Abriu o jogo! Mestre Gilmar desabafa sobre saída do Império Serrano: ‘Fui enganado o tempo todo’

Mestre Gilmar. Foto: Reprodução

Em entrevista exclusiva via live ao SRzd, mestre Gilmar, que deixou o Império Serrano nesta segunda-feira (18), abriu o jogo sobre sua saída da agremiação. De acordo com o mestre, ele foi ‘enganado o tempo todo’ pelo novo presidente do Império Serrano, Sandro Avelar. Segundo Gilmar, o mandatário havia prometido que o mestre continuaria no comando da bateria, mas o demitiu depois de ter assumido a escola.

Em conversa franca, Gilmar também falou sobre a intervenção de Pretinho da Serrinha, o posicionamento de outros dirigentes, as dificuldades do último Carnaval, a identificação com os ritmistas e seu futuro no mundo do samba. O SRzd selecionou os principais temas da entrevista. Você pode assistir à live na íntegra ao final da reportagem.

Saída do Império Serrano

Mestre Gilmar disse que foi demitido do Império Serrano na manhã desta segunda-feira (18), quando o vice-presidente Paulo Santi ligou para ele dando a notícia. Gilmar se mostrou desapontado com a falta de palavra do presidente Sandro Avelar, que havia prometido a permanência do mestre durante o período eleitoral. Logo após a ligação de Paulo Santi, Gilmar publicou uma carta de despedida em rede social. Leia aqui.

Apoio à chapa de Sandro Avelar

Em todo momento da live, Gilmar ressaltou seu respeito à nova direção e disse compreender as escolhas de quem fica ou sai da agremiação. O mestre só não gostou da forma como foi dispensado. Segundo Gilmar, ele foi procurado por vários pré-candidatos à presidência do Império Serrano e, com exceção de um, todos garantiram a permanência do mestre, incluindo Sandro Avelar.

Gilmar afirmou que após duas conversas presenciais com Sandro, com direito a um almoço no restaurante Graça da Vila e um encontro junto do apoiador da escola, Rildo Seixas, o mestre aceitou apoiar a chapa de Avelar. Ele chegou a gravar um vídeo e enviar para o então candidato – vídeo que sequer foi postado por Sandro. Gilmar ainda afirmou que foi ele quem costurou a parceria entre Sandro Avelar e Paulo Santi.

Influência de Pretinho da Serrinha

Sem meias palavras, Gilmar também falou sobre a suposta intervenção de Pretinho da Serrinha na decisão que o tirou do Império Serrano. De acordo com o mestre, Sandro Avelar havia comentado com ele que Pretinho era contra a permanência de Gilmar, mas que mesmo assim o novo presidente bancaria sua continuidade no cargo.

Gilmar disse que seu relacionamento com Pretinho não ficou bom quando, em 2009, ano em que ele assumiu a bateria, o músico ligou para o mestre pedindo fantasias e Gilmar negou. Anos depois, durante uma disputa de samba onde Pretinho concorria, a presidente Vera Lúcia liberou os segmentos de se manifestarem na final e os ritmistas apoiaram um samba diferente do que o músico havia escrito. Os dois fatos, segundo Gilmar, deixaram Pretinho insatisfeito com o mestre.

Problemas no último Carnaval

Gilmar não deixou de citar o Carnaval 2020, onde enfrentou um dos maiores desafios da carreira. O mestre recordou os momentos de aflição que passou com seus ritmistas na concentração do Império Serrano. A fantasia da bateria chegou faltando uma hora para o desfile começar e foi uma correria para todos se aprontarem para a entrada na Sapucaí. Além disso, alguns figurinos vieram com peças faltando e vários ritmistas desfilaram sem partes da roupa.

Apesar dos problemas, a bateria da verde e branca garantiu a nota máxima na apuração. O quesito foi um dos que garantiu a permanência da escola na Série A, após um desfile repleto de erros, incluindo a falta de saia na ala das baianas.

Identificação com os ritmistas

Durante a entrevista, Gilmar lembrou que começou no Império Serrano aos 11 anos e acumula 30 carnavais na escola. Ele ressaltou que, ao longo dos 11 desfiles à frente da bateria, colecionou notas 10 e premiações. Gilmar também se disse orgulhoso por ‘montar a bateria do Império’ e afirmou que 95% dos ritmistas de hoje foram criados por ele.

O mestre também falou das dificuldades que a escola enfrentou e que muitas vezes tirava dinheiro do bolso dele para ajudar ritmistas. Além disso, metade do seu salário era para pagar os diretores de bateria. Gilmar também lembrou das vezes que não tinha água para seus comandados e ele próprio precisava comprar.

Futuro no samba

Agora sem escola para o Carnaval 2021, Gilmar disse que é tempo de refrescar a cabeça e descansar. Afinal, foram 11 anos no comando da Sinfônica do Samba. O mestre, contudo, se mostrou aberto a convites e disse que, além de ser um profissional do Carnaval, não quer ficar fora dos desfiles.

Assista à integra da entrevista exclusiva de mestre Gilmar ao SRzd










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