Arranco abre os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí

Arranco abre os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí

Arranco abre os desfiles das escolas de samba na Marquês de Sapucaí

O Arranco do Engenho de Dentro abriu a primeira noite de desfiles do Grupo de Acesso do Rio de Janeiro 2023 na Marquês de Sapucaí, a Série Ouro carioca, com pequeno atraso e Avenida ainda com pouco público.

Abrir os desfiles é sempre tarefa das mais temidas no universo do Carnaval. E o Arranco esbanjou coragem, mesmo com pequenos problemas, como com os desvios de direção no abre alas. Colorido, alegria e disposição, garantiram uma abertura acima das expectativas.

+ em busca do Acesso:

Em 2022, o Arranco foi campeão da Série Prata com o enredo Arranco anuncia: Alceu Valença, o rei do frevo e do maracatu.

Este ano, voltou à Marquês de Sapucaí e foi a responsável pela abertura dos desfiles da Série Ouro. E escolheu um ícone de seu berço para marcar seu retorno ao palco maior do samba carioca.

“Rio de Janeiro, bairro do Engenho de Dentro, domingo, 20 de janeiro de 1929. Dia de Oxóssi, dia de São Sebastião. Zé Espinguela, líder religioso, compositor, arengueiro, jornalista, fundador da Mangueira, juntou três agremiações e um time de bambas para realizar aquele que é considerado o primeiro campeonato de samba, a origem dos desfiles de carnaval. Na disputa, nada menos que a Deixa Falar (que se transformaria em Estácio), o Conjunto de Oswaldo Cruz (futura Portela) e a Mangueira. Cartola, Heitor dos Prazeres, Benedito Lacerda, Paulo Benjamim de Oliveira, Antônio Caetano. Estavam todos lá. Estão todos, ainda hoje, aqui.

O evento aconteceu no terreiro de Espinguela, na atual rua Adolfo Bergamini, onde está localizada a quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba Arranco.

Em 2023, festejando cinquenta anos de sua fundação, o Arranco, guiado por Zé Espinguela, mostrou o nascimento dos desfiles das escolas de samba, filhas de toda a África em chão carioca, e seus muitos caminhos até chegar ao maior espetáculo do planeta.

É do Engenho de Dentro para o Mundo! De onde viemos, onde chegamos e onde nossa arte pode nos levar. Semente, raiz, tronco e fruto”, dizia a descrição do tema que teve como título; Zé Espinguela – Chão do meu terreiro.

+ comentaristas do SRzd avaliam desfile:

Célia Souto: “A primeira escola a abrir a noite de desfile na Sapucaí demonstrou vibração e alegria, componentes animados, no entanto, pode se observar que o entrosamento entre ritmo e canto não esteve equilibrado. Devido a isso, o canto não demonstrou força e clareza. Destaque para a evolução que se apresentou bem desenvolvida no que se refere ao ritmo, leveza e fluência”.

Cadu Zugliani: “O samba do Arranco foi uma agradável surpresa, bem dividido entre letra e melodia e com belos momentos como; ‘Sou verso luzindo na alvorada, teu surdo infindo eterna morada, hei de voltar pro meu canto, raiz floresceu, adeus, escola de samba, adeus, venceu, a escola de samba venceu’. Pena que a escola não cantou o que poderia. A missão de abrir os desfiles tem desses desafios”.

Wallace Safra: “O coreógrafo Fábio Batista trouxe em sua dança elementos fortes da cultura africana, tudo com leveza e suavidade na apresentação. Com um elemento coreográfico que representava ‘O Barraco e os Barracões’, os dançarinos efetuaram uma troca de roupa com alguns contratempos, mas conseguiram superar e fechar a coreografia com sorriso no rosto e de maneira rápida finalizaram com um convite ao carnaval da agremiação. Sobre os passistas: a ala transmitiu animação, samba no pé e muita alegria ao passar na Avenida. Com uma ala plasticamente harmonizada e bem calçada, os passistas estavam leves para evoluir e mostrar sua arte. Sorrisos de extrema felicidade marcaram a identidade da ala que homenageou o morro de Mangueira”.

Eliane Souza: “Yuri Souzah e Gislaine Lira, o casal do Arranco do Engenho de Dentro apresentou uma performance na qual apreciei os movimentos obrigatórios bem realizados, demonstrando segurança e excelente habilidade. Lindo de ver o bailado preservado e atualizado! Destaque para o segundo casal Walber Negreiros e Anderson Morango, na condução de seu pavilhão”.

Rachel Valença: “Com um dos melhores enredos do Carnaval de 2023, o Arranco fez um bom desfile, em que se destacou a criatividade das fantasias”.

Jaime Cezário: “O enredo em homenagem ao Zé Espinguela foi uma ótima escolha para esse retorno à Série Ouro. Conseguiu, de forma clara, contar a história desse ilustre morador do bairro do Engenho de Dentro. O enredo começa homenageando a ancestralidade do Samba na Mãe África, passando pelo início da folia dos blocos de rua no Rio de Janeiro até a criação das primeiras escolas de samba. Destacando ainda a primeira disputa de samba-enredo, que aconteceu no terreiro de Zé Espinguela, com a vitória do conjunto Oswaldo Cruz, liderados por Paulo da Portela. E tudo terminando na comemoração dos 50 anos da escola de samba do Arranco. Um enredo que teve um desenvolvimento claro e sem complicações. O conjunto das fantasias trouxe um belo colorido, soube explorar materiais alternativos, principalmente tecidos com padronagens onde predominava a geometria e o colorido típico africano. Essas estamparias trouxeram agradáveis soluções, como visto e observado em sua ala de baianas. No conjunto apresentado, mesmo com a falta de grandes recursos, zelou por um bom acabamento e pela uniformidade. Nas alegorias, conseguiu reutilizar adequadamente esculturas já vistas na Sapucaí. Muito bem aproveitadas as necessidades dos carros na proposta defendida pelo seu roteiro, Explorou tecidos com padronagens africanas e outras soluções que fizeram dar conta da proposta. Acabamento simples, mas bem feitos. Tudo muito bem apresentado, sem nenhuma falha aparente. Explorou a grande quantidade de composições nas alegorias, trazendo um bom efeito no conjunto apresentado e disfarçando qualquer falta de recursos”.

Bruno Moraes: “A bateria do Arranco fez um bom desfile na difícil tarefa de abrir o Carnaval. As apresentações aos julgadores foram muito eficientes, principalmente na primeira cabine de julgadores, que é dupla. A bateria apresentou bastante ritmo e colocou bossas somente em momentos estratégicos, ajudando na performance do samba-enredo. Destaque para excelente ala de cuíca e ala de tamborim coesa. Os jovens diretores fizeram um bom trabalho na parte da ‘cozinha’ da bateria. Os mestres Cabide e Marley estrearam na Sapucaí com o pé direito”.

+ veja a galeria de fotos do desfile

(veja a ordem de desfiles do Acesso):

+ sexta-feira , 17 de fevereiro:

1ª – Arranco do Engenho de Dentro
2ª – Lins Imperial
3ª – Vigário Geral
4ª – Estácio de Sá
5ª – Unidos de Padre Miguel
6ª – Acadêmicos do Sossego
7ª – São Clemente

+ sábado , 18 de fevereiro:

1ª – União de Jacarepaguá
2ª – Unidos da Ponte
3ª – Unidos de Bangu
4ª – Em Cima da Hora
5ª – Unidos do Porto da Pedra (escolha de posição feita pela escola)
6ª – União da Ilha do Governador
7ª – Império da Tijuca
8ª – Inocentes de Belford Roxo

Comentários

 




    gl