Adnet muda parceria após críticas por falta de negros: ‘Temos um grupo mais plural’

Em entrevista ao programa Roda Vida, da TV Cultura, o humorista, compositor e agora carnavalesco Marcelo Adnet falou sobre sua participação na disputa de samba da São Clemente para o Carnaval 2020. Ele relembrou as críticas que sofreu por estar em uma parceria formada em sua totalidade por homens brancos e revelou mudanças no grupo para a eliminatória do próximo desfile.

“Rolou um pequeno desconforto no início porque eu me incomodo com isso. Quero viver ambientes mais plurais. A nossa parceria, por outro lado, pensou e refletiu. Recebemos algumas críticas, principalmente de negros, e fizemos uma mudança para esse ano. Evoluímos. Temos uma parceria um pouco mais plural, já caminhamos nesse sentido”, afirmou Adnet.

Os nomes da nova parceria do humorista não foram divulgados. Em 2019, ele assinou a obra campeã da agremiação ao lado de André Carvalho, Pedro Machado, Gustavo Albuquerque, Gabriel Machado, Camilo Jorge, Luiz Carlos França e Raphael Candela.

“Como era meu primeiro ano em escola de samba, eu não tinha muito os mecanismos, mas acredito que o mais importante é a gente fazer samba com amor. A São Clemente é a única escola da Zona Sul (no Grupo Especial), é a escola que eu torço e não posso deixar de compor por ser branco e hétero”, disse o humorista.

Adnet também refletiu sobre o papel de homens brancos héteros no Carnaval. No próximo ano, o artista encara uma nova empreitada: será carnavalesco da Botafogo Samba Clube, ao lado de Ricardo Hessez. Juntos, homenagearão João Saldanha no enredo ‘Um apaixonado pela verdade caminhando em tempos de ilusão’.

“Nós, homens brancos e héteros, investirmos no Carnaval, estarmos nos ensaios, aplaudindo os passistas e toda a comunidade, valorizando o mundo do samba, é uma maneira de chamarmos atenção para esse mundo também e criamos uma ponte entre mundos diferentes”, concluiu.