Carnavalesca fala da importância do diálogo com segmentos da escola

Maria Augusta durante palestra na UFF. Foto: Pedro de Oliveira.

A carnavalesca Maria Augusta e o pesquisador Ricardo Barbieri participaram, na última segunda-feira (6), da palestra “A produção do desfile de Carnaval”, que teve mediação do professor Nilton Santos, realizada no seminário “Escolas de Samba: História Pública, Saberes e Arte”, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói.

Maria Augusta explicou, passo a passo, como se dá o processo de criação de um desfile, ao mostrar que cada escola tem um estilo próprio e está envolvida em um contexto que depende da condição financeira. Ela também chamou atenção para a falta de diálogo, nos dias de hoje, entre carnavalescos e demais segmentos que, de alguma forma, poderiam agregar com seus desejos e opiniões no produto final da criação do Carnaval.

“Quando eu fui carnavalesca na União da Ilha, fiz questão de, antes de definir o enredo, marcar uma reunião com os compositores. Apresentei três propostas para testar a reação deles. Enquanto eu explicava uma delas, percebi um compositor batendo na mesa. Sabe o que era aquilo? Ele já estava compondo. Vi que aquele enredo atingia a emoção dele e o escolhi. Curiosamente aquele mesmo compositor venceu a disputa e trouxe à União da Ilha um dos seus maiores sambas: Domingo”, revelou Maria Augusta.

Ricardo Barbieri apresentou as diferenças dos espaços de trabalho (barracões), ao evidenciar os contrastes brutais entre as escolas do Grupo Especial, que utilizam a Cidade do Samba, e as escolas da Intendentes Magalhães, que se alojam nos chamados Carandiru 1 e 2 (Campo do Falcon). Além disso, exaltou o artista parintinense tão presente na folia carioca e as outras expressões carnavalescas Brasil afora, como o Carnaval de Manaus.

O seminário “Escolas de Samba: História Pública, Saberes e Arte” ofereceu diversas palestras, em todos os turnos, sobre o universo do Carnaval, de forma gratuita e aberta ao público. A equipe do SRzd esteve presente.