Terceira escola a pisar na Sapucaí, Bangu faz desfile com altos e baixos e alegorias simples. O ponto de destaque foi a voz do Griô da Zona Oeste, o intérprete Igor Viana. O cantor desempenhou papel fundamento para que a escola mostrasse um desfile equilibrado entre os quesitos.
“O desfile da Unidos de Bangu, com um dos melhores sambas da Série A em 2020, confirma a superioridade do espetáculo de hoje sobre o de ontem. Igor Vianna, tal como seu pai, o saudoso Ney Vianna, é um puxador e tanto. Bonito enredo, sambão e componente animado são uma garantia de que a Unidos de Bangu vem se consolidando ano a ano em seu renascimento.”
“Faltou muita criatividade nas alegorias da Bangu, não só nela, mas foi uma das escolas que essa criatividade não apareceu. Um enredo que a gente não consegue entender, precisei do Roteiro dos Desfiles para que pudesse entender. Simplesmente passou. Não tenho o que elogiar muito. Sem riscos de rebaixamento, mas prefiro escolas que me empolgue mais fortemente.”
A Bangu trouxe a comissão de frente baseada em dança, teatralidade e o histórico de sofrimento dos negros nas mãos do capataz. Homens e mulheres com a parte de cima do corpo desnudo, para mostrar as feridas da escravidão. Mas, toda dor teve fim, após a chegada do griô e dos orixás. Havia quem comparasse a temática com a comissão de frente da Tuiuti em 2018. Teve um pequeno problema com os chapéus durante a dança nos primeiros módulos. Sendo assim, fazendo com que todos tirassem o acessório nas cabines posteriores.
Um fato curioso era a ‘paralisação’ da coreografia, para aguardar a execução do casal que vinha logo depois, como forma de reverenciar o pavilhão da escola.
Segundo o comentarista do SRzd Marcio Moura, a comissão da escola foi razoável: “Mais uma comissão que traz um trabalho com força na teatralização. Vinicius Rodrigues opta por um elenco misto para contar a sua história. O sofrimento do cativeiro sendo apaziguado por orixás. Nada mais afro-religioso e uma temática bastante vista nos últimos Carnavais. Um grupo bastante homogêneo nas intenções e dinâmicas coreográficas”
O casal veio vestido todo em palha da costa e animais da savana africana. Uma fantasia simples, mas que traduzia a africanidade que o enredo tem. Mesmo entrosado, o casal apresentou certa preocupação com o chão molhado da Avenida. Dançaram com força e imponência, porém, com muita cautela.
Para a comentarista do SRzd Eliane Souza, o bailado foi teatralizada:
“Bastante teatralizada a passagem do casal Anderson Abreu e Eliza Xavier, cuja performance trouxe para o bailado passos e gestos da dança afro, colocando formas diferenciadas em sua execução. O desenvolvimento da dança revelou conhecimento da coreografia ancestral, o mestre-sala cortejou e conduziu a dança fazendo uso do bastão. A porta-bandeira segurava a ponta da bandeira com a mão esquerda, nos momentos de realizar seus giros. Houve uma Alegre interação com o público. Destaco a forma contagiante de bailar do segundo casal, que com alegria passou na Avenida!”
A escola trouxe apenas 3 carros contidos num conjunto alegórico bem simples. As grandes esculturas centrais de cada um sofreram com os problemas de acabamento. Principalmente, na segunda alegoria, onde o pescoço do personagem veio acompanhado de ferragens visíveis.
Para o comentarista do SRzd Wallace Safra, as alegorias foram regulares:
“As alegorias da agremiação apresentaram uma plástica singular, sem muitos exageros.
Tanto no primeiro setor, quanto no segundo, a Escola deixou a desejar no resultado das esculturas e no acabamentos de algumas alegorias. Contudo, se atentou ao acabamento das laterais das alegorias, demonstrando uma maior preocupação com o resultado final. Destaque para o trabalho de estamparia realizada no alegoria do primeiro setor. Conjunto regular.”
As fantasias eram claras, mostravam das mais diversas tribos da África, que serve de base para o enredo. Volumosas, as roupas refletiam o clima, a flora, fauna e cultura do continente mãe. Todas eram bastante coloridas, com cores quentes e vibrantes.
Para o comentarista do SRzd Wallace Safra, as fantasias estavam regulares:
“A agremiação apresentou na avenida o enredo ‘Memórias de um griô: A diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea’ que contou a origem do continente africano através do olhar de um griô, em um capítulo triste da nossa história: A escravidão. As fantasias apresentaram um trabalho plástico regular, sem muitos excessos. Com leveza e suavidade os figurinos transmitiam a mensagem proposta pelo enredo . O primeiro setor da Escola houve um belo trabalho em palha e espiga, provoca do efeitos visuais agradáveis. No segundo setor o carnavalesco desenvolveu uma maior variedade na co oleosidade dos materiais, mas ainda sim obedeceu um padrão harmonioso. Os acabamentos foram simples mas bem realizados. Conjunto bom e plástica de fácil leitura”.
“Memórias de um Griô: a diáspora africana numa idade nada moderna e muito menos contemporânea” marcou o retorno dos carnavalescos Guilherme Diniz e Rodrigo Marques para a vermelho e branco da Zona Oeste onde foram campeões em 2017, na Série B. O enredo falava da figura ancestral africana, o Griô. Velho sábio e detentor de todo o conhecimento de vida e intelectualidade.
Igor Viana, ‘cria’ das escolas da Zona Oeste carioca, teve mais uma noite brilhante. O intérprete que chamou atenção com o seu grito de guerra “Nunca foi sorte, sempre foi macumba!” arrancando sorrisos e descontraindo o clima tenso típico de início de desfile. Com um refrão forte e que ‘gruda na cabeça’, o cantor foi a grande personalidade e manteve a voz potente, até o fim da passagem pela Avenida.
A bateria mostrou entrosada com o enredo africano, e trouxe uma cadência swingada que recheou de bossas o público presente. A fantasia leve foi um ponto determinante para o desempenho do quesito.
Para o comentarista do SRzd Bruno Moraes, a bateria de Mestre Léo Capoeira veio firme:
“Melhor desfile do Mestre Léo na frente do Caldeirão da Zona Oeste com o ritmo muito firme, swingado e casando muito bem com o samba-enredo. O Mestre se apresentou de forma eficiente nos módulos de julgamento, com bossas longas e bem executadas. Utilizou dois atabaques em uma das bossas, com ótimas levadas”.
aspas comentarista
A Bangu teve passou pela Avenida de forma equilibrada. Diante do forte refrão cantado por Igor Viana, a escola se mostrava presente no desfile, porém, em algumas alas, não aparentavam tanta animação quanto as demais. Um pouco contida.
A escola não apresentou erros, teve passagem constante, sem grandes oscilações. Inicialmente, até aproximadamente, uns 15 minutos, pareceu pouco arrastada e demorou a chegar aos setores mais próximos do fim. Mas passou dentro do tempo permitido, sem preocupações.
Enredo: “Memórias de um griô: a diáspora africana \\\numa idade média”
Presidente: Thiago Oliveira
Carnavalesco: Bruno Rocha
Intérprete: Igor Viana
Mestre de Bateria: Leo Capoeira
Rainha de Bateria: Darlyn Ferratry
Comissão de Frente: Vinicius Rodrigues
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Anderson Abreu e Elza Xavier
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