Autoridade: Mangueira fecha primeira noite e arrasta o povo no Rio

Estação Primeira de Mangueira. Reprodução

Coube a Estação Primeira de Mangueira, a mais popular escola de samba do Carnaval carioca, encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro 2023 na Marquês de Sapucaí.

Debaixo de uma linda manhã de Carnaval, que foi poupado da chuva prevista, mostrou sua força e autoridade no mais lindo sentido, ainda segurando grande parte do público nas arquibancadas da passarela do samba.

+ quesito, enredo:

A Mangueira cantou a Bahia mais uma vez na Sapucaí e trouxe para o Carnaval de 2023 o enredo As Áfricas que a Bahia canta.

O comando artístico contou com uma dupla de carnavalescos, que assumiram pela primeira vez uma escola do Grupo Especial; Guilherme Estevão e Annik Salmon.

A Bahia e os elementos escolhidos foram transformados em fantasias e alegorias nos setores, trazendo a história da mistura e influência do continente africano na construção da face mais popular do povo baiano, com o objetivo de destacar o protagonismo feminino nesse processo de construção da identidade da festa popular no maior estado do Nordeste brasileiro.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “Os componentes entraram na Avenida dominando o canto, o mesmo soou forte e vibrante. A sincronia entre ritmo e melodia, merece destaque. Em relação a evolução, apresentou irregularidade no andamento, não fluiu com espontaneidade devido a muitas paradas das alas, o que interferiu na dinâmica do desfile”.

Junior Schall: “A Estação Primeira de Mangueira encerrou a primeira noite com o DNA da Escola na pele. Numa apresentação em que a entidade se reconheceu muito na proposta estética e musical. Ofertando um evento audiovisual com a alma da verde e rosa. ‘Fechadinha’ a Mangueira manifestou com vigor a percepção da sua identidade, matéria-prima de altíssimo valor para uma agremiação tão ligada as suas raízes como ela. Se valer de seus fundamentos e multiplicar esses pontos fortes na plástica, na técnica e no seu corpo de desfile é Carnaval de fato”.

Cadu Zugliani: “Como diz o mestre Luiz Fernando Reis isso é um desfile de escolas de samba. E a Mangueira trouxe um samba. Não precisou dos melhores carros ou mais luxuosos, mas trouxe o mais importante; musicalidade, alegria, espontaneidade e que samba! Só ver nos momentos que a bateria parou para entender a resposta do público. A resposta que se dá a um grande samba. Parabéns Mangueira”.

Wallace Safra: “A coreógrafa Cláudia Motta reuniu os símbolos dos cortejos baianos e trouxe para Avenida uma dança com elementos da cultura afro-brasileira como base da dança e da apresentação artística da comissão. O elemento coreográfico foi importante para o crescimento da comissão, mas em alguns momentos houve uma falta de sincronismo entre os componentes, mas nada que comprometa o bom resultado final. Destaque para suavidade e elegância pela qual a comissão usou para expressar seus movimentos. Bem interessante. Representando os caminhos abertos de Exú, os passistas da Estação Primeira de Mangueira surpreenderam e apresentaram um trabalho artístico bem interessante, com muita energia e samba no pé. Com movimentos únicos da ala e com uma pluralidade no conjunto de componentes, conseguimos ver uma desarmonia que torna o desenvolvimento rico e primoroso na cênica de chão da ala. Destaque para o samba e expressões potentes e para o canto forte dos passistas durante a apresentação”.

Jaime Cezário: “Mangueira trazendo o enredo em homenagem ao Carnaval de rua baiano, foi a agradável surpresa da primeira noite. Alegre e feliz, seus componentes cantaram seu samba com a alegria daqueles que entenderam que este enredo, era de pura celebração. Vestida em verde e rosa, a energia contagiou, fazendo um verdadeiro cortejo negro na Sapucaí. Mostrando, passo a passo, a história daquele que é considerado o grande Carnaval de rua do Brasil. O enredo termina com uma linda homenagem a ela mesma, afinal, o samba foi morar onde o Rio é mais baiano, e esse lugar é lá, no Morro de Mangueira. As fantasias foram bem feitas e entregaram tudo que era necessário. As alegorias seguiram o mesmo caminho, não foram suntuosas, mas mostraram tudo que deveriam”.

Eliane Souza: “Um bailado mangueirense! O casal da escola desfilou com galhardia. Mostrando uma performance atualizada, na qual o estilo e a postura da porta-bandeira deu o tom a dança, pude apreciar os movimentos obrigatórios executados com excelência, vigor e alegria. O mestre-sala dançou para o pavilhão e para sua dama que, com sua capacidade de realizar com firmeza e determinação seus passos e movimentos, embelezou o espaço reservado para a apresentação aos julgadores. Podem ser apreciados os meneios, as fugas e os requebros característicos de quem “risca o chão” escrevendo suas letras, nos passos do mestre-sala e, a poesia dançada, de quem se enamora, no bailado da porta-bandeira que, com seu estilo personalíssimo encantou a plateia. Aconteceu o sincronismo dos movimentos de cada um dos dançarinos, em sequências de frases coreográficas que evidenciaram a postura e a integração do par. Apreciei um bailado atualizado, no qual foram preservadas as características inicias da forma de dançar para portar e apresentar o pavilhão! Axé”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

Uma dos mais tradicionais escolas de samba do Rio, a Estação Primeira de Mangueira somo vinte campeonatos no Grupo Especial, conquistados nos anos de 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1984 (2), 1986, 1987, 1998, 2002, 2016, 2019.

+ o desempenho da Mangueira nos últimos seis Carnavais:

Fundação: 28 de abril de 1928
Cores: verde e rosa
Presidentes de Honra: Hélio Turco
Presidente: Guanayra Firmino
Carnavalescos: Gui Estevão e Annik Salmon
Diretor de Carnaval: Amauri Wanzeler
Mestres de Bateria: Taranta Neto e Rodrigo Explosão
Rainha de Bateria: Evelyn Bastos
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Matheus Olivério e Cintya Santos
Comissão de Frente: Cláudia Mota

(ordem de desfiles – Grupo Especial 2023)

+ domingo, 19 de fevereiro:

1º – Império Serrano (Campeão do Acesso 2022)
2º – Acadêmicos do Grande Rio
3º – Mocidade Independente de Padre Miguel
4º – Unidos da Tijuca
5º – Acadêmicos do Salgueiro
6º – Estação Primeira de Mangueira

+ segunda-feira, 20 de fevereiro:

1º – Paraíso do Tuiuti (11ª colocada do Grupo Especial 2022)
2º- Portela
3º – Unidos de Vila Isabel
4º – Imperatriz Leopoldinense
5º – Beija-Flor de Nilópolis
6º – Unidos do Viradouro

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