Carnaval campeão da Grande Rio segue contribuindo para desmistificar Exu

Reportagem UOL sobre Exu na Grande Rio. Foto: Print

Reportagem UOL sobre Exu na Grande Rio. Foto: Print

O desfile campeão da Acadêmicos do Grande Rio no Carnaval carioca deste ano ultrapassou as fronteiras da Marquês de Sapucaí e do universo do samba.

Num resgate da relevância dos enredos das escolas, voltou a pautar algumas discussões das mais relevantes para a sociedade brasileira.


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Ao desmistificar a figura de Exu, contribuiu para o debate sobre a intolerância religiosa, tão presente historicamente no Brasil e agora requentado no âmbito do governo Federal e um dos pilares da retórica do bolsonarismo.

Meses depois do desfile emblemático, e que já entrou para os anais da cultura popular, a história contada pela Grande Rio na Avenida ainda segue preenchendo espaços em veículos da imprensa nacional que ignoram o maior espetáculo da Terra enquanto não é fevereiro.

Nesta terça-feira (9), o portal UOL, um dos mais importantes e acessados da América Latina, retornou ao tema. “Com um desfile para desmistificar Exu, a Acadêmicos da Grande Rio foi a grande vencedora do Carnaval do Rio de 2022. Aproveitando o interesse dos leitores, a redação levantou algumas curiosidades sobre a divindade, mas logo recebeu o e-mail de uma leitora”, iniciou o texto publicado na editoria Ecoa UOL por um mundo melhor.

“Mesmo que esteja presente nas religiões de matriz africana, Exu é visto de forma diferente no candomblé e na umbanda. A dica foi aceita e, na semana seguinte, a editoria de Notícias publicou reportagem com a explicação: No candomblé, Exu é um orixá, uma divindade ou a personalização de fenômenos e energias naturais. Ele não é incorporado por fiéis para dar consultas, mas é grande conhecedor de todos os assuntos e dos segredos dos búzios. Na umbanda, é considerado uma entidade, um espírito ligado aos caminhos, que incorpora nos médiuns para ajudar as pessoas na própria evolução”, detalhou a reportagem.

A  importância de desconstruir rótulos, usados sempre para facilitar o trabalho de pesquisar ou pensar, é buscae dever recorrentes e cotidianos.

Os casos de intolerância religiosa triplicaram entre 2016 e 2021 no estado de São Paulo, que concentra quase 25% da população brasileira.

Os boletins de ocorrência com esse teor saltaram de 5.214 para 15.296, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.

Cerca de 62% das vítimas de intolerância religiosa no Brasil declararam ao Disque 100 — canal Federal de denúncias— professar uma fé de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé.

Carnaval 2022

Fala, Majeté: Sete Chaves de Exu foi desenvolvido pelos carnavalescos Leonardo Bora e Gabriel Haddad. O samba-enredo campeão do Carnaval carioca deste ano é assinado por Gustavo Clarão, Arlindinho Cruz, Jr. Fragga, Claudio Mattos, Thiago Meiners e Igor Leal.

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