Caramba, a hora é essa! Escolas do meu coração e de vocês também!

Tuiuti 2022. Foto: Bianca Guilherme/SRzd

*Por Junior Schall

Vamos falar de Carnaval! Alô galera, alô eternos aprendizes da folia das Escolas de Samba. Sorrisos e preces em dia, é chegada a hora, o portão irá se abrir, e com o pé direito vamos cruzar a linha de início.

Neste domingo, dia 15/01, Império Serrano, às 20h30, e Paraíso do Tuiuti, às 22h, abrem os caminhos para as Escolas do Grupo Especial na Marquês. Seguindo, respectivamente, a ordem de desfile do Domingo, dia 19/02, e da Segunda-feira, dia 20/02.

“O Menino de 47” e a Escola do bairro Imperial, assim como as suas coirmãs, vem na construção contínua e intensa dos seus projetos para o Carnaval de 23, já numa reta final. Os treinos na Avenida são jogos importantes, com casa cheia, o melhor cenário para a mais real simulação de tudo que em breve irá de fato acontecer. Via de regra, após a realização desta atividade, a escala de preparação, (re)alinhamentos e ensaios (sempre eles) continua. Para determinados segmentos, que representam quesitos, os ensaios muitas vezes entram madrugada adentro, no próprio Sambódromo, e só se encerram às vésperas do desfile oficial.

Império e Tuiuti, cientes de tudo que envolve a abertura dos dias de desfile, tem feito o exercício, com agenda ampla, de alicerce e equilíbrio das matérias em julgamento. Nomes experientes nas assinaturas dos enredos, vozes consagradas como número um dos carros de som, “canetas fortes” na autoria dos hinos e calendários extensos para os ensaios de todos os núcleos (algo vital).

A Escola da Serrinha, em seu retorno ao Grupo Especial, apresenta a vida e a obra de Arlindo Cruz, cantor e compositor, ilustre imperiano, referência quando falamos na agremiação. Acertadamente, pois flores em vida são sempre mais frescas e valiosas. Alex de Souza, tarimbado artista, que debuta na verde e branco, é o autor de “Lugares de Arlindo”, enredo que potencializa o DNA e o senso de pertencimento de todos da entidade.

Em São Cristóvão, a professora Rosa Magalhães é autora, ao lado de João Vitor Araújo, do Mogangueiro da Cara Preta, história inédita na Avenida, com conteúdo amplo e muito rico, um narrativa com o perfil dos Carnavalescos. Viajando pela rota das especiarias, passeando pela Ilha de Marajó com seus búfalos e belezas naturais a narrativa chega ao legado de Mestre Damasceno, artista plural criador do búfalo-bumba. Enredos consistentes que criam estofo para o desenvolvimento dos quesitos plásticos e dos pontos ligados a eles no âmbito técnico.

Conexões efetivas que se revelam nos sambas enredos e nas extensões, bem costuradas, entre os intérpretes e as baterias. Nas duas obras musicais a relevância dos temperos dos Mestres Vitinho, capitaneando a Sinfônica do Samba, e Marcão, liderando a Supersom, vem criando uma liga eficiente com Ito Melodia, em seu primeiro ano no Reizinho de Madureira e Wander Pires, estreando no Paraíso.

No “chão”, em suas Comissões de Frente, as agremiações contam com Junior Scapin, de volta a Madureira e a dupla que fará a sua estreia no Tuiuti, Lucas Maciel e Karina Dias. Os Primeiros Casais de ambas possuem muita sinergia, cumplicidade e grandes jornadas. Danielle Nascimento, retornando, e Marlon Flores, em sua chegada, trazem ao Império o equilíbrio de um Casal formado desde 2018. Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, vão para o segundo ano seguido defendendo o Pavilhão azul e amarelo, com estilos de dança parecidos e uma sintonia natural.Comissão e Mestre-Sala e Porta-Bandeira são hoje quesitos com ligação umbilical, destaques na vitrine de ação e percepção da unidade equilibrada que torna eficiente um projeto de Carnaval e por consequência um desfile. Neste aspecto, o quesito conjunto se mostra mais vivo, e decisivo, do que nunca.

É neste universo que Império Serrano e Paraíso do Tuiuti, por abrirem as noites, num Carnaval comparativo, se debruçam. O maior sumo extraído da harmonia e evolução dos componentes em potente conexão com o retorno visual apurado e, o que hoje é lei, a fluidez, a leveza e a espontaneidade, com alma, ao longo de toda passarela. Pisando firme, sempre com o pé direito, após a linha final, agradecendo e sorrindo na praça da Apoteose.


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