Russo indica o caminho: “Falta o apoio do poder público. Não adianta discutir verba se nós não temos nem nas nossas instalações segurança. Não há segurança para os trabalhadores. As escolas podem botar um Carnaval que está sendo feito em risco. A Renascer é prova disso. A Renascer estava adiantada para o Carnaval de 2018.”
“Antes de se preocupar com aumento de verba, manutenção de verba, a gente tem que se preocupar com a segurança e a melhoria das instalações desses Grupos de Acesso”, desabafa.
Russo alerta que o acidente na Renascer poderia acontecer com outras agremiações. “O que aconteceu com a Renascer não impede que aconteça com outras, infelizmente. Eu acho que a gente tem que discutir. Hoje nós temos a segurança do Especial na Cidade do Samba, que não isenta da possibilidade de acontecer, como já aconteceu, mas diminui muito as possibilidades. Os barracões das escolas dos Grupos de Acesso são muito ruins”.
Antes de se preocupar com aumento de verba, manutenção de verba, a gente tem que se preocupar com a segurança e a melhoria das instalações desses Grupos de Acesso.
“A minha ideia é que através do poder público e com tentativas de capitanear a iniciativa privada, a gente consiga fazer uma Cidade do Samba 2 ou uma estrutura para os barracões dos Grupos de Acesso que possam contemplar essa segurança que hoje está faltando. É necessário que o poder público assuma isso. A Lierj tem trabalhado muito. A gente vê que os Carnavais que passam sexta e sábado não devem nada ao Grupo Especial. São feitos com dificuldade, de forma artesanal, feito com muita luta, mas a parte de infraestrutura de barracões, não tem como a Lierj sozinha junto com as escolas capitanearem isso. Acho que o poder público pode trazer isso, buscar também na iniciativa privada parceiros que possam auxiliar para a gente cada vez mais fortalecer a festa. Não adianta nada ter um Grupo Especial forte, um Grupo Especial que passa para o mundo inteiro, se o Grupo de Acesso que é tão bom quanto, com muito menos, não tem a devida estrutura”.
“Não precisa ser esse nome, Cidade do Samba 2, se não quiserem, mas uma estrutura de barracões moderna, com segurança, que possa favorecer as escolas a fazerem grandes Carnavais”.
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