Caso João Pedro: Leandro Vieira e Evelyn Bastos se manifestam e relembram Jesus negro da Mangueira

‘A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil’. A verdade exposta por Leandro Vieira em suas redes sociais é o reflexo da política racista que fez mais uma vítima nos últimos dias: João Pedro, de 14 anos. Ele estava brincando em sua casa quando foi morto por policiais no Morro do Salgueiro, São Gonçalo. O corpo do jovem sumiu e foi reaparecer 17 horas depois no Instituto Médico Legal. As balas que mataram João Pedro são as mesmas representadas pela Mangueira em sua quarta alegoria no desfile deste ano: o emblemático Jesus negro crucificado.

Sempre engajado em temas sociais, o carnavalesco da verde e rosa não deixou de externar sua indignação com o caso chocante, mas recorrente no país. Leandro publicou um texto em rede social com a imagem que se tornou a imagem do último Carnaval: o jovem negro baleado representando Jesus crucificado.

“Ninguém, eu disse ninguém, livra das mãos os vestígios da participação na construção dessa sociedade assassina para pobres, pretos e favelados. Há quem sinta outros perfumes. Meu país exala o cheiro dos corpos amontoados enquanto o perfume da pólvora fica na mão dos brasileiros”, escreveu o carnavalesco.

Outra mangueirense que não deixa de se posicionar é a rainha de bateria Evelyn Bastos. Ela, que representou uma das faces de Jesus no desfile e encarnou ‘Maria das Dores’ no ensaio técnico, disse que ‘sua arte é um protesto’. “Quem mira essas armas e quem manda mirar precisa sentir a força dos nossos urros de repúdio. Já que os gritos de dor são só música para a estatística”, escreveu a sambista.