Cinco perguntas para o mestre-sala Marlon Lamar

Mestre-sala Marlon Lamar / Foto de acervo pessoal

Um menino iluminado. Assim pode ser definido o novo mestre-sala da Portela.

Novo porque acaba de ser contratado pela Majestade do Samba para cortejar seu pavilhão de 22 estrelas. Novo porque, aos 24 anos, é um sonhador que veio de São Paulo imaginando, um dia, brilhar sob os holofotes do maior de todos os templos do samba.

Fizemos cinco perguntas para Marlon Lamar, confirmado esta semana para defender o pavilhão da Águia azul e branca. Ele mostrou-se feliz e determinado para dançar ao lado da tarimbada Lucinha Nobre, e já faz planos para lutar pelo bicampeonato da escola de Oswaldo Cruz e Madureira no carnaval de 2018.

Com humildade, mas sem perder a determinação.

1 – SRzd: Você veio do Carnaval de São Paulo e nunca escondeu seu sonho de desfilar na Marquês de Sapucaí. Após a passagem pela Porto da Pedra, qual a emoção de ser o primeiro mestre-sala de uma Portela campeã, desfilando pelo Grupo Especial do Rio de Janeiro?

ML – Difícil achar palavras que realmente consigam descrever a satisfação e o prazer que sinto em ter esta honra. A Portela não é apenas uma escola de samba. A Portela é essência, e sua história se funde com o samba. Impossível falarmos de carnaval e não falarmos da Majestade. Eu me sinto privilegiado.

2 – SRzd: Quando foi que o jovem estudante de Medicina descobriu que o destino seria o bailado de mestre-sala do carnaval?

ML – Fui criado em um terreiro de samba. Desde muito cedo sabia que minha paixão pela arte da condução era muito maior que qualquer outro estilo e ritmo. Aos 6 anos me tornei mestre-sala mirim. Aos 16 assumi um pavilhão oficial já tendo a responsabilidade de pontuar. Mas nada foi tão maior que o prazer pela dança. Ser mestre-sala está no meu sangue. Está na minha alma.

3 – SRzd: Lucinha Nobre é uma porta-bandeira consagrada, você está iniciando uma carreira das mais promissoras no segmento. Como tem sido essa experiência no convívio com ela?

ML – Lucinha Nobre, minha amiga, psicóloga, médica, irmã, professora. Eu fui agraciado por ter a honra de ser mais que um mestre-sala. Acho que nossos caminhos se cruzaram exatamente para se tornar algo diferenciado. E para mim é um prazer poder estar ao lado dela. Uma porta-bandeira renomada, forte e vitoriosa.

4 – SRzd: O que você considera um diferencial em sua dança de mestre-sala, ou que tipo de referência você traz no seu bailado?

ML – Meu diferencial é encontrado em todos que se entregam 100% à arte da dança. Amor e prazer pelo que se faz. Eu danço com a alma, eu tento sempre demonstrar como é prazeroso para mim estar ali. Não só representando o pavilhão, mas também uma comunidade apaixonada por ele.

5 – SRzd: Que mensagem o jovem mestre-sala portelense deixaria para a apaixonada torcida da Portela, com vistas à luta pelo bicampeonato em 2018?

ML – “Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”! Agora vou voar alto, sob as asas dessa lendária águia, e entrar para a honrosa lista dos homens que tiveram a missão de defender o pavilhão azul e branco de Madureira. Manuel Bam-Bam, Antônio David, Ari, Benício, Zequinha, Bagdá, Mauricinho, Átila, Paulo Roberto, Cizinho, Tatu, Edson, Jerônimo, Marcelinho, Fabrício Pires, Diego Falcão, Rogerinho, Robson, Diogo, Alex…e agora eu, MARLON LAMAR! Deus, com certeza, sabe o motivo de eu ser merecedor de tudo isso, e é em nome dele, de minha porta-bandeira Lucinha Nobre e de toda comunidade portelense, que prometo não medir esforços para ser melhor a cada dia e honrar toda essa tradição, pois ser sambista é um prazer, e estar na Portela é um privilégio.
Que o samba nos traga uma nova alvorada para, em 2018, cantarmos juntos um novo título, uma nova estrela, um novo amor…!

Mestre-sala Marlon Lamar / Acervo Pessoal

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